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Museu de carros raros no interior de SP reúne de Ferrari a Rolls-Royce

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As duas Lamborghini logo à frente da enorme porta de entrada, uma Diablo amarela, ano 1991, e outra Countach vermelha, 1987, testam o fôlego do visitante. Elas estão entre mais de uma centena de objetos de sonhos estacionados ou pendurados no Dream Car, museu de veículos antigos e raros, com inauguração prevista para este sábado (9) em São Roque (a 66 km de São Paulo).

Construído em em uma área total de 100 mil m², o complexo na turística Estrada do Vinho conta ainda com parque de diversões, shopping com área de alimentação, salão de festas e igreja. Futuramente terá quatro restaurantes, uma pista de kart e um museu de miniaturas.

Mas a vedete é a garagem onde estão 85 carros antigos e lendários, 20 motos, 40 bicicletas, caminhões, ônibus e tratores (um deles, aliás, da marca alemã Porsche), além de réplicas do MP4/8, a McLaren pilotada por Ayrton Senna na temporada 1993 da Fórmula 1, e de um Coopersucar, com autógrafo do ex-piloto Wilson Fittipaldi.

Os ingressos para o museu custam a partir de R$ 49.

Parte do acervo pertence ao empresário Marcelo Elias, 63, dono do local, que admite nunca ter gostado de “carro velho”. A história mudou quando uma pessoa ofereceu um Chevrolet Bel Air, de 1954, para pagamento de uma dívida, na década passada.

“Aceitei quando percebi que poderia nem ter [o veículo antigo] como pagamento do que me deviam”, afirmou Elias na última quarta-feira (5), enquanto caminhava entre os carros já alinhados nos respectivos lugares e no ritmo frenético dos últimos detalhes de obra no shopping ao lado para a inauguração.

O Bel Air nem está mais com o empresário, mas a coleção nascida a partir dele, que passou a não caber mais na garagem que construiu em sua casa, é hoje um dos maiores acervos do país e virou museu.

A ideia era montar um espaço, com café, para visitação de turistas que vão a São Roque para almoçar no fim de semana, mas o projeto cresceu. O empresário não revela o investimento e a expectativa é que além de visitantes tradicionais, o complexo atraia colecionadores. Antes mesmo da inauguração, nas últimas semanas, donos de carros Chrysler e Ferrari se reuniram ali.

PARA SONHAR ACORDADO

Vá com calma visitar o museu, pois nos 2.000 m² de área coberta estão estacionadas lendas da indústria automobilística mundial.

Logo no começo da caminhada pelos corredores que cheiram a oficina mecânica, mate saudade das histórias de família da década de 1950 passadas na TV, ao ficar diante de uma impecável “perua” Bel Air Nomad cinza, de capota branca.

Também no início da exposição estão um dragster, equipado com uma turbina de avião que rouba praticamente todo o interior, e um Plymouth Superbird 1970 amarelo, ícone das corridas da Nascar americana —seu motor V8 preparado desenvolve mais de 500 cv.

Entre as Ferrari expostas, há uma Testarossa, que fez história na década de 1980 —existe a expectativa de o museu receber nos próximos dias um exemplar da Dino, uma das mais importantes da história da marca italiana.

Na coleção de Porsche, atente para um 911 azul, ano 1979, ainda usado vez ou outra pelo dono do museu. Na mesma fila, repare no Mercedes SL190 da década de 1960. Foi nele que no último dia 5 de novembro o inglês Lewis Hamilton desfilou com a bandeira brasileira nas mãos, na volta de apresentação dos pilotos em Interlagos, para Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1.

Aliás, o Dream Car tem outras raridades que desfilaram pelo autódromo paulistano com as estrelas da corrida, como um Shelby Cobra (Yuki Tsunoda) e um Nash, ano 1929 (Lando Norris), entre outros.

Há raridades, como um microcarro alemão de três rodas Messerschmitt, de 1955, um BMW Isetta, um Cadillac de 1906 e um Rolls-Royce Silver Cloud, de 1957.

Tão longe, pela disparidade de seus projetos, Honda N600 e Jaguar E Type 4.2 estão praticamente lado a lado no museu de São Roque.

Dos clássicos americanos, a lista soma quatro Corvette —inclusive um Stingray— dois Cadillac (1958 e 1959) e um Ford Thunderbird de 1954, que transformaria qualquer um em galã de cinema.

Aliás, referências das telonas se espalham pelas fileiras do museu. A coleção de Mustang tem um Shelby GT 500, o “Eleanor”, como ficou conhecido o esportivo da Ford pilotado pelo ladrão de carros interpretado por Nicolas Cage em “60 Segundos”.

O Plymouth Fury vermelho e branco é igual ao protagonista em “Christine, o Carro Assassino”.

A Ferrari GTS 308, ano 1978, é a mesma que Tom Selleck acelerava no seriado “Magnun”, mas amarela (a da TV era vermelha).

Podem nunca terem sido fabricados tradicionalmente, mas o Batmóvel igual ao “guiado” pelo Batman todo os dias na década de 1970 na TV Bandeirantes, o Match 5 —do seriado japonês “Speed Racer”—, e o Lightning McQueen, o valente protagonista de corrida inspirado no Corvette C6, do desenho “Carros”, estão lá no museu.

“Essas réplicas foram feitas em São Paulo e devem ser atrações para a garotada”, afirmou Elias. Segundo ele, Batmóvel e Match 5 tiveram de ser montados a partir de dois Chevrolet Opala. O McQueen, foi originado de um Ford Escort.

Dos carros fabricados no Brasil, o visitante verá Volkswagen SP2, Gol GTS e Passat Pointer, Ford Maverick e Landau, e os Chevrolet Opala e Monza, além de uma Kombi numa versão estilizada com “vidros rebaixados”.

Durante a visita da reportagem, funcionários do museu descarregavam quatro bombas de gasolina da década de 1930 que seriam espalhadas pelo salão.

Na porta, do lado de fora, o tigre da marca de combustíveis Esso em um posto de gasolina retrô dá boas-vindas e indica que ali fica o “parque de diversões” dos adultos, a “Disneylândia dos cinquentões”. O das crianças, com roda gigante e carrossel, é mais ao lado.

DREAM CAR MUSEUM

Onde: Estrada do Vinho, 7.901, bairro Canguera, São Roque (SP)

Horários: de terça a domingo, das 9h às 21h

Ingressos: A partir de R$ 59,94 (preço promocional). Podem ser comprados nas bilheterias do local ou pela internet

Estacionamento: R$ 20 (capacidade para mil carros)

Atrações: Museu com 145 veículos, kartódromo (a partir de janeiro de 2024), parque de diversões, 23 lojas, lanchonetes, 4 restaurantes (ainda em obras), salão de eventos e igreja

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