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Teste BMW i7 xDrive60: Honra aos antecessores e luxos que acostumam

Como todo Série 7, o sedã elétrico elevou o patamar em tecnologias e conforto

teste bmw i7 xdrive60: honra aos antecessores e luxos que acostumam

O segmento premium é um dos grandes consumidores de carros elétricos. Não por uma questão de preocupação ambiental, mas pela importância que esse tipo de comprador dá para as novas tecnologias e tendências independente do preço cobrado. Para atrair este público, as marcas premium investem cada vez mais alto em novidades e produtos diferenciados.

O novo BMW i7 é isso. Da tão importante linhagem do Série 7, o sedã elétrico eleva o patamar de luxos acima do que até então o mercado oferecia justamente para este cliente que não faz uma compra racional, mas sim pelo status e fator novidade que ele oferece. O BMW i7 xDrive60 M Sport custa R$ 1.321.950 e, por incrível que pareça, pode até parecer…barato? Sim, um preço que parece justo por tudo o que ele é.

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Da sobriedade ao exagero para a China

É, concordo que o design da BMW deu uma exagerada nos últimos tempos. Gostava da sobriedade do Série 7 até a sua terceira geração (E38, de 1994 a 2001), antes da era Chris Bangle, e chegamos a um carro com uma grade enorme iluminada e faróis divididos. Os exageros, acreditem, nasceram para agradar o grande e importante mercado chinês.

Esta é a sétima geração do Série 7 (G70), pela primeira vez com uma versão totalmente elétrica – já ensaiou isso com os híbridos plug-in nas gerações anteriores. Por isso, o i7 usa a plataforma CLAR, como boa parte dos BMW maiores, mas é perceptível que apesar de ter opções a combustão no exterior, a engenharia priorizou um desenvolvimento elétrico. O capô gigantesco está ali para guardar algumas coisas da eletrônica, mas sua principal missão é guardar até um V8 4.4 em alguns mercados.

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O maior sedã da BMW tem 5.391 mm de comprimento, sendo 3.215 mm entre os eixos e não terá a famosa versão alongada pois, na boa, já nasceu assim. Sua prioridade, como sempre, são os ocupantes, que no caso do i7, se aproveita da possibilidade de avançar ou recuar ao máximo os eixos para aumentar o entre-eixos. Mais uma vez, se fosse apenas elétrico em todas as versões, aproveitaria ainda mais.

Outros elementos de design também chamam a atenção no i7 além da dianteira com a grande grade e dos faróis, com direito a cristais Swarovski na composição das luzes diurnas superiores. Nas laterais, as maçanetas embutidas deixam as portas lisas e as rodas de 21″ precisam ornar com o tamanho do carro. Na traseira, as lanternas em LEDs horizontais fazem até um showzinho quando abre ou fecha o carro. Um pequeno spoiler na tampa faz parte do pacote M Sport e, obviamente, não há ponteiras de escape.

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Luzes, telas, massagens e shows

Se o design exterior não agradar o provável comprador do BMW i7, duvido que o interior não o vá cativar. O sedã elevou o luxo a um patamar superior com o que oferece de tecnologias e conforto aos ocupantes, com algumas coisas que até podemos julgar exageros, mas que acaba acostumando e mimando. Acho que aqui você vai entender os motivos para achar os preço do i7 “justo”.

Para começar, o próprio acabamento não dá espaços para questionamentos. Onde você tocar, terá couro ou algum material nobre e suave ao toque. Parte dos botões são em cristal ou tem jeito de cristal e outra parte é em alumínio (ou parece). A grade que protege os auto-falantes do sistema de som Bowers & Wilkins são em aço inoxidável e, na finalização, madeira. O teto em Alcantara e outros detalhes entregam a preocupação da BMW em reforçar a sensação de luxo do i7.

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O BMW i7 tem alguns sensores na porta e na lateral. Servem para detectar objetos ou pessoal no momento em que abre as portas automaticamente, algo que impressiona e parece besteira, mas acaba acostumando. Abra a porta, entre no carro, aperte outro e pronto. Se quiser fechar você mesmo, tem o sistema de sucção. Basta encostar que ela faz o resto. Só o fechamento que é um pouco exagerado na força que aplica.

