(Bloomberg) — Toyota Motor Corp., pioneira global em lançar veículos híbridos-flex, vai elevar a aposta nestes modelos com o anúncio de um investimento de R$ 11 bilhões em suas operações no Brasil entre 2023 e 2030. A montadora japonesa usará os recursos para ampliar a capacidade de produção no país de modelos e motores com a tecnologia híbrida-flex.
Do montante total, R$ 5 bilhões estão confirmados até 2026 e incluem a produção de um novo veículo compacto híbrido-flex, já anunciado no ano passado com previsão de produção para 2025, além de outro modelo com a mesma tecnologia, desenvolvido especialmente para o Brasil, segundo comunicado distribuído nesta terça-feira. Plano também prevê a montagem de baterias na fábrica de Sorocaba (SP) a partir de 2026 para equipar os veículos híbridos já produzidos localmente.
“Estamos fazendo uma série de reformas estruturais há bastante tempo para melhorar a competitividade da empresa. E dentro dessa competitividade se faz necessário o lançamento de novos produtos”, disse Evandro Maggio, presidente da Toyota do Brasil, em entrevista. “Temos uma vertente que é o novo produto e temos uma vertente que é o atendimento da capacidade, que geram esse fluxo de investimento desse tamanho”.
O investimento da Toyota acompanha anúncios recentes de concorrentes desde o início do ano no país. A norte-americana General Motors anunciou R$ 7 bilhões, a Volkswagen R$ 9 bilhões e a Hyundai R$ 5,5 bilhões. Todas elas buscam o início da eletrificação do seu portfólio de produtos no mercado brasileiro, apostando em versões híbridas-flex, que aliam um motor elétrico e outro a combustão que pode ser abastecido com gasolina ou etanol. A Toyota foi pioneira mundial no desenvolvimento de uma solução híbrida-flex, comercializando modelos com essa opção desde 2020 no Brasil.
As multinacionais do setor instaladas no Brasil se movimentam para colocar em prática seus planos de descarbonização e redução de emissões nos veículos produzidos e vendidos localmente. A iniciativa também é uma resposta a uma nova ofensiva de marcas chinesas, como Great Wall Motor e BYD, que já anunciaram planos de produzir modelos eletrificados no Brasil.
Maggio disse ainda que um dos argumentos a favor dos novos investimentos é a expansão das exportações a partir do Brasil, com o mercado de exportação respondendo por 40% da demanda da unidade brasileira. “À medida que você vai criando a o seu poder de comercialização, a sua cobertura regional, os investimentos vão acontecendo naturalmente”.
LEIA MAIS: Setor alcooleiro poderoso inibe avanço de veículos elétricos
More stories like this are available on bloomberg.com
©2024 Bloomberg L.P.