Em sua terceira geração, o novo Hyundai Tucson ousa no visual e traz uma mecânica eletrificada que combina 230 cv e boa eficiência. Mas o preço será muito mais alto que o do Toyota Corolla Cross
Uma coisa que não falta à Hyundai é a coragem. Uma audácia que não transparece só no resultado final – olhem para o novo Hyundai Tucson de terceira geração e me digam que ele não está anos-luz à frente da anterior –, mas está intimamente ligada ao processo de construção.
Em busca de algo verdadeiramente inovador, o centro de design usou um algoritmo especial que – com base em parâmetros fixos – gerou uma sequência de formas aleatórias, que foram então desenvolvidas pelos designers. Assim nasceram as “joias paramétricas”, padrões geométricos espalhados dentro e fora do Tucson, que lembram facetas de um diamante.
O tema “joia paramétrica”, desenvolvido de modo digital, aparece na alavanca na grade dianteira
Esta mesma forma aparece no conjunto de lanternas
A brake-light fica sob o aerofólio
A generosa grade com elementos espelhados, que esconde as luzes diurnas de LED quando não estão acesas, é um exemplo perfeito da nova filosofia estilística. Ela visa aumentar a emoção sem sacrificar a funcionalidade – uma característica essencial, para a marca de Seul, que contribuiu para tornar o Tucson um sucesso.
Bela atmosfera
Para se manter em alta, não basta apenas um estilo disruptivo (ele ajuda a conquistar, isso não podemos negar): são necessários também alguns argumentos concretos. Olhe bem para a imagem do painel do novo Hyundai Tucson abaixo, por exemplo: ele “abraça” perfeitamente os ocupantes, e parece ter sido construído com muito cuidado, pensado especialmente para agradar aos olhos.
Falando nisso, bem diante do motorista há um quadro de instrumentos digital (mas não totalmente configurável) que fica quase apoiado no painel; mais à direita, no mesmo nível, fica a tela do sistema multimídia, também de 10,2 polegadas, e agora perfeitamente integrada ao painel – e não mais “flutuando” como no modelo antigo.
O novo caminho também inclui numerosos (e práticos, após curto período de aprendizagem) controles sensíveis ao toque, que são dedicados à central multimídia e ao ar-condicionado: um poderoso sistema de três zonas, preciso na manutenção da temperatura definida, que oferece – além das saídas de ar dedicadas – uma grade com pequenos orifícios ao longo de todo o painel, distribuindo o ar pela cabine de modo difuso. Assim, mesmo na velocidade máxima do ventilador, o fluxo de ar nunca chega diretamente aos passageiros, com benefícios do ponto de vista do conforto.
O conjunto de sistema multimídia e ar-condicionado automático digital com três zonas
Ainda nos pequenos cuidados do novo Hyundai Tucson, vale destacar a inclusão de uma ventoinha para baixar a temperatura dos dispositivos que são carregados por indução no console central. Ou, ainda, a iluminação ambiente de LED com 64 cores e o modo do sistema de áudio que silencia os alto-falantes traseiros, para não incomodar quem quer cochilar ali.
O estilo “clean” da cabine do novo Hyundai Tucson também passa pela eliminação da tradicional alavanca do câmbio automático, que foi substituída por quatro botões simples, porém bastante generosos. Juntos a eles, estão o botão do freio de estacionamento eletrônico e a tecla que permite escolher entre os dois modos de condução no asfalto (Eco, Sport) e os três off-road (Lama, Areia e Neve).
Bom para quatro
As medidas externas do novo Hyundai Tucson, pouco maiores que as da geração anterior (dois centímetros extras de comprimento, dois na largura e um na distância entre eixos), não mudaram muito o espaço disponível para passageiros: o Tucson continua acomodando quatro ocupantes de forma confortável, com o eventual quinto passageiro um pouco sacrificado no nível dos cotovelos. Quem se senta atrás, porém, sempre conta com um bom espaço para os joelhos.
O assento do motorista oferece ajustes elétricos
Os passageiros traseiros têm trinta centímetros livres para os joelhos
O porta-malas tem ótimos 616 litros
Uma boa novidade aparece na capacidade do porta-malas. Apesar da presença do trem de força híbrido, que costuma roubar alguns centímetros úteis do compartimento, o resultado final é notável: graças ao assoalho ajustável, à falta do estepe (há kit de reparo) e ao posicionamento inteligente da bateria sob os bancos traseiros, temos quase 150 litros a mais em relação à geração anterior.
O trem de força full-hybrid consiste de um motor a gasolina 1.6 turbo e outro elétrico, resultando em um total de 230 cv de potência distribuído para as quatro rodas, e tem todas as credenciais necessárias: o Tucson opera muito suavemente e acelera com vigor quando necessário, conforme demonstrado pelos 7,7 segundos da prova de 0-100 km/h. Mas, acima de tudo, na vida cotidiana, ele oferece respostas fluidas às solicitações do pedal do acelerador.
Na estrada a 90 km/h, ele fez 16,1 km/l. A 130 km/h, marcou 11,5 km/l
Por outro lado, quando você põe o nariz em uma rodovia, o motor a gasolina se torna o protagonista e, inevitavelmente, a eficiência geral cai bastante (como é comum neste tipo de carro). Isso foi comprovado nas medições de nossos testes: dos excelentes 18 km/l nas áreas urbanas, passamos a 16,1 em estradas pequenas (com limite de apenas 90 km/h) e só 11,5 em rodovias (quando o limite de velocidade sobe para 130 km/h na Itália).
