Apesar no anúncio do novo programa de descontos em carros populares do governo federal, montadoras de automóveis no Brasil planejam paralisar algumas linhas de montagem a partir da próxima semana. Entre elas, estão Hyundai, em Piracicaba (SP), a GM (General Motors), em Gravataí (RS) e em São José dos Campos (SP) e a Renault, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Segundo a reportagem, a Hyundai interrompeu a produção do carro HB20 na 3ª feira (6.jun.2023), em sua fábrica no interior paulista. Todos os turnos de trabalho e departamentos administrativos tiveram as atividades suspensas por 3 dias e devem retornar à atividade depois do feriado de Corpus Christi, na 2ª feira (12.jun).
Na empresa, foram determinadas férias coletivas durante a próxima semana, entre 12 e 16 de junho, para as fábricas de veículos de passeio, motores e injeção de alumínio. O retorno está previsto para a 2ª feira seguinte (19.jun). Segundo o Estadão, a montadora deixará de produzir cerca de 3.800 carros durante a paralisação.
Ainda de acordo com a empresa, também será necessária a aplicação de “lay-off”, termo usado para a suspensão dos contratos de trabalho, para cerca de 1.000 colaboradores. Para aqueles que trabalham com veículos de passeio, o período terá início em 3 de julho. Já para os que trabalham com motores e injeção de alumínio, a medida tem início em 10 de julho. Para ambos, terá duração de 2 a 3 meses.
O Poder360 entrou em contato com a General Motors e com a Hyundai, mas não obteve resposta até a publicação deste post. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
MP DOS CARROS
As paralisações acontecem logo depois do início da implementação do programa do governo voltado ao barateamento de caminhões, ônibus e carros populares. A MP (Medida Provisória) 11.175/23 foi publicada na 3ª feira (6.jun) no DOU (Diário Oficial da União).
Na avaliação do presidente da Associação, Márcio Lima Leite, um dos motivos do aumento foi a expectativa criada pela aprovação do programa de descontos.
Pelas estimativas da Anfavea, cerca de 100 mil a 110 mil automóveis e comerciais leves deverão usufruir dos descontos de R$ 2.000 a R$ 8.000, “antes do esgotamento do teto de R$ 500 milhões em créditos tributários disponibilizados pelo Ministério da Fazenda”.
No entanto, em nota emitida pela associação, ela estima que os descontos do governo não devem durar mais que 1 mês, “bem antes dos 4 meses de prazo estipulados pela MP”, afirma. Eis a íntegra (187 KB).