Automobilismo

Esportes

Ferrari

Fórmula 1

GUIA 2023: Ferrari tem dever de sustentar briga por título após fiasco na F1 2022

guia 2023: ferrari tem dever de sustentar briga por título após fiasco na f1 2022

A Fórmula 1 contou com uma Ferrari aguerrida na temporada 2022. Após anos dois anos de limbo, muito longe do duelo pelas vitórias, a equipe italiana deu um salto inegável de qualidade e começou o ano dando impressão de que era capaz de incomodar quem fosse andar na ponta do grid. Por um tempo, de fato, foi. Mas as coisas desmoronaram na segunda parte do campeonato. Portanto, há uma obrigação a ser cumprida: sustentar a briga pelo título ao longo de todo o ano.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

O começo do ano é de boa confiança e otimismo latente pelos lados de Maranello. O carro projetado ainda ao longo do ano passado é bom e a equipe e seus componentes acreditam ser uma evolução ao já forte conjunto do ano passado. Podia pegar na confiabilidade, mas tinha desempenho. De acordo com a equipe, foi justamente a confiabilidade a atacada e, em boa parte, resolvida para o campeonato vindouro.

“A confiabilidade foi nosso calcanhar de Aquiles na última temporada”, definiu Enrico Gualtieri, chefe dos motores. “Por isso, trabalhamos durante o inverno (europeu) para resolver esses problemas e alcançar o nível de confiabilidade esperado”, completou.

“Focamos no motor de combustão interna e nos motores elétricos. Ao mesmo tempo, tentamos capitalizar a experiência adquirida na pista em 2022. E, então, analisamos todos os comentários e sinais de fraqueza dos componentes das unidades de potência usadas. Também revisamos, quando necessário, nossos procedimentos de montagem”, concluiu.

É claro que o desempenho dominante da Red Bull nos testes coletivos de pré-temporada diminui a animação prévia que visitava a Ferrari e sua vasta torcida, mas a confiança não parou mesmo assim. Nem mesmo vinda do chefe.

guia 2023: ferrari tem dever de sustentar briga por título após fiasco na f1 2022

Vasseur substitui Mattia Binotto em 2023 na Ferrari (Foto: Scuderia Ferrari Press Office)

Com relação à nova chefia, está aí outro ponto que rende otimismo. É natural que seja assim quando muda o chefe, sobretudo quando quem saiu deixa a cena tão fortemente criticado. Com Frédéric Vasseur, profissional com muito mais experiência à frente de equipes de corrida que Mattia Binotto, há a noção de que se trata de alguém que sabe bem como é fazer isso. É preciso viajar 30 anos no tempo, para Jean Todt no início da década de 1990, para encontrar quem chegasse com tanta experiência para comandar a Ferrari.

Vasseur chegou prometendo mudar, mas não revolucionar. Importante alterar paradigmas e profissionais na área de estratégia, tornar os carros mais confiáveis e solidificar o crescimento dos últimos anos. Até isso, porém, destaca que só é possível mudar na força do conjunto.

“Tentar sempre melhorar cada área é um DNA do nosso esporte”, falou Vasseur. “Não somente da Ferrari, ou de um departamento: devemos sempre buscar fazer amanhã um trabalho melhor que o de hoje. No que diz respeito à estratégia e gerenciamento de pneus, é uma discussão que envolve todas as áreas da equipe”, afirmou.

“Faremos algumas mudanças, mas, como eu disse anteriormente, as pessoas só enxergam a ponta do iceberg. Quando falamos de estratégia, geralmente queremos nos referir somente ao estrategista, mas a estratégia não é uma pessoa apertando um botão. É uma questão de software, gente na fábrica e todo um processo que se passa no pitwall. Vamos olhar para o panorama completo, não somente uma pessoa”, garantiu.

Por fim, o objetivo mais clamoroso: voltar a conquistar a Fórmula 1, algo que não acontece desde 2007 e 2008, respectivamente no Mundial de Pilotos e no de Construtores.

