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Teste VW T-Cross Comfortline 200TSI 2022: Altas paradas de sucesso

Novos equipamentos entram no SUV compacto e aumentam competitividade da versão topo com o 1.0 turbo

teste vw t-cross comfortline 200tsi 2022: altas paradas de sucesso

Muito se falou sobre o VW T-Cross não conseguir ter sucesso ao ser um dos últimos SUVs compactos apresentados, em 2019, quando Creta, Renegade e HR-V dominavam boa parte das vendas. E aqui está, o VW T-Cross, SUV compacto mais vendido de 2020 (com direito a mês no geral) e 2022 até julho, no acumulado. 

Boa parte das vendas está nas versões com o motor 1.0 turbo, 200TSI, como este T-Cross Comfortline. E a linha 2022 deu a ele equipamentos importantes, como piloto automático adaptativo, alerta de colisão com frenagem automática e o novo volante da marca, o mesmo que já estava no Nivus, seu irmão quase-menor. Mas como ele chegou ao topo das paradas?

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Barato nunca foi…

O VW T-Cross sempre teve uma questão com seu preço. Comparado aos demais compactos, sua etiqueta não o destacava, mas era o único com motor 1.0 turbo enquanto a maioria ainda estava ou na era dos aspirados ou com motores maiores, como 1.4 turbo do Tracker da época ou 1.6 turbo dos Peugeot e Citroën. E o T-Cross Comfortline sempre foi o topo com o 200TSI, com diversas semelhanças ao Highline 250TSI. 

Como tudo nesse mundo, o T-Cross Comfortline ficou bem mais caro com o passar dos anos. Hoje, começa em R$ 150.590, bem distante daqueles R$ 99.990 de 2019, mas ao menos tenta se justificar com o piloto automático adaptativo, painel digital de 10,2″, alerta de colisão com frenagem automática e outras mudanças que aconteceram nesse tempo. Se quiser o carro como este, inclusive em Vermelho Sunset, cor da linha 2022, bancos em couro e teto-solar, prepare R$ 162.070 – o que, por incrível que pareça, não está longe de seus concorrentes…

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Em design, não impactou o mundo como o Nivus, mas estava jogando como um mini-Tiguan pela sobriedade das linhas, principalmente as laterais, quando o SUV médio estava em bons tempos. Com o passar dos anos, essa sobriedade ajudou a envelhecer bem, mas uma reestilização chega em 2023, leve. Para a linha 2022, a VW aplicou o novo logo na dianteira, traseira e volante, inclusive adotando uma nova peça, mais moderna. Nem mesmo as rodas de 17″ mudaram nesse tempo, de série no Comfortline. 

O interior recebeu algumas mudanças na linha 2023. Além do já citado volante, o T-Cross Comfortline recebeu o painel de instrumentos de 10,2″ como item de série (e pensar que não era nem opcional no lançamento) e o acabamento em azul, com partes pintadas em azul brilhante, algo que pode não combinar dependendo da cor escolhida para a carroceria, como este Vermelho Sunset. Recebeu um novo comando de climatização, sensível ao toque, assim como os outros produtos desta base.

Bom conhecido

O T-Cross com o motor 1.0 turbo não é uma novidade. Eu mesmo voltei do Rio de Janeiro (RJ) para São Paulo (SP) com um Comfortline quando foi apresentado e nossa relação sempre foi boa em algumas oportunidades. Hoje, boa parte de sua concorrência adotou motores turbo, como o Hyundai Creta e o Jeep Renegade, este 1.3 turbo, além do atual Chevrolet Tracker. 

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As novas normas do Proconve L7 fizeram a Volkswagen mudar pequenas coisas no 200 TSI, como a adição do start-stop. Não mudaram os números de potência e torque, mantendo os 116/128 cv e 20,4 kgfm de torque, mas mesmo assim o levamos para as medições na pista de testes. Com etanol, cravou os mesmos números de aceleração, como o 0 a 100 km/h em 10,7 segundos, e números de retomada praticamente os mesmos, com melhoras de 0,1 s nas duas situações, 40 a 100 km/h e 80 a 120 km/h. 

Em consumo, o T-Cross Comfortline tem o seletor de modos de condução – que vale a observação sobre a necessidade de fazer a seleção pela central multimídia, não por um botão dedicada, que acaba sendo incômoda. No ECO, também não alterou seus números de nossas medições anteriores, com bons 8,2 km/litro na cidade e 11,7 km/litro na estrada, com etanol. Mas algumas coisas vão além dos números, como um funcionamento mais suave do câmbio automático de 6 marchas, principalmente nas trocas das marchas mais baixas. Era uma reclamação antes dessa nova linha, recalibrada. 

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Na cidade, uma boa vida com o SUV compacto. O motor 1.0 turbo acorda cedo, consegue fazer as trocas de forma suave e a suspensão, apesar de mais firme que da maioria dos concorrentes, não incomoda, e pode agradar quem procura um carro com uma tocada um pouco mais dinâmica. O novo volante tem uma pegada melhor que o anterior, além de revestido em um material bom de toque. 

O T-Cross reponde bem aos comandos do motorista. Curvas, acelerações e até mesmo os freios estão bem condicionado a um SUV compacto. O painel dá uma série de informações e tem boa visualização, assim como o multimídia VW Play de 10″ não me deu problemas com travamentos, inclusive com o Apple CarPlay com e sem fios. Só o carregador por indução que não se entendeu com meu smartphone e não o recarregou na maioria das vezes. 

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E sabemos que os SUVs compactos acabaram tomando o lugar de peruas e sedãs como carros para famílias. No T-Cross, o porta-malas vai de 373 litros a 420 litros, mas este último aparece com um sistema que deixa o encosto do banco mais reto, o que prejudica o conforto dos ocupantes. Mesmo assim, os 373 litros são bons para famílias pequenas, com uma boa área aproveitável, assim como o espaço no banco traseiro, com bom espaço para as pernas e saídas de ar-condicionado. Quatro ocupantes com conforto, mas não espere o mesmo para cinco pessoas. 

Do Nivus, agradecido

O T-Cross Comfortline 2022 recebeu os sistemas de segurança ativa que estrearam no irmão menor, o Nivus. Piloto automático adaptativo e alerta de colisão com frenagem automática são itens de série nesta versão, que de opcional só tem os bancos em couro e o teto-solar panorâmico. Sobre os sistemas, funcionam muito bem, bem calibrados e sem exageros, um dos melhores entre os não-premium, estes já bem mais avançados.

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Vamos a um porém? Se você irá utilizar muito o T-Cross na estrada, principalmente carregado, melhor pensar no Highline e o motor 1.4 turbo. O 1.0 turbo desenvolve bem, mas já começa a se sentir limitado em algumas retomadas e manter a velocidade constante quando cheio, exigindo algumas reduções de marchas e mais aceleração. É algo “comum” entre os 1.0 turbo, mas temos que comentar se você está pensando nessa compra. 

Mesmo assim, o T-Cross Comfortline explica o sucesso do SUV compacto. Bom espaço interno, recebeu mais tecnologias, visual sóbrio para quem quer passar discreto e o motor 1.0 turbo que se comporta bem na cidade, apesar de limitado na estrada. Acabamento segue não sendo seu ponto forte, mas troca pela dirigibilidade. Barato? Não, mas esse problema já se tornou de praticamente todos os seus concorrentes…

Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)

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