BYD impulsiona o mercado nacional de veículos elétricos e estimula outras marcas a baixarem os preços, mas o desafio aumenta
A chegada das montadoras chinesas, sobretudo a BYD com o lançamento do Dolphin, começa a mostrar uma possibilidade real de avanço para a mobilidade elétrica no Brasil. O novo carro elétrico que vendeu mais de 1.000 unidades em menos de uma semana representou um marco para o segmento.
No entanto, esse é só o começo de uma mudança que deverá ter um impulso ainda mais forte com a chegada de outros modelos, a exemplo do GWM Ora 03, que começa a ser entregue em outubro e do BYD Seagull, previsto para 2024 com preço mais próximo dos R$ 100 mil e possibilidade de produção nacional.
“Estamos vivendo uma real transformação no mercado nacional de elétricos, algo que pode ser explicado pela chegada da BYD e os incentivos, principalmente no Estado da Bahia. Com isso, outros setores precisam estar atentos e se adequar ao novo cenário”, afirmou o executivo.
Os dados mais recentes da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) apontam que foram registrados 6.435 emplacamentos em maio deste, alcançando o maior recorde mensal de vendas de veículos leves eletrificados desde o início da contagem histórica.
Com esse cenário em mente, Ricardo David aponta cinco questões da infraestrutura que precisam ser resolvidas no país.
- Condomínios: a infraestrutura necessária para a adaptação desses conjuntos habitacionais pode ser simples, mas necessita de um movimento por parte dos proprietários e síndicos dessas localidades.
- Carregadores públicos e semipúblicos: o executivo aponta que os estabelecimentos que desejam optar por um carregador devem investir na variedade, considerando disponibilizar, concomitantemente aos serviços gratuitos, o carregamento privado e pago.
- Mecânica e manutenção: o especialista afirma que a manutenção dos automóveis 100% eléctricos é de longe um problema para os utilizadores. Isso se deve pela quantidade de peças, que é menor do que a dos veículos a combustão, representando uma economia de até 70% na manutenção. Porém, o serviço mecânico deve se especializar no Brasil. Principalmente para se adequar a uma realidade com mais automóveis eletrificados em circulação.
- Transporte de aplicativo: o fato da 99 ter investido significativamente em carros elétricos nos últimos anos não é uma fórmula vazia. A transformação da frota de automóveis a combustão e elétricos tem como objetivo diminuir os custos operacionais das empresas e proporcionar maior lucratividade para a empresa. O executivo, porém, aponta que esse movimento deve ser visto como uma oportunidade para os motoristas de aplicativo, como o Uber, Cabify, InDriver, Blablacar.
- Ônibus e transporte público: recentemente, o Governo Federal esteve no ABC paulista para o lançamento da fábrica da Eletra, empresa que produzirá ônibus 100% nacionais. Além disso, a própria BYD já apontou que estará investindo no lançamento de automóveis voltados para o transporte público no Brasil. Com esse cenário, as cidades precisam se adaptar, principalmente considerando a necessidade de um diálogo profundo com a sociedade.
Fonte: Elev
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