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O recado foi dado por Roberta Mädke, gerente de responsabilidade social da Ford América do Sul: até 2025, o déficit no mercado de tecnologia no Brasil será de 525 mil profissionais. O alerta tem como base levantamento da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom). E para ajudar a evitar um apagão tecnológico no País, a Ford revelou na quarta-feira (30), em São Paulo, o lançamento do , programa social que visa capacitar pessoas de baixa renda para o segmento. O anúncio aconteceu durante a inauguração do Ford Academy, centro multifuncional da marca situado na unidade Ipiranga do Senai-SP. “É indiscutível que o acesso à educação de qualidade é um diferencial de uma grande nação”, disse Daniel Justo, presidente da Ford América do Sul. “Nós, como Ford, teremos papel fundamental em começar a esse movimento. E o Ford é o primeiro passo.” Desenvolvido pela Ford Brasil, em parceria com o Senai, o programa servirá de ponte entre o setor de tecnologia, que segue em expansão, e pessoas de baixa renda sem acesso a empregos de qualidade por falta de capacitação. Segundo a pesquisa Escassez de Talentos 2022 realizada pelo ManpowerGroup com mais de 40 mil empregadores em 40 países, o Brasil está entre os dez com maior dificuldade em preencher vagas qualificadas, principalmente no segmento de Tecnologia da Informação & Dados. Para Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford América do Sul, a educação é a principal ferramenta para o acesso a empregos de qualidade. O executivo se disse impossibilitado de revelar o montante investido pela Ford no projeto e no Ford Academy.
Em 2023, serão oferecidas 200 vagas no programa, que será totalmente gratuito e não irá exigir conhecimento prévio de tecnologia. A primeira turma, a partir de janeiro, será composta por 80 pessoas. Em seis meses, os alunos vão participar de 440 horas de aulas presenciais ministradas por professores do Senai-SP, parceiro estratégico da Ford. Além da formação em front-end, porta de entrada no mercado de tecnologia, o cronograma inclui, por exemplo, aulas de inglês técnico e lógica.
Os alunos terão ajuda de custo em torno de R$ 350 para alimentação e transporte, além de suporte pedagógico e assistência social. “No final, os estudantes receberão um certificado e alguns serão selecionados para uma etapa adicional de aprendizado, a formação back-end”, disse Roberta, também gerente de comunicação da Ford América do Sul. “Eles terão ainda apoio de um time de especialistas na busca de oportunidades de trabalho e preparação para entrevistas.” Os pré-requisitos para participar são ter 18 anos ou mais, ensino médio completo, renda familiar de até quatro salários mínimos e morar na região metropolitana de São Paulo.
TRANSFORMAÇÃO O espaço no Ipiranga serve como centro de difusão de novas tecnologias, serviços, treinamento e experiência do consumidor. Para Justo, presidente da América do Sul, o momento é de grande transformação na indústria da mobilidade, com a eletrificação, digitalização, conectividade, novos hábitos de consumo, além das demandas sociais e ambientais. “Acredito que a empresa que vai ter sucesso no futuro da mobilidade será a que tiver capacidade de inovação, de visualizar e criar o futuro, além de foco extremo no cliente”, afirmou.
O Ford Academy, segundo o executivo, dá à montadora a possibilidade de estar muito próxima e de entender os problemas do cliente, difundir tecnologias, treinar e formar talentos que vão tornar a jornada do consumidor melhor, tanto no novo espaço como nos concessionários. “O espaço nos permitirá desenvolver soluções para o futuro e avançar na inovação com foco no consumidor.”
A inauguração do Ford Academy reflete também a importância da participação da operação brasileira no mercado global da marca após o fim da produção no País, em 2021. A empresa manteve em atividade o centro de desenvolvimento e
tecnologia sediado na Bahia, onde 1,5 mil engenheiros atuam em projetos com o desenvolvimento de produtos, patentes, tecnologias e softwares. A estrutura inclui o campo de prova de Tatuí, no interior paulista. O centro funciona como um negócio autossustentável, e a montadora estima faturar R$ 500 milhões em 2022 com a unidade.
PRODUTO Ainda na quarta-feira, a Ford exibiu a Maverick Hybrid, que tende a se tornar a primeira picape híbrida do Brasil, com autonomia total combinada de até 800 quilômetros. Segundo o presidente, o lançamento ocorrerá no primeiro trimestre de 2023, ano em que promete trazer outros dois modelos eletrificados ao Brasil: o Ford Mustang Mach-E e o Ford E-Transit, 100% elétricos. Os preços serão divulgados apenas na apresentação dos veículos.
