Estudo encomendado pelo Google revela que apelo tecnológico e benefícios são fatores mais valorizados do que a questão ambiental
O carro elétrico e o tempo para sua popularização no Brasil ainda pode ser uma incógnita, mas o consumidor brasileiro se mostra cada vez mais interessado nos modelos híbridos e elétricos. Isso é o que mostra uma pesquisa recente encomendada pelo Google à Offerwise.
Entre as conclusões de uma pesquisa de abrangência nacional, que ouviu 1.200 respondentes de todas as regiões do Brasil, e que irão comprar um novo modelo nos próximos três meses, está a de que a crescente demanda por modelos mais econômicos e tecnológicos deve impulsionar o mercado brasileiro de carros elétricos e híbridos nos próximos anos.
Mais da metade (52%) dos brasileiros que pretendem trocar de veículo nos próximos meses considera adquirir um híbrido ou elétrico. Entre aqueles que pretendem comprar um modelo 0km, a porcentagem sobe para 65%. O apelo tecnológico (37%) e os benefícios em custos e isenções (35%) são os principais fatores que motivam o consumidor a buscar essas opções – à frente da questão ambiental (27%).
Outros dados da pesquisa incluem a informação de que as mulheres representam metade dos que querem comprar um carro, sendo que 41% de quem planeja comprar um veículo em breve é mãe.
Esses compradores são, em sua maioria, das classes A e B (60%). Entre os donos atuais de automóveis, 29% usam o carro para ir ao trabalho, o que faz com que nosso sentimento pelo carro seja cada vez mais atrelado a uma função: para a maioria dos entrevistados (71%), o automóvel é “um meio de se locomover com segurança e conforto”.
Os brasileiros enxergam os carros elétricos e híbridos como um objeto de desejo, revela o estudo do Google. Ao todo, 98% dos consumidores automotivos veem os atuais donos desses modelos como pessoas bem sucedidas, ou as quais eles gostariam de ser. As associações desse tipo de veículo à imagem de uma pessoa de sucesso (98%) ou ligada à tecnologia (69%) são maiores do que àquelas preocupadas com o meio ambiente (48%).
A questão ambiental (27%) também fica atrás do apelo tecnológico (37%) e da eficiência (35%) quando analisadas as motivações do interesse dos brasileiros por esse tipo de veículo. Para quem é motivado pelo aspecto tecnológico, os principais estímulos são ter um carro mais tecnológico (22%), fazer parte de uma novidade do mercado (9%), e ter um carro de pessoas bem sucedidas (7%). No caso da eficiência, os gatilhos são gastar menos com combustível (28%) e a isenção de rodízio ou imposto (5%).
Já o atributo de tecnologia é citado por 20%, um crescimento de 6 p.p na mesma comparação com a média dos últimos três anos, com destaque para os aspectos de segurança (11%), ser elétrico ou híbrido (5%) e conectividade (4%). Por outro lado, o apelo emocional (18%) e conforto (17%) tiveram queda de, respectivamente, 9% e 5% na mesma comparação.
“A indústria automotiva está mudando de eixo: o consumidor começa a ver as marcas não só como montadoras, mas também como uma indústria de tecnologia. A partir de agora, a percepção tecnológica vai ser fundamental para construir a consideração das marcas desse setor”, explica Lara Guedes, head de negócios para o segmento de Mobilidade do Google Brasil. “Isso requer que as empresas repensem sua estratégia, usando dados para oferecer experiências personalizadas, vendendo serviços associados aos seus produtos, e investindo na percepção de eficiência, segurança e entretenimento.”
Essa pesquisa foi divulgada durante o evento Think Mobility, realizado na semana passada em São Paulo (SP). Na ocasião, o Google apresentou também alguns insights coletados a partir da análise das pesquisas dos brasileiros na Busca, que apontam uma retomada do interesse pela compra de veículos.
As pesquisas por termos associados à aquisição de automóveis já cresceram 5% neste ano em comparação à média do ano anterior. O destaque ficou para os carros 0km, cujas buscas aumentaram 9% no período. Com isso, o interesse voltou a alcançar patamares próximos aos de 2021, após uma queda de 5% no ano passado.
Fonte: Google
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