"Ocidentalização" da tecnologia de baterias chinesas pode ser saída para baratear carros elétricos nos EUA
Os veículos elétricos acessíveis estão em alta no momento. À medida que os Estados Unidos começam a entrar em sua era eletrificada, os consumidores estão começando a ver os EVs se tornarem mais acessíveis – mas os preços não estão nem perto do que está sendo lançado no mercado chinês.
Portanto, quando a Tesla anunciou que estava trabalhando para preparar um veículo elétrico de US$ 25.000 (R$ 100.000), tanto os consumidores quanto os investidores ficaram loucos. Só restou uma pergunta: como a Tesla conseguirá fazer isso? Pelo menos uma parte dessa resposta complexa parece girar em torno do uso da tecnologia de bateria fornecida pela gigante chinesa de energia, a CATL.
O modelo poderia potencialmente permitir que a Tesla produzisse células de bateria mais avançadas a um preço baixo e garantir que a CATL ainda tenha suas garras no mercado ocidental sem realmente precisar exportar baterias para os EUA.
Quando Zeng conversou com a Bloomberg sobre o assunto no início desta semana, ele também observou que o próximo carro de US$ 25.000 da Tesla poderia se beneficiar da redução de custos relacionada à bateria, dependendo do caso de uso do veículo mais barato da montadora até o momento:
Sempre há espaço para redução de custos, dependendo do objetivo do carro de US$ 25.000. Se for para robô-eixo, não precisamos nos preocupar com a redução de custo de cada célula, pois nossas baterias têm um ciclo de vida mais longo e, portanto, seu custo médio é realmente menor.
O crédito fiscal para veículos elétricos não tem sido o tema mais fácil para os consumidores entenderem. Os requisitos complexos e variáveis geraram confusão entre os compradores de veículos elétricos, mas uma coisa é evidente: os requisitos protecionistas do para que um veículo se qualifique para o crédito fiscal.
A CATL é um dos fabricantes estrangeiros de baterias que foi duramente atingido, já que os requisitos de fornecimento de baterias fizeram com que várias montadoras nacionais e estrangeiras chegassem ao ultimato de escolher entre baterias fornecidas pela CATL ou seus veículos se qualificarem para o crédito fiscal federal de US$ 7.500 para veículos elétricos.
Galeria: CATL – Salão de Munique 2023
A abordagem da Tesla de alugar o ferramental e o design da bateria da CATL é uma estratégia que parece transcender as limitações impostas pelo crédito fiscal para veículos elétricos. Os materiais da bateria são adquiridos e montados em um país preferencial, aliviando as exigências protecionistas estabelecidas pelo crédito fiscal.
Adam Jonas, chefe da Morgan Stanley’s Auto and Space Research, fala sobre como a solução alternativa da Tesla pode representar um avanço na forma como as empresas chinesas de baterias podem entrar no mercado dos EUA:
Há muito tempo escrevemos sobre a necessidade de os EUA se envolverem com a tecnologia chinesa de veículos elétricos (“on-ramp”) para impulsionar uma maior penetração de veículos elétricos. Em nossa opinião, isso exigirá um grau de “ocidentalização” da tecnologia chinesa para que seja aceitável nos EUA, dado o crescente sentimento protecionista.
[…]
Em nossa opinião, a Tesla está em uma posição muito forte para levar a tecnologia chinesa de EV para os EUA. Ao aproveitar o know-how de fabricação chinês, a Tesla pode lançar um veículo elétrico de US$ 25.000 (Model 2) e impulsionar a adoção de veículos elétricos nos EUA.
Embora a CATL esteja buscando manter seu domínio global no mercado de baterias para veículos elétricos, os EUA estão cada vez mais preocupados com a possibilidade de outras montadoras chinesas tentarem entrar nos país construindo fábricas em países vizinhos com acordos comerciais preferenciais. Vários legisladores pediram uma revisão do Acordo Estados Unidos-México-Canadá para se protegerem contra o que alguns chamaram de um “evento de nível de extinção para o setor automotivo dos EUA”.
Parece que o modelo da CATL poderia ser um bom compromisso para ajudar as montadoras a criar baterias mais avançadas e acessíveis a um preço mais baixo e, ao mesmo tempo, desestimular a penetração no mercado de montadoras estrangeiras que contornam as tarifas protecionistas. E se a Tesla puder usar essa estrutura para construir seu veículo elétrico de US$ 25.000, isso significa que os veículos elétricos produzidos internamente serão mais acessíveis do que nunca.
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