Os bancos são peças mais complexas que apenas bancos. Há diversas regulagens, diversos tipos de massagens, aquecimento e ventilação e até parte do sistema de som integrado neles. Isso vale para todas as posições, mas as traseiras ainda reclinam e, caso esteja no lado direito do carro, reclina praticamente toda para um pacote de lounge luxuoso e confortável digno de um cinema de luxo. É, cinema.

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Na dianteira, o BMW i7 tem configuração de telas bem parecida com os demais BMW. Em uma peça curva, uma tela 12,3″ e outra de 14,9″ estão ali para o painel de instrumentos e sistema multimídia, respectivamente, com espelhamentos sem fio e diversas funções do carro, como escolher as cores dos LEDs, que também fazem um papel de comunicação com o motorista. Na traseira, a jogada é outra.

Em cada porta, uma tela de 5″ serve para comandos de bancos, ar-condicionado (de 4 zonas), cortinas das janelas e sistema de som, entre outros. Do teto, desce uma tela de 31,3″, 8K de resolução, com FireTV, da Amazon, integrado. Ou seja, basta baixar o aplicativo do streaming que você usa – o carro tem um pacote de internet 5G integrado – e curtir. Sim, eu aproveitei uma noite na garagem para ver um bom filme com o sistema de som de alta definição, bancos reclinados, cortinas fechadas, massagem, pipoca e refri.

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Não tem como reclamar do carro que tem quase uma sala de cinema de luxo, com direito a massagem e 36 auto-falantes. Entre diversos modos, você pode relaxar com a ajuda da massagem, luzes e som, ou aproveitar a luz do sol pelo teto em vidro com LEDs para se energizar ou, melhor, configurar algum modo específico de combinação de todos os fatores. Os passageiros estão bem, mas o motorista não reclamará.

Luxo? Sim! E 100 km/h em 4,6 segundos

A BMW não esqueceu de fazer um carro além das tecnologias de conforto. São 544 cv e 76 kgfm de torque no conjunto completo – 258 cv e 37,2 kgfm no dianteiro e 313 cv e 38,7 kgfm no traseiro – alimentados pelo conjunto de baterias de 105,7 kWh (101,7 kWh úteis) que podem ser recarregadas a até 22kW em AC e 195 kW em DC.

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Aqui entra o silêncio e suavidade do carro elétrico em todo o conjunto do BMW i7. Ainda existe a preocupação de ter isolamento acústico bem refinado pela carroceria e vidros duplos nas portas, mas não ter a vibração ou barulho do motor a combustão praticamente isola o interior do sedã do mundo exterior que se não for suficiente, ainda tem cancelamento de ruídos no sistema de som.

Para quem dirige, o BMW i7 entrega força mesmo em modo mais eficiente. A programação entrega a potência de forma linear, com um acelerador mais anestesiado, o que acaba ajudando também no conforto. O motorista tem todos os confortos já citados e a coluna de direção com ajustes elétricos para achar a melhor posição. E se quiser, dá para manobrar pelo app no telefone de fora do carro.

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A suspensão do i7 é o que o transforma. De um lado, os amortecedores adaptativos e molas a ar deixam a movimentação das rodas no asfalto longe da carroceria, onde pouco se sente mesmo no pior pavimento e, se era esperado um carro que reclamaria principalmente com as rodas de 21″ pela sua origem, temos um conjunto que só vai dar algum sinal em algo mais agressivo. Isso é ajustável pelo modo de condução selecionado. Quem está dentro do i7 está realmente isolado do mundo.

E como sempre encontramos em modelos premium, o seletor de modos de condução faz milagres. Para aproveitar os 544 cv, o i7 tem um modo mais esportivo. A forma com que ele manda potência para as rodas fica mais brutal e um acelerador mais sensível. A suspensão assume um ajuste mais firme, a direção fica mais pesada e direta e um “ronco” surge no interior – este desenvolvido por Hans Zimmer, compositor alemão premiado por diversas trilhas de filmes.

