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Entrevista exclusiva em vídeo a Francesco Bagnaia: ‘Só quero ser competitivo e tentar repetir o ano passado’

Francesco Bagnaia foi o campeão do mundo de MotoGP de 2022, concretizando um sonho de todos os pilotos de motociclismo que só um grupo restrito conseguiu alcançar até hoje – e fê-lo ao serviço da Ducati, um dos construtores de referência para qualquer italiano.

O Motorcycle Sports entrevistou em exclusivo o mais recente campeão mundial da categoria rainha, numa conversa que abordou não só a conquista, como também antecipou a temporada de 2023 e a atualidade do MotoGP. Pode ler na íntegra de seguida.

Motorcycle Sports (MS): Pecco: campeão do mundo e novo herói nacional. Qual é a sensação e algo mudou nos últimos meses?

Francesco Bagnaia (FB): É uma ótima sensação ser campeão do mundo, um sonho tornado realidade. Foi muito tempo trabalhar em mim, trabalhar no meu estilo de pilotagem, trabalhar em tudo, e então finalmente concretizei o meu objetivo. Portanto, estou muito contente e orgulhoso pelo que fizemos. Em termos de vida não mudou muito para mim porque ainda faço o que fazia antes: treino, vou às compras, tudo. É a mesma coisa e quero que seja sempre assim porque não quero ter qualquer mudança.

MS: Entras na época de MotoGP a defender o teu título. Isso teve algum impacto no teu treino de tua pré-temporada ou fizeste as mesmas coisas que fizeste em 2022?

FB: Honestamente, penso que estou a trabalhar mais arduamente do que no ano passado, porque ganhar um título é difícil, mas repeti-lo é ainda mais difícil. Portanto, só quero ser competitivo como fui no ano passado, tentar repetir o que fizemos no ano passado e ver o que acontecerá. Tenho a certeza e estou confiante que a nossa moto será competitiva, tenho a certeza de que seremos competitivos. Vejamos o que acontecerá, mas, em qualquer caso, o nosso objetivo é sermos competitivos.

entrevista exclusiva em vídeo a francesco bagnaia: ‘só quero ser competitivo e tentar repetir o ano passado’

Créditos da imagem: © Ducati

 

MS: No ano passado tiveste algumas lutas muito empolgantes com o Enea. Como vai ser este ano enquanto colegas de equipa e como esperas que a relação evolua?

FB: Será diferente. Mudo de colega de equipa pela primeira vez; desde 2019 que era o Jack [Miller]. Tinha uma relação muito boa com ele, por isso será diferente. Mas conheço o Enea muito bem desde que éramos novos com as mini-bike. Posso dizer que somos amigos, por isso talvez seja diferente no início porque é outro colega de equipa e por isso tens de entender a maneira de trabalhar. Mas a relação pode ser boa.

MS: E quem sentes que vão ser os teus maiores adversários este ano?

FB: Penso que muitos pilotos serão verdadeiramente competitivos este ano: o Enea, o [Marc] Márquez, o [Fabio] Quartararo, o Franky [Morbidelli] creio. Vários pilotos; seguramente mais de oito pilotos podem lutar pelas posições cimeiras.

entrevista exclusiva em vídeo a francesco bagnaia: ‘só quero ser competitivo e tentar repetir o ano passado’

MS: O MotoGP está a ficar cada vez mais renhido, com mais pilotos a lutarem pela vitória. O quão difícil é para um rookie dar provas na categoria na primeira época?

FB: Seguramente não é fácil. Nunca é fácil ser competitivo no início. O Fabio fez um trabalho incrível quando chegou ao MotoGP, eu tive mais dificuldades. O [Marco] Bezzecchi no ano passado também fez uma época de estreia fantástica. Com o nível que temos agora e com o nível da moto que temos agora é muito difícil estar na frente no início, mas se fores muito competitivo na tua mentalidade podes fazê-lo. O Bezzecchi e o Quartararo estavam mais preparados.

MS: Além da Ducati, também a KTM e a Aprilia estão a crescer e a tornarem-se mais forte. Achas que depois de vários anos de domínio japonês com a Honda e a Yamaha estamos a testemunhar uma mudança no MotoGP com as marcas europeias a igualarem as japonesas?

FB: É uma pergunta muito difícil de responder, porque penso que a Ducati deu passos incríveis nos últimos quatro anos. Mas eles precisam de mais consistência e encontraram-na tendo mais pilotos. Com o trabalho que eu e o Jack fizemos na equipa de fábrica, com a relação e com o ambiente, julgo que demos um passo em frente incrível. Os construtores europeus também têm um modo de trabalhar diferente. Penso que os japoneses, quando têm novas coisas para experimentar, testam muito antes de as dar à equipa. E os europeus são um pouco diferentes nessa área. Mas creio que é um círculo e será sempre assim: talvez um ano um construtor japonês seja forte outra vez, talvez no ano seguinte seja outro europeu. Por isso, é um círculo que está a acontecer.

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MS: Este ano o MotoGP terá dois novos Grandes Prémios. O calendário continua a crescer, o que representa mais semanas fora de casa e mais intensidade para todos os envolvidos. O que pensas deste calendário sempre a crescer?

FB: Penso que é bom, é um ótimo calendário. Porque no início, quando precisas de te habituar outra vez a estar fora de casa, é mais suave, e na parte final da época quando precisas de ser competitivos, quando precisas de ser consistente, é mais difícil. Por isso, prefiro um campeonato assim. Estou contente. Será completamente diferente com duas corridas por fim de semana, pelo que faremos 42 corridas este ano, será diferente. E também estou contente por ir ao Cazaquistão e a Nova Deli porque é sempre agradável experimentar novos circuitos. Só temos de ver se tudo já está bem, mas penso que será ótimo.

MS: O que pensas sobre as corridas sprint e fizeste algo diferente para te preparares para o fim de semana?

FB: É uma boa pergunta para todos os pilotos, porque toda a agenda do fim de semana é diferente. Temos de testar os pneus antes. Não sei o que esperar, mas estamos a trabalhar muito como sempre e penso que estaremos preparados para isto. Pode ser bom, porque a corrida sprint é algo em que tenho de trabalhar – dar o máximo em dez, 12 voltas, é algo de que gosto.

 

MS: Agora és campeão do mundo. Qual é o teu próximo sonho a cumprir?

FB: Não sei, honestamente. Porque toda a minha vida o meu objetivo era ganhar o MotoGP com a Ducati. E agora que o fiz tenho de mudar o meu objetivo. Mas será continuar a ser competitivo e a tentar estar sempre na frente. Se não conseguir ganhar, tenho de tentar estar sempre na frente e ver. Em qualquer caso, agora tenho um novo objetivo e penso que se trabalhar bem posso lá chegar.

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