Motoristas de aplicativo seguindo em carreata na Av. Afonso Pena, em Belo Horizonte
Procuradores do Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais (MPT-MG) apontaram inconsistências no Projeto de Lei (PL) enviado pelo presidente Lula (PT) ao Congresso Nacional, propondo uma série de novas regras e direitos para os motoristas de aplicativo. As análises foram feitas durante uma audiência da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados na última quinta-feira (21/3).
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Já o também procurador do Trabalho Tadeu Henrique Lopes da Cunha questionou a forma como o texto trata a autonomia dos motoristas. Segundo o representante do MPT-MG, o PL permite às empresas editarem normas disciplinares, termos de uso, definir questões de controle, com geolocalização e definir pela suspensão, exclusão ou bloqueio dos motoristas.
“É uma autonomia sem autonomia. É uma autonomia que a lei diz que existe, embora quando analisamos, tecnicamente falando, tudo que ela traz, significa o oposto de autonomia”, afirmou o procurador.
Ele também alertou para a possibilidade de que os motoristas recolham para a previdência, sem receber o benefício futuramente e questionou a previsão de remuneração mínima por hora de R$ 32, sendo R$ 24 para manutenção e R$ 8 para retribuição do trabalho. “Esses R$ 8 por hora pode ser que não alcance esse valor de salário-mínimo e, portanto, pode ter um recolhimento sem a contraprestação por parte do INSS”, explicou Tadeu Henrique Lopes da Cunha.
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Manifestações
Regulamentação
Dentre as principais regulamentações estão a limitação de carga horária diária, que será, no máximo, de 12 horas, a definição dos profissionais como autônomos, a declaração de salário mínimo e benefícios.
A proposta regulamenta, por enquanto, apenas o transporte de passageiros em veículos de quatro rodas. Dessa forma, não estão incluídos motoristas de motocicletas ou entregadores de delivery e encomenda.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice