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O governo italiano confirmou na sexta-feira, 16, uma intervenção na empresa automobilística Pirelli para limitar o acesso do grupo acionista chinês CNRC (China National Tire and Rubber Corporation) à tecnologia que faz funcionar os sensores de seus pneus, já que poderiam recopilar informação sensível.
Itália intervém na empresa Pirelli para limitar o acesso da China a sua tecnologia Foto: Srdjan Suki/EFE
No caso da Pirelli, o Conselho de Ministros, liderado pela ultraconservadora Giorgia Meloni, impôs uma “autorização de segurança industrial estratégica” que “estabelece limites ao acesso de informação” sobre os sensores CYBER que podem ser implantados nos pneus. “Estes sensores são capazes de recolher dados do veículo relativos, entre outras coisas, ao estado das estradas, a geolocalização e o estado das infraestruturas”, informou o Executivo em um comunicado.
Segundo essa nota, a informação recolhida por esses pneus pode ser transmitida a sistemas de processamento na nuvem e supercomputadores para criar, mediante inteligência artificial, “modelos digitais complexos que possam ser utilizados em sistemas de vanguarda, como as cidades inteligentes”. “O uso indevido desta tecnologia pode acarretar riscos consideráveis não só para a confidencialidade dos dados dos usuários, mas também para a possível transferência de informação relevante para a segurança”, justificou.
O governo italiano reage desta maneira à última renovação do conselho administrativo da Pirelli, na qual os acionistas chineses ganharam um assento e poderiam eleger seu futuro diretor-executivo. Os sócios italianos Mtp e Camfin contam com 14% da companhia, enquanto o acionista chinês CNRC possui 37% da empresa. Por isso, a norma aprovada também impõe que “algumas decisões estratégicas requererão o voto de ao menos 4/5 do conselho de administração”./EFE