Uma vez mais, Max Verstappen ratificou o papel de força da Red Bull na Fórmula 1. A quarta pole consecutiva da temporada 2024 veio de maneira orgânica e ajuda a espantar o revés sofrido há duas semanas na Austrália. No entanto, apesar do natural favoritismo dos taurinos, o resultado da classificação deste sábado (6) também contou histórias potencialmente interessantes para um GP do Japão menos previsível. E isso começa, surpreendentemente, dentro das garagens da equipe dos energéticos. A dobradinha no grid mostra eficiência, mas deixa sonhar, bem como a proximidade entre McLaren e Ferrari logo atrás.
De toda a forma, é importante pontuar a posição de comando de Verstappen. Depois do abandono em Melbourne, o tricampeão estava ansioso para superar os problemas e voltar à forma de sempre. A pole foi um primeiro passo. Max dominou as três fases da sessão que definiu o grid de largada. O tempo de 1min28s197 veio nos instantes finais, quando o piloto #1 foi capaz de fazer um terceiro setor perfeito. A marca também foi 0s7 melhor que o registro feito no ano passado em Suzuka — do próprio Max. A queda grande de temperatura é, em partes, responsável pelo melhor desempenho da F1 neste ano.
Ainda assim, Verstappen não saiu exatamente satisfeito com a própria performance. E isso tem muito a ver com o colega Sergio Pérez. Mesmo com um pequeno erro na freada da chicane final, o mexicano cruzou a linha de chegada no Q3 em 1min28s263, apenas 0s066 mais lento que o companheiro de time. “Foi bem disputado no final, no entanto, o mais importante é estar na pole. É claro que você quer que cada volta seja perfeita mas, em uma pista como esta, nem sempre é o caso”, admitiu o líder do campeonato.
“Esperamos variação grande no ritmo de corrida amanhã e um fator decisivo vai ser entender o comportamento dos pneus com esse clima mais frio. Vai ser uma corrida interessante”, afirmou o chefe Christian Horner.
Mas se os taurinos parecem em uma liga própria, a disputa pelo posto de melhor do resto possui uma configuração das mais interessantes. Como se esperava, pela natureza do traçado nipônico, a McLaren surgiu forte quando a coisa foi para valer mesmo. Quer dizer, o MCL60 gosta dos trechos rápidos e se dá bem nas mudanças de direção, especialmente do primeiro setor. E Lando Norris soube bem como traduzir isso em uma bela volta para cravar a terceira colocação, pouco mais de 0s2 pior que o pole. Oscar Piastri, desta vez, ficou um pouco mais longe, em sexto, mas há ritmo suficiente para escalar o pelotão.
“Foi uma sessão positiva, não só pelo resultado final, mas por definitivamente ser uma boa posição para começar a corrida”, frisou o chefe Andrea Stella. “Definitivamente, tiramos alguns elementos positivos desta classificação, mas também sabemos que o Japão se adapta às características do nosso carro.”
“Com relação aos tempos de volta em si comparados há seis meses, reduzimos substancialmente a diferença para a Red Bull. Ainda estamos muito próximos de todos os carros ao nosso redor, mas é positivo estamos à frente deles”, completou Stella.
Top-3 do grid de largada do GP do Japão
O espanhol viveu uma classificação consistente e usou tudo que tinha para assegurar o quarto posto do grid. Pode parecer pouco para quem vem de uma vitória firme, mas não deixa de ser um ponto de partida dos mais importantes. Eventualmente, se conseguir driblar a McLaren, Sainz tem chance de ameaçar Pérez. “Precisamos fazer uma boa primeira volta e aproveitar as zonas de DRS. Depois da primeira volta, precisamos de uma boa posição”, disse o chefão Frédéric Vasseur, que também falou sobre Charles Leclerc. O monegasco não viveu o melhor dos sábados e vai largar apenas em oitavo.
Leclerc sofreu mais para encontrar a janela correta de temperatura dos pneus e precisou usar um jogo a mais de pneus macios ainda no Q1, e isso também criou um problema ao longo da classificação. “Não creio que pudesse ter feito mais, precisamos entender o aquecimento dos pneus. É uma sensação estranha, está tudo bem, o equilíbrio é bom e tenho a sensação de que fiz uma boa volta, aí você olha o resultado e é diferente. Quando você se encontra nesta situação, sempre olha para os pneus e para todo mundo, hoje tentei muitas coisas diferentes e nada funcionou, então por enquanto não tenho resposta.”
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Segunda a Pirelli — a fornecedora única de pneus da F1 —, a tática mais rápida fala em dois pit-stops, usando os pneus macios e duros. No entanto, há quem aposte nos pneus médios. “Equipes como Ferrari, Red Bull e Aston Martin, bem como Kevin Magnussen, só têm um conjunto de C1 disponível, então terão de tentar outra coisa”, informou Mario Isola, o chefe da fábrica italiana.
Neste cenário, a Ferrari reservou um conjunto de duros e dois de médios, enquanto a McLaren possui dois sets de duros e um de médios. “Apesar do clima consideravelmente mais frio do que na corrida do ano passado, a degradação ainda é particularmente significativa e, portanto, passa a ser uma boa escolha parar duas vezes”, disse Isola. “E a estratégia mais rápida se baseia na utilização do composto macio e duro. Mas é possível também lançar mão do médio, que se mostrou competitivo nos treinos livres”, acrescentou.
“Outra consideração é que as ultrapassagens nesta pista não são nada fáceis e, como vimos até agora nesta temporada, a atual geração de carros sofre cada vez mais com a instabilidade ao se aproximar de outro carro, tornando ainda mais complicado qualquer manobra, mesmo com uma grande vantagem de velocidade. Ainda, parar mais cedo para aproveitar ao máximo o desempenho dos pneus nas primeiras voltas, é muito eficiente aqui e será definitivamente um fator importante.”
Por fim, também não se pode descartar a presença de Fernando Alonso e da Aston Martin na quinta posição. A equipe verdinha tem um novo pacote aerodinâmico, o que aprimorou a velocidade nos trechos rápidos. Enquanto isso, Lewis Hamilton é outro nome que chama atenção, em sétimo, inserido entre Ferrari e McLaren. Aliás, a frase do dia é do heptacampeão, que deixou a classificação particularmente feliz porque a “Mercedes não me enlouqueceu com as mudanças de acerto”. Que fase…
O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP do Japão, em Suzuka, e transmite classificação e corrida em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. No domingo, a largada está marcada para as 2h.
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