(Bloomberg) — A Volkswagen planeja investir R$ 9 bilhões no Brasil de 2026 a 2028, para eletrificar seus carros no país com uma nova plataforma híbrida e novos modelos.
“O novo projeto de investimento alcançará todas as quatro fábricas da empresa no Brasil — Anchieta, São Carlos, Taubaté e São José dos Pinhais”, disse o CEO da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom, durante apresentação na noite de quinta-feira.
A montadora alemã, que quer aumentar sua lucratividade na região, anunciou a iniciativa uma semana depois que a General Motors divulgou planos de investir R$ 7 bilhões no Brasil até 2028. A Stellantis também deverá anunciar seus planos para o país até ao final de fevereiro. Novos investimentos da indústria automotiva no país ocorrem após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicar, em dezembro, as novas diretrizes para estimular e acelerar a transição energética.
Volkswagen Temporarily Suspends Car Production In Brazil
O programa nacional de Mobilidade e Inovação, chamado de “Mover”, inclui requisitos de sustentabilidade da frota e incentivos fiscais para empresas que investirem na descarbonização e na produção de novas tecnologias. O programa visa promover a ampliação dos investimentos em eficiência energética, incluindo requisitos mínimos de reciclagem para a fabricação de veículos e cobrar menos impostos de quem polui menos. A iniciativa oferecerá mais de R$ 19 bilhões em incentivos fiscais para empresas investirem em descarbonização.
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O novo investimento da Volkswagen soma-se aos R$ 7 bilhões anunciados para o ciclo atual, de 2022 a 2026. Nos próximos quatro anos, a montadora planeja lançar 16 novos produtos no mercado brasileiro.
Desse total, dois novos carros serão produzidos na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, a mais antiga unidade da empresa no país. Taubaté receberá um veículo novo, enquanto São José dos Pinhais fará uma nova picape. A fábrica de São Carlos fabricará um novo motor, “mais tecnológico e eficiente”, segundo Possobom.
“Vamos trazer alguns carros elétricos importados, mas não vamos produzir nenhum carro elétrico ainda, isso será um outro anúncio a ser feito”, disse Possobom.
Ao contrário de outros mercados, o Brasil utiliza o etanol para reduzir emissões há pelo menos 40 anos, e agora o biocombustível surge como uma alternativa de transição para a eletrificação plena do país. Em vez de investimentos massivos em fábricas de baterias para carros 100% elétricos, as montadoras buscam desenvolver modelos híbridos, que combinam um motor elétrico em conjunto com outro a combustão, porém flex. A Toyota foi pioneira mundial no desenvolvimento de uma solução flex-híbrida, comercializando modelos com essa opção desde 2020 no Brasil.
“Vamos trazer alguns carros elétricos importados, mas ainda não vamos produzir nenhum carro elétrico e isso será mais um anúncio”, disse Possobom.
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