Motonetas estão entre as mais baratas do Brasil. Elas compartilham o mesmo motor, mas estão longe de serem iguais
- Galeria: Honda Pop 110i 2019
- O que cada uma traz?
- Motor e desempenho
- Galeria: Honda Biz 110i 2020
- Ouça o podcast do Motor1.com:
O sonho da primeira moto 0km pode estar mais longe dos brasileiros, principalmente após a pandemia. Os preços dispararam e há poucas motos nas lojas. A demanda está tão aquecida que até os valores dos modelos usados já subiram. Mas, procurando bem, ainda existem modelos que podem realmente ser chamados de “acessíveis”.
Um dos segredos para a ampla liderança da Honda do Brasil é oferecer motos novas que ainda possuem valores atrativos. Existem 5 motos 0km no Brasil abaixo de R$ 10 mil e a marca vende três delas. Um é o scooter Elite 125, o mais barato do Brasil em sua categoria. Mas ainda há duas opções consagradas: Pop 110i e Biz 110i.
Claro que são modelos bem básicos e de uso estritamente urbano, mas os valores podem compensar para quem quer apenas sair do transporte público, ou ter um veículo mais ágil e econômico para o dia a dia. A dupla compartilha o motor e alguns componentes, mas não poderiam ser mais diferentes.
Galeria: Honda Pop 110i 2019
Preço:
Honda Pop 110i: R$ 7.330 (base DF, sem frete)
Honda Biz 110i: R$ 8.900 (base DF, sem frete)
O que cada uma traz?
Começando pela moto mais básica, literalmente. A Honda Pop 110i traz painel com velocímetro analógico, apenas hodômetro total, luzes espia básicas (sendo uma para reserva de combustível), partida a pedal, rodas raiadas e freios a tambor em ambas com acionamento combinado. Apesar de lembrar o formato da Biz, não tem porta-trecos sob o assento.
Já Honda Biz 110i tem os mesmos equipamentos com a adição de marcador de combustível, freio a tambor dianteiro de maior diâmetro, partida elétrica, cavalete central, porta-trecos sob o assento com tomada 12V e capacidade para 10 kg, além de embreagem automática.
Motor e desempenho
As Honda Biz e Pop 110i compartilham o mesmo propulsor. O motor monocilíndrico tem 109,1 cm³, comando simples no cabeçote, 2 válvulas, arrefecimento a ar, injeção eletrônica e é capaz de rodar apenas com gasolina. Por conta das diferenças de chassi entre as duas e, por consequência, da posição de instalação das caixas de entrada de ar, a Pop entrega 7,9 cv de potência a 7.250 rpm e 0,90 kgfm de torque a 5.000 rpm.
Ciclística
Começando pelas similaridades, Pop 110i e Biz 110i trazem chassi do tipo monobloco, com a coluna central sendo um pouco mais alta na primeira. Ambas possuem rodas raiadas de 17 polegadas na dianteira e de 14 polegadas na traseira. As medidas de pneu são as mesmas: 60/100 R17 à frente e 80/100 R14 atrás. O tambor de freio traseiro tem os mesmos 110 mm de diâmetro nas duas. O garfo telescópico da suspensão dianteira também tem os mesmos 100 mm de curso.
A Biz começa a se diferenciar por trazer um tambor dianteiro de 130 mm, 20 mm que na Pop. A dupla utiliza duplo amortecedor na traseira, com 83 mm de curso na Pop e 85 mm na Biz. Mais simples, a Pop 110i pesa menos: 87 kg a seco. A Biz pesa 10 kg a mais. O tanque da primeira comporta 4,2 litros, enquanto a segunda acomoda 5,1 litros.
Galeria: Honda Biz 110i 2020
Andando
Tive a oportunidade de testar Pop 110i e Biz 110i na sequência e, graças a isso, ficam claras as diferenças entre a dupla de entrada da Honda. Não só no preço, mas também na proposta. A Pop impressiona pela simplicidade. São apenas duas carenagens laterais sem adesivos, com o nome gravado na própria peça. O guidão é fixado diretamente no canote que vai à caixa de direção, sem uma mesa propriamente dita.
Mesmo após 200 km de testes nas mais variadas condições, a Pop se mostrou honesta. Andando nas cidades, a suspensão não é refinada, mas dá menos pancadas que o scooter PCX, da própria Honda. Ela é extremamente leve e faz das manobras em baixa velocidade algo muito simples, mesmo para quem está nos primeiros dias de habilitação. O melhor de tudo: nem chegou a acender a luz de reserva. O câmbio de 4 velocidades exige um pouco de costume, pois as marchas são engatadas todas para baixo, não com a primeira para baixo e o resto para cima.
Após uma semana, deixei a Pop na Honda e montei direto na Biz. O acabamento é bem melhor, no sentido de que há mais peças, mais “moto” literalmente. Em termos de desempenho, a Biz é muito similar à Pop. Mas só de não ter que usar a embreagem, já se cria uma camada de comodidade, apesar de também exigir costume para quem está habituado a motos com embreagem. Ambas são mais rápidas na arrancada de farol que a maioria dos carros, mas 100 ou 110 km/h de painel é a velocidade terminal da dupla, limitando o uso nas estradas. Em ambas, a vibração do propulsor é mínima. Mais leve, a Pop 110i me transmitiu mais segurança nas frenagens.
A suspensão da Biz é mais confortável e ela demora um pouco mais para “acalmar” o chassi em ondulações, mas para as buraqueiras das regiões onde ela é a moto mais vendida é o ideal para não cansar quem está guiando. Ela não tem a mesma facilidade da Pop nos corredores por conta da embreagem automática, mas em baixas velocidades, manobra tão bem quanto.
Só que a Biz vai conquistar pelos (poucos) mimos extras. O design do painel é um pouco mais inspirado, já tem marcador de combustível e um bom espaço para fazer pequenas compras embaixo do banco. O espaço, inclusive, já tem uma tomada 12V para carregar um celular durante o trajeto, por exemplo.
Conclusão
Sendo bem sincero, com o meu dinheiro, eu iria na Biz. Também é muito simples de manutenção, mas vale o investimento extra por tornar o uso no dia a dia mais prático e confortável. Objetivamente, é a melhor moto do comparativo. Só que isso não tira nenhum mérito da Pop 110i, pois o papel dela – até socialmente falando – é muito mais importante.
Quem está levando a Pop para casa, conta os centavos para fechar a compra e está comparando a moto com transporte público ou ciclomotores de origem chinesa duvidosa. Ou seja, a Biz é melhor, mas se você só pode ter a Pop, vai levar uma moto competente e honesta para casa.
Ouça o podcast do Motor1.com:
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