Artista mexicano esmaga carro da Tesla com escultura gigante para provocar Elon Musk
A escultura é inspirada nas cabeças colossais criadas pelos olmecas, a civilização pré-hispânica mais antiga do México, que remonta há 3.000 anos. Os vestígios da cultura olmeca podem ser encontrados no sudeste do país. Uma exposição sobre esse povo foi organizada em Paris em 2021.
“Minha ideia era fazer uma obra para provocar Elon Musk”, diz o artista mexicano Chavis Mármol sobre sua instalação: um carro elétrico Tesla de US$ 40.000 (quase R$ 200 mil) esmagado por uma enorme cabeça de inspiração pré-hispânica em exposição no centro da Cidade do México.
A obra foi instalada no badalado bairro Roma, bem no centro da cidade. Há apenas um ano, Musk anunciou a construção de uma “megafábrica” em Monterrey, a capital industrial do norte do México. A instalação, descrita por alguns críticos como “surreal” ou digna da intervenção de um “extraterrestre”, está hospedada no Colima 71, um estabelecimento que fica no meio do caminho entre um hotel clássico e um centro de arte.
“US$ 40.000 desapareceram em instantes”
Um vídeo mostra o momento em que a cabeça esmaga gradualmente o teto do carro. As baterias foram removidas para evitar qualquer incidente.
O desafio seguinte foi encontrar o bloco de pedra. Originalmente pesando 12 toneladas, a rocha diminuiu para nove toneladas depois que o artista esculpiu o crânio, os olhos enormes e os lábios grossos.
A diretora artística do hotel Colima 71, onde a escultura está exposta, Margarita Ongay, diz que “se apaixonou pelo trabalho” do artista. “O que eu sinto quando vejo isso? O que Tesla significa para mim? O que significa ter uma fábrica da Tesla em Monterrey? O que Musk inspira em nós?”, questiona.
De forma provocativa, o escultor diz que não se importaria se US$ 40.000 se transformassem em fumaça porque “o dinheiro não era meu”. “Essa é a maravilha da arte: você pode comprar essas coisas enormes”. No México, a arte “VIP” (vídeo, instalação, performance) é denunciada como uma farsa pela crítica Avelina Lésper, que publicou um ensaio em 2022 contra “a fraude da arte contemporânea”. A VIP é uma “arte espúria sustentada pela mediocridade, especulação econômica e favoritismo”, ataca a jornalista mexicana.
“Se uma obra de arte toca você o suficiente para sentir ou pensar, acho que ela cumpre seu objetivo, e não há muita dúvida sobre preço ou custo”, afirma Ongay diante de possíveis críticas ao trabalho de Mármol. A ideia, é claro, é que a imagem provocativa do Tesla esmagado chegue até Elon Musk. “Seria incrível para ele ver seu carro nesse estado”, sorri a diretora artística.
(Com AFP)