Uma das mudanças técnicas trazidas pela Fórmula 1 foi o aumento do assoalho em 15mm em relação ao solo, para evitar a volta dos quiques dos carros com o novo regulamento e o efeito solo. No entanto, essa nova especificação técnica afetou negativamente a McLaren, que vinha desenvolvendo um conceito aerodinâmico totalmente diferente.
A nova regra do assoalho estabelecida pela F1 foi de 15mm de altura na borda exterior com uma deflexão vertical que não supere os 5mm quando aplicada uma carga de 250N na direção descendente e ascendente. Em linhas gerais: isso tornou a peça mais rígida. Se for comparar com 2022, esses valores eram de 8mm e 12mm, respectivamente. Essas especificações foram aceitas por todas as equipes, mas James Key, diretor-técnico da McLaren, afirmou que as novas regras fizeram uma diferença enorme, ao menos na vida do time de Woking.
A McLaren vinha com um conceito aerodinâmico diferente da maioria das equipes (Foto: McLaren)
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“Se você olhar para o ano passado, havia dois campos começando a se desenvolver. Um em que estávamos e outro em que provavelmente a maioria das equipes estava. E quando demos aquele passo [os 15mm], foi um golpe muito grande para nós”, lamentou.
“Tivemos de mudar totalmente de direção com essas geometrias, o que é uma grande mudança, porque são projetos muito grandes e complexos. Então, acho que o timing do regulamento e o fato de termos sofrido um golpe particularmente grande e que claramente não daria para ser resolvido facilmente, significaram que tivemos de mudar de direção bem tarde”, explicou o diretor-técnico.
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Além do assoalho, a altura do funil do difusor também foi aumentada, com cuidados para evitar qualquer impacto nos projetos dos componentes mecânicos das equipes. A rigidez da borda do difusor foi aumentada e um sensor adicional se tornou obrigatório para monitorar o fenômeno de forma mais eficaz. Key afirmou que a equipe tentou desenvolver isso até a estreia no Bahrein, mas, pelo pouco tempo que tinham, não conseguiu.
“Demora um pouco para desenvolver essas coisas. Tentamos para a corrida, mas não deu pra amadurecer o suficiente. A taxa de desenvolvimento sobre isso é muito maior do que a que tínhamos. Se o regulamento tivesse sido mais cedo ou se tivéssemos nos dado conta da necessidade de fazer uma coisa diferente quatro semanas antes, não estaríamos falando sobre isso agora. É uma pena, mas estamos onde estamos, e nós nos recuperaremos”, concluiu.
A Fórmula 1 volta na semana que vem, com a segunda corrida do campeonato. O GP da Arábia Saudita acontece no circuito de Jedá, dos dias 17 a 19 de março.
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