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Híbrido é melhor para descarbonizar, diz presidente da Toyota

O presidente da Toyota do Brasil, Rafael Chang, 55 anos, disse que os carros híbridos flex, que podem ser abastecidos com gasolina ou etanol, são a melhor opção no país para a descarbonização.

Esses modelos usam baterias que se recarregam com o movimento do veículo, portanto consomem menos combustível. “É a combinação perfeita para este momento”, afirmou. Ele falou também de reforma tributária, política monetária, exportações e outros temas (leia mais abaixo).

Assista à íntegra da entrevista (31min07s):

A vantagem dos carros híbridos é que não dependem de locais de conexão com o carro à rede elétrica para recarga rápida. O Brasil tem 41.000 postos de combustíveis. Quase todos oferecem o etanol, um combustível renovável.

A previsão da Toyota há 10 anos era que os híbridos representariam 20% das vendas no país para os modelos em que são oferecidos. Mas a participação supera isso de longe: está em 40%. Embora o preço dos carros seja mais alto, há economia com o abastecimento de combustível.

Nos EUA, o presidente Joe Biden anunciou em 2022 um plano de US$ 900 milhões para ampliar a rede de abastecimento de carros elétricos com carga rápida. O uso de híbridos flex no Brasil dispensa esse investimento.

Menor uso de lítio

Os carros 100% elétricos têm outra desvantagem: precisam de muito mais baterias, que contêm lítio, um mineral raro. Um modelo sedan desse tipo usa 50 vezes o total de lítio necessário em um modelo híbrido. No caso de outros modelos, como SUVs, pode chegar a 90 vezes. Quando termina sua vida útil, o lítio pode ser prejudicial ao meio ambiente ao ser descartado.

O lítio é necessário também para a produção de chips. As reservas do mineral estão sendo exploradas de forma intensa. Há previsões de que em 2030 a oferta seja suficiente para só 2/3 da demanda total.

Chang disse que a Toyota pesquisa alternativas para a sustentabilidade dos carros. Um exemplo é o hidrogênio verde, que também usa o etanol. A ideia é que tenha capacidade de converter diretamente o etanol em hidrogênio. Outra opção é que existam aparelhos de conversão nos postos de abastecimento. Nesse caso, os tanques dos carros teriam só hidrogênio.

Chang afirmou que diferentes alternativas poderão conviver. “Em uma área densamente urbana por exemplo, faz sentido usar carros 100% elétricos”, afirmou.

Defesa da política monetária

Chang é peruano. Trabalhou no país e no Japão, sede mundial da Toyota. O Banco Central do Peru é independente desde 1993, o que Chang avalia como essencial para blindar a economia de influência política.

Ele disse esperar a redução da taxa básica de juros no Brasil, atualmente em 13,75% ao ano. Isso poderá favorecer o consumo e o crescimento econômico. Mas afirmou que também é preciso levar em conta a necessidade de reduzir a inflação.

“Sem dúvida a taxa de juros é uma variável importante na economia, mas precisamos entender que as taxas de juros têm também relação importante com a inflação. Manter o balanço das variáveis é importante para nós. A inflação tira o poder aquisitivo da população”, afirmou.

Incentivo exige cuidado

O governo discute internamente um programa de renovação de frota de veículos no país que deverá incluir incentivos fiscais. Chang disse que é preciso evitar, por exemplo, que o programa venha a favorecer só modelos pequenos. “Não podemos voltar à época em que o brasileiro tinha acesso só a um carro básico”.

Chang defendeu a aprovação da reforma tributária pelo Congresso. Disse que isso poderá resultar no aumento da eficiência das empresas brasileiras e na redução dos preços de produtos de forma ampla. Isso permitirá exportar mais. “A simplicidade vai trazer essa competitividade”, disse.

Atualmente, 40% da produção da Toyota é vendida a outros países. O Corolla Cross é vendido para 22 países na América Latina.

Os componentes produzidos no país representam 70% da produção total. Há fábricas de carros em Sorocaba (SP) e Indaiatuba (SP). Em Porto Feliz (SP) são produzidos motores para produção das outras fábricas brasileiras e para exportação, inclusive para os EUA. As fábricas estão no nível máximo de produção.

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