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Encoste no acelerador e ele te gruda no banco. Se torna um executivo meio revoltado ou atrasado, chegando aos 100 km/h em 4,6 segundos em nosso teste, além de retomadas na faixa dos 2 segundos. Andando rápido, nem parece o sedã enorme de 2.640 kg que, com o peso das baterias no assoalho, faz curvas como manda um…BMW. O eixo traseiro direcional te ajuda nas manobras, mas também é uma arma nas curvas rápidas. Só não sei se é recomendável andar assim com o passageiro traseiro aproveitando o cinema.

A bateria do BMW i7 não é pequena, com mais de 100 kWh. Com alto peso a potência, eficiência não é a palavra-chave do sedã de luxo que, em nosso teste, ficou com 4,2 km/kWh em ciclo urbano, ou uma autonomia de 428 km. É um bom número pelo uso do carro, mas só foi possível com a enorme bateria, que ao menos é recarregável em até 195 kW. Se vai ter um, é bom ter ao menos o carregador de 22 kW em casa.

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Motorista ou passageiro, uma referência em carro

Como o Série 7 sempre fez, esta geração não foi diferente. Além, trouxe um carro elétrico para a linha que complementou as qualidades que o sedã topo de linha da marca alemã sempre trouxe. Para o motorista, desempenho de sobra, boa dinâmica, os assistentes de condução mais modernos e muito conforto. Para os passageiros, luxos e mimos indo além do que qualquer carro do segmento oferece até o momento.

Você e eu podemos discutir sobre o design, mas o que ele oferece é algo que não poderíamos imaginar em um carro há alguns anos. Ainda é o BMW Série 7 de sempre, indo além como todas as gerações fizeram. Sobre seu preço? Como eu queria ser o CEO de alguma multinacional para conduzir ou ser conduzido, vendo meu filminho ou curtindo os 544 cv.

Fotos: Mario Villaescusa (para o InsideEVs)

BMW i7 xDrive60

Motor elétrico síncrono com imãs excitados; um por eixo

Potência e torque 544 cv e 76 kgfm de torque no conjunto – 258 cv e 37,2 kgfm no dianteiro; 313 cv e 38,7 kgfm no traseiro

Transmissão automática de marcha única; tração integral elétrica

Suspensão Duplo A na dianteira, multilink na traseira com molas pneumáticas; rodas de 21″ com pneus 285/35

Bateria 105,7 kWh (101,7 kWh úteis)

Tempo de recarga 22kW em AC e 195 kW em DC

Comprimento e entre-eixos 5.391 mm; 3.215 mm

Largura 1.950 mm

Altura 1.544 mm

Peso 2.640 kg em ordem de marcha

Capacidades porta-malas: 500 litros

Preço de entrada R$ 1.321.950

Aceleração 0 a 60 km/h: 2,6 s; 0 a 80 km/h: 3,5 s; 0 a 100 km/h: 4,6 s

Retomada 40 a 100 km/h (em S): 2,9 s; 80 a 120 km/h (em S): 2,5 s

Autonomia elétrica cidade: 4,2 km/kWh (428 km)

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BMW i7 xDrive60

  • Motor elétrico: síncrono com imãs excitados; um por eixo
  • Potência e torque: 544 cv e 76 kgfm de torque no conjunto – 258 cv e 37,2 kgfm no dianteiro; 313 cv e 38,7 kgfm no traseiro
  • Transmissão: automática de marcha única; tração integral elétrica
  • Suspensão: Duplo A na dianteira, multilink na traseira com molas pneumáticas; rodas de 21″ com pneus 285/35
  • Bateria: 105,7 kWh (101,7 kWh úteis)
  • Tempo de recarga: 22kW em AC e 195 kW em DC
  • Comprimento e entre-eixos: 5.391 mm; 3.215 mm
  • Largura: 1.950 mm
  • Altura: 1.544 mm
  • Peso: 2.640 kg em ordem de marcha
  • Capacidades: porta-malas: 500 litros
  • Preço de entrada: R$ 1.321.950
  • Aceleração: 0 a 60 km/h: 2,6 s; 0 a 80 km/h: 3,5 s; 0 a 100 km/h: 4,6 s
  • Retomada: 40 a 100 km/h (em S): 2,9 s; 80 a 120 km/h (em S): 2,5 s
  • Autonomia elétrica: cidade: 4,2 km/kWh (428 km)

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