Ainda que publicamente Charles Leclerc jamais tenha confirmado ou ao menos falado sobre a informação, publicada pela imprensa francesa no fim do ano passado, de que piloto e Mattia Binotto mal se falavam desde o GP da Inglaterra de 2022, é fácil saber que a relação não era das melhores. O que aconteceu na ocasião de Silverstone foi uma estratégia da Ferrari que favoreceu Carlos Sainz, que já não brigava por título e vinha atrás do companheiro na corrida.

guia 2023: ferrari tem dever de sustentar briga por título após fiasco na f1 2022

Charles Leclerc vai brigar pelo título da F1 2023? (Foto: Ferrari)

Somado a isso, o fato de Binotto ter voltado atrás na afirmação de que queria brigar pelo título no ano passado quando a Red Bull começou a abrir. Uma fraqueza difícil de ser perdoada quando se está no comando de um colosso como a Ferrari. Era difícil imaginar que pudesse se recuperar no cargo.

Ainda assim, a digital do novo carro é dele. Vasseur chegou na virada do ano, tarde para tratar do projeto, e terá um efeito muito mais de organização institucional neste primeiro ano.

“O carro foi desenvolvido no ano passado, quando eu ainda estava com eles”, declarou Mattia. “Mas não é meu carro, é da Ferrari. Na Fórmula 1, não falamos sobre o individual, mas sobre o grupo. Para vencer, você sempre precisa do melhor carro”, fechou.

O carro de linhas agressivas e a animação nunca antes vista pelos dois pilotos, ambos falando que desejam o título já neste ano, dão o tom de algo que parece óbvio: mais uma vez, a Ferrari vai começar o ano muito forte. O desempenho segue lá em cima e, ao menos dentro da fábrica, acreditam que os abandonos não vão se repetir.

“Nosso objetivo para a temporada será fazer ainda melhor que na temporada passada, trazer para casa mais vitórias e ser mais consistente. O maior objetivo será vencer os dois campeonatos e faremos tudo para conseguir isso”, comentou Leclerc no lançamento da SF-23, o carro da Ferrari. “Quando você defende a Ferrari e quando é tão competitivo quanto eu tão obviamente sou, o objetivo em cada começo de campeonato tem que ser tentar conquistar o título mundial. É o que está na minha cabeça e nada toda a equipe”, afirmou Sainz.

guia 2023: ferrari tem dever de sustentar briga por título após fiasco na f1 2022

Carlos Sainz consegue se afirmar como #1? (Foto: AFP)

Aí, então, a conversa cai numa outra discussão, também imperativa para saber se a Ferrari será capaz ou não de terminar o campeonato lá no alto: a capacidade de sustentar uma briga por título. Em 2022, quando a F1 chegou ao meio do ano, a Ferrari foi incapaz de acompanhar o nível de desenvolvimento da Red Bull.

Depois de tudo cair por terra, passou a visar 2023 e abandonar de vez. Serve como justificativa, mas não traz resposta para a pergunta mais importante: tem capacidade de desafiar o desenvolvimento de Red Bull e Mercedes? O passado recente diz que não e o presente não diz nada: resta responder na pista, ao longo do ano.

Seria uma tragédia esportiva chegar à segunda parte da temporada, como no ano passado, e ver a força de performance se entregar e sair dos carros de uma vez só. Aquela versão anêmica que se mostrou a partir de setembro de 2022, engolida pela Red Bull e que ofereceu a chance da Mercedes se recuperar, não será tolerada outra vez. É hora de dar um passo final e mostrar que as decisões dos últimos anos estavam certas e precisavam somente de uma sintonia fina em vez de reconstrução completa.

Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.

TOP STORIES

Tin công nghệ, điện thoại, máy tính, ô tô, phân khối lớn, xu hướng công nghệ cập nhật mới nhất