Quase seis décadas no retrovisor. Foi em 1964, há 59 anos, que Jean Guichet e Nino Vaccarella completaram as 24 Horas de Le Mans com a 275P para o que seria, ao longo de um longo e tenebroso inverno, a última vitória da Ferrari de fábrica. É verdade que um carro da marca italiana também ganhou no ano seguinte, 1965, por uma equipe de ligações sanguíneas com a Ferrari. Mas nunca mais outra vez. O hiato, entretanto, chegou ao fim neste domingo (11), em Sarthe: Alessandro Pier Guidi completou a prova e saiu a comemorar com os parceiros James Calado e Antonio Giovinazzi, porque o #51 da Ferrari recebeu a bandeirada em Le Mans de rosto para o vento.
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Apesar da velocidade na classificação, quando os dois carros da Ferrari fecharam a duas primeiras posições – com o #50 na frente do #51 -, a Toyota seguia como plenamente favorita. Impressão reforçada logo na primeira volta, quando Sébastien Buemi, no Toyota #8, passou por ambos e tomou a dianteira. Mas a Ferrari se manteve no páreo. O Toyota #7 se envolveu em acidente ainda no começo da noite e abandonou, mas a Ferrari #50 também sofreu e se afasto da frente.
Mas a Ferrari #51 e o Toyota #8 resistiram, enquanto os carros da Peugeot sofreram, bem como os Porsche Penske e foram, um a um, deixando a briga como algo privativo entre os dois. A #51 liderava até o carro demorar a pegar, bem no começo da manhã do domingo, durante um pit-stop. Mas a Toyota teria furo de pneu depois. Entre percalços dos dois lados, a Ferrari tinha vantagem a duas horas do fim, mas era pequena. Até que, após 22 horas de corrida, Ryo Hirakawa guiava o Toyota #8, mas perdeu o controle quando catou no freio em determinado momento, rodou e bateu. A vantagem ficou em mais de 2min.
Mesmo com outra edição da dificuldade do carro pegar nos boxes, já a menos de 30 minutos do fim, Pier Guidi não sofreu tanto assim. O resultado, por mais que fosse inesperado, foi se construindo como real passo a passo. Junto do inglês Calado, Pier Guidi e Giovinazzi vibram com a glória de vencer Le Mans com as cores da Ferrari, como fizeram Vaccarella, Lorenzo Bandini e Ludovico Scarfiotti ao longo da história.
A terceira colocação ficou com Cadillac #2 de Earl Bamber, Alex Lynn e Richard Westbrook, ao passo que o Cadillac #4 (Sébastien Bourdais, Renger van der Zande e Scott Dixon) e a Ferrari #50 (Antonio Fuoco, Miguel Molina e Nicklas Nielsen) fecharam o top-5. A Peugeot rendeu bem no retorno a Le Mans e lutou pela liderança enquanto foi possível, mas sofreu com a confiabilidade.
No que diz respeito aos brasileiros, o Porsche Penske #75 de Felipe Nasr chegou a cruzar na ponta após a marca das seis horas, mas logo depois parou na pista com problema na pressão de combustível e abandonou. Assim como o Action Express #311, de Pipo Derani, que viveu dificuldades desde que Jack Aitken bateu o carro na primeira volta. No começo da manhã de domingo, o mesmo Aitken parou o bólido.
Inter Europol venceu em Le Mans (Foto: Reprodução)
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Pelos lados dos protótipos P2, que não farão parte da temporada 2023 do WEC, Fabio Scherer completou a corrida para o Inter Europol #34, que conta também com Jakub Smiechowski e Albert Costa, para assegurar a vitória com pouco mais de 15s de vantagem para quem veio atrás.
O curioso é que a equipe é orginária da Polônia, terra também do herói nacional Robert Kubica. E o conjunto que contava com Kubica, o WRT #41, terminou na segunda colocação, também com Louis Delétraz e Rui Andrade. O terceiro posto ficou com o Duqueine #30 (Neel Jani, René Binder e Nicolas Pino), enquanto o Alpine #36 (Matthieu Vaxiviere, Charles Milesi e Julien Canal) e o WRT #31 (Sean Gelael, Ferdinand Habsburg e Robin Frijns) fecharam o top-5.
André Negrão completou a prova no nono lugar da classe com o Alpine #35, que brigava pelo pódio até um dos pilotos do conjunto, Memo Rojas, ficar envolvido no acidente que tirou o Toyota #7 da corrida, ainda por volta da oitava hora. O JOTA #28, de Pietro Fittipaldi, terminou ainda atrás depois de uma série de problemas que começou no princípio da chuva, ainda no sábado, quando ocupava as primeiras posições.
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