Dito isso, a convivência diária com o Tucson é bastante tranquila e agradável. O desempenho, como já mencionado, é o necessário para mover-se com facilidade: ganhar velocidade para uma ultrapassagem, por exemplo, é uma tarefa simples, graças ao bom torque e também à considerável ajuda elétrica quando o motorista decide explorar todo o potencial do conjunto motriz.
Se desejar, com o modo Sport selecionado (que torna a direção e a suspensão mais firmes, além de melhorar as respostas do sistema híbrido), você também pode acelerar mais em algumas curvas – mas vale frisar que o Tucson não é o SUV certo para esse tipo de diversão.
Embora ele tenha se comportado muito bem em nossos testes dinâmicos, ele é um modelo para ser conduzido sem exageros. Desta forma, a cabine é sempre bastante silenciosa, e consegue manter do lado de fora os ruídos aerodinâmicos e de rolamento.
As suspensões controladas eletronicamente absorvem a rugosidade do asfalto com muito cuidado, deixando passar alguns solavancos apenas na parte traseira ao passar por obstáculos secos.
Os sistemas de auxílio ao motorista do novo Hyundai Tucson são adequados, mas para atingir o nível 2 de direção assistida é necessário pagar mais por um pacote (bom assim, pois nem todos gostam). A resposta do sistema de frenagem, por outro lado, pode melhorar. Sobretudo a modulação do pedal, que nem sempre é boa, mas do ponto de vista da eficácia não há do que reclamar.
Sem dúvida, o novo Hyundai Tucson é um SUV excepcional, muito mais potente e sofisticado que o novo Corolla Cross. Mas certamente será muito mais caro que ele, com preço acima na faixa de R$ 180 mil mesmo sem a mecânica híbrida (já esta deve facilmente passar de R$ 220 mil). Agora, resta torcer para a Hyundai-Caoa decidir investir em sua produção nacional, para tentar torná-lo mais atraente, e que faça o SUV também nesta opção híbrida – ou decida importá-la.
Distribuição inovadora
O sistema de abertura variável de válvulas Hyundai CVVD atua no centro de rotação do comando, com um mecanismo operado eletricamente. E ainda há um motor elétrico que trabalha em conjunto, para máxima eficiência energética
O novo Hyundai Tucson usa o motor 1.6 com injeção direta e turbo da família Smartstream, combinado com um sistema híbrido paralelo que inclui um motor elétrico síncrono de ímã permanente de 44 kW (60 cv) e uma transmissão automática de seis marchas.
A unidade a gasolina se caracteriza pela distribuição CVVD (sigla para duração das válvulas continuamente variáveis), desenvolvida pela empresa, que permite variar o tempo de abertura das válvulas de admissão.
O sistema difere tanto dos variadores de fase clássicos, que modificam o momento do ciclo operacional em que as válvulas abrem e fecham, quanto daqueles que atuam na elevação das próprias válvulas (seu grau de abertura).
O dispositivo é inteiramente mecânico e funciona movendo o centro de rotação dos cames por meio de um eixo acionado por um motor elétrico. Desta forma, a velocidade de rotação varia no curso de uma volta de acordo com o grau de deslocamento do suporte.
Na traseira, logotipo de vidro e lanternas ligadas por um “fio” de led
Galeria Completa
O painel por completo, feito para agradar aos olhos
Os comandos de aquecimento ou ventilação dos bancos dianteiros, do bloqueio do diferencial, dos modos de condução e do sistema start-stop
O quadro de instrumentos de 10,2 polegadas em um dos modos de visualização, o mais “clássico”
A aleta no volante para trocas manuais de marcha
1
Hyundai Tucson 1.6 T-GDI HEV AWD Excelence
Preço básico (EUROPA) € 39.550
(Em CONVERSÃO DIRETA) R$ 264.000
Motores: quatro cilindros em linha 1.6, 16V, comando variável, turbo, injeção direta + elétrico síncrono (imã permanente)
Cilindrada: 1598 cm3
Combustível: gasolina+bateria
Potência: 180 cv a 5.500 rpm + 60 cv = 230 cv
Torque: 27 kgfm a de 1.500 a 4.500 rpm + 27 kgfm
Câmbio: automático, seis marchas
Direção: elétrica
Suspensões: McPherson (d) e multilink (t), amortecedores com controle eletrônico
Freios: disco ventilado (d) e disco sólido (t)
Tração: integral com acionamento automático
Dimensões: 4,50 m (c), 1,87 m (l), 1,65 m (a)
Entre-eixos: 2,68 m
Pneus: 235/50 R19
Porta-malas: 616 a 1.695 litros
Tanque: 52 litros
Peso: 1.755 kg
0-100 km/h: 7s7*
Velocidade máxima: 200,4 km/h* (limitada)
Consumo cidade: 18 km/l*
Consumo estrada: 11,5 km/l*
Emissão de CO2 140g/km*
Consumo nota B
Nota do Inmetro: B (estimada)
Classificação na categoria: A (estimada, SUV Grande)
MAIS NA MOTOR SHOW:
AVALIAÇÃO | |
Motor | 4.5 |
Câmbio | 4 |
Desempenho | 5 |
Consumo | 4 |
Segurança | 4.5 |
Equipamentos | 4.5 |
Multimídia | 4 |
Conforto | 4 |
Porta – malas | 4.5 |
Prazer em dirigir | 4 |
RESUMO
Ousado no visual, sofisticado na mecânica, mais espaçoso do que nunca. Tudo para ser um sucesso. |
4.3
OVERALL SCORE |