Quem não tem cão, caça com gato: R$ 120 mil pode parecer muito para um Chevrolet Spin Activ7, mas as outras opções de sete lugares custam mais, e o crossover até entrega um pacote honesto
Quem precisa de um carro com sete lugares não tem muitas opções acessíveis hoje. Além deste Chevrolet Spin – de R$ 110.850 o Premier MT a R$ 118.260 pelo Activ7 –, há o arcaico Fiat Dobló, de R$ 132.290 (sem nem rádio) e o Caoa Chery Tiggo 8, de R$ 195.990. As outras opções passam de R$ 200 mil – como Jeep Commander, Mitsubishi Outlander, VW Tiguan Allspace (temporariamente fora de linha) e Mercedes GLB.
A minivan que nasceu em 2012 com design sofrível virou “crossover” em 2018, quando ficou bem mais elegante e bonita que a “capivara” original. A versão Activ traz o cobiçado ar aventureiro – agora, felizmente, sem estepe na traseira (tinha, mas não era prático).
A versão Activ7 custa R$ 4.480 a mais que a de cinco lugares AT, e traz uma grande vantagem e algumas desvantagens. A primeira, obviamente, são os assentos extras – para se usar eventualmente, acomodam adultos pequenos ou crianças, como quase todos os modelos do tipo. Por outro lado, diferentemente da saudosa Zafira, a terceira fileira não “se esconde” no assoalho, mas fica dobrada – ou dobrada e levantada, o que não faz diferença (acabei ajustando conforme objetos/bagagem levados).
De qualquer modo, se perde 147 litros no porta-malas, mesmo quando não se usa a terceira fileira. Já a segunda é espaçosa, com bancos divididos 70/30, deslizantes e reclináveis. Deu para andar com Mathias, 9, no booster, Stella, 4, na cadeirinha e a vovó no meio, sem reclamações. Depois, para ajudar com uma mudança, levou muita coisa – são 1.608 litros de espaço rebatendo as duas fileiras.
No mais, a idade aparece na falta de ajuste de profundidade do volante e na estabilidade direcional deficiente, que exige correções constantes na estrada. Por outro lado, o 1.8 ainda garante desempenho adequado com consumo razoável (fizemos 8 km/l na cidade e 12 na estrada). Mas as “dúvidas” da transmissão automática irritam – e ajudar com trocas manuais exige mudar para M e usar o incômodo botão na alavanca.
O sistema multimídia, com botão de volume físico, é bem fácil de usar, assim como os ajustes de altura dos faróis e luminosidade do painel, funções que alguns modelos andam complicando. Já o acabamento é pobre, e, pelo valor, o ar-condicionado podia ser automático e airbags laterais seriam bem-vindos.
De qualquer modo, mesmo prestes a mudar de geração (e virar “SUV”), o Spin é a melhor (e quase única) opção em sua faixa de preço. Para viagens com a família sem muita bagagem, ou carregar crianças no cotidiano, é honesto – mas eu consideraria só se não pudesse gastar mais.
Flávio Silveira | Editor
Galeria: interior
O acabamento é bastante simples e a central multimídia fica muito baixa, mas os demais comandos ficam bem à mão e o quadro de instrumentos tem boa leitura
O cluster com uma tela multifunção
A segunda fileira de bancos é espaçosa
Os bancos extras da terceira fileira
A terceira fileira rouba espaço mesmo quando rebatida (Foto: Roberto Assunção)
Contraponto
● Assim como Brian O’Connor, o famoso personagem de Paul Walker na saga “Velozes e Furiosos”, eu tenho medo de me acostumar com as minivans e com os crossovers. Bom, até o momento não virei pai de família tampouco carrego o mundo no porta-malas para justificar a compra de um Chevrolet Spin Activ7. Após um período sem guiá-lo, eis que ele veio parar na minha vaga. Fiz um uso estritamente urbano e, diferentemente do editor Flávio Silveira, não tenho reclamações a fazer em relação ao desempenho do motor 1.8. Aliás, neste uso, ele oferece uma dirigibilidade condizente com a proposta – e até gostei do trabalho do câmbio automático de seis marchas.
Rafael Poci Déa | Repórter
COMPRE SE…
- Você precisa eventualmente ter sete lugares, mas não quer ou não pode gastar muito mais do que R$ 100 mil em um carro.
- Sua prioridade é o espaço e você não liga de comprar um carro que deve mudar no ano que vem (mas não deve ser difícil revender).
NÃO COMPRE SE…
- Você quer robustez de SUV. O Activ tem visual aventureiro, mas não mostra grande vantagem na terra (são só 15,2 cm de vão livre do solo).
- Dirigibilidade pesa na sua lista de prioridades. O Spin oferece um conjunto honesto, mas não é ideal para encarar serras, por exemplo.
Chevrolet Spin
Preço básico R$ 97.340 (cinco lugares) / R$ 117.640 (sete lugares)
Carro avaliado R$ 120.050 (Activ7)
Chevrolet Spin Activ7
Motor: quatro cilindros em linha 1.8, 16V
Cilindrada: 1796 cm3
Combustível: flex
Potência: 106 cv a 5.200 rpm (g) e 111 cv a 5.200 rpm (e)
Torque: 165 Nm a 2.800 rpm (g) e 174 Nm a 2.600 rpm (e)
Câmbio: automático sequencial, seis marchas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,415 m (c), 1,764 m (l), 1,689 m (a)
Entre-eixos: 2,620 m
Pneus: 205/60 R16
Porta-malas (até banco e até teto): 162 a 199 litros (sete lugares), 553 a 864 litros (cinco lugares), 952 a 1.608 (dois lugares)
Tanque: 53 litros
Peso: 1.293 kg
0-100 km/h: 11s7 (g) e 11s3 (e)
Velocidade máxima: 170 km/h (estimada)
Consumo cidade:10,2 km/l (g) e 7,1 km/l (e)
Consumo estrada: 11,8 km/l (g) e 8,3 km/l (e)
Emissão de CO2: 124g/km
Consumo nota: C
Nota do Inmetro: C
Classificação na categoria: C (Minivan)
Considere também esses concorrentes
Fiat Dobló 1.8 – R$ 132.290
É mais potente, mas a aerodinâmica ruim o faz perder em consumo e desempenho. Seu porta-malas é 100 litros maior. Chery Tiggo8 – R$ 195.990
Tem motor 1.6 turbo de 187 cv, porte maior e acabamento melhor, além de mais equipado. Mas são R$ 75 mil extras.
AVALIAÇÃO | |
Motor | 2.5 |
Câmbio | 3.5 |
Desempenho | 2.5 |
Consumo | 3.5 |
Segurança | 2.5 |
Equipamentos | 3.5 |
Multimídia | 4 |
Conforto | 3 |
Porta – malas | 5 |
Prazer em dirigir | 2 |
RESUMO
Opção mais acessível do mercado com sete lugares, é um bom carro para quem precisa de espaço. |
3.2
OVERALL SCORE |