Os embalos da MotoGP para o GP de San Marino e Riviera de Rimini foram tomados pela Ducati, que mostrou qualidade com Marco Bezzecchi e quantidade por ver cinco Desmosedici no top-10 nesta sexta-feira (8). Mas é verdade que Aprilia e KTM estão à espreita, acompanhando de perto a coreografia da marca de Borgo Panigale.
O dia começou com surpresas. Uma prova de que, se você tem uma GP22 ou GP23, você está em boas mãos. Michele Pirro, que participa do GP de San Marino como wild-card, liderou a primeira sessão de treinos livres com a Ducati — na parte da manhã, foi o único piloto na casa de 1min31s. O #51 travou disputa forte por boa parte do treino com Dani Pedrosa, também wild-card pela KTM. Algo interessante, vide os resultados do veterano em Jerez de la Frontera. E algo ainda mais notável para a marca italiana, que estará sem Enea Bastianini nas próximas três corridas.
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Dani Pedrosa foi bem com a KTM (Foto: KTM)
“É o meu segundo wild-card esta temporada, estou ansioso, é uma pista que gosto, temos coisas para fazer este fim de semana. Estamos testando algumas coisas na moto e queremos alguma informação, quando corremos contra os outros pilotos, temos muito mais experiência de corrida. Quando testo, recolho muita informação, mas, quando cor corro contra todos os outros pilotos, tenho um desafio diferente. É importante ter essa informação para a fábrica”, disse Pedrosa.
É importante ressaltar que o veterano também estreou um chassi de fibra de carbono com a RC16 #26. “Corremos o risco de olhar para uma nova tecnologia e funcionou tão bem [nos testes] que Dani e a equipe queriam correr com ela. É um projeto de teste neste fim de semana. É algo especial. Você sempre aprende mais em um fim de semana de corrida do que em um teste”, explicou Pit Beirer, diretor-esportivo da KTM.
Na parte da tarde, o treino — válido para garantir vagas diretas ao Q2 — foi mais intenso. Começou já com a VR46 e sua dupla de pilotos disputando as primeiras posições, ao passo em que a Aprilia via Maverick Viñales colocar a RS-GP entre as ponteiras. Mesma coisa aconteceu com Jorge Martín e a Pramac.
Pedrosa e Pirro seguiram fortes, mostrando que testar e conhecer as motos é, de fato, vantajoso. O piloto da Ducati apareceu menos, mas também chegou a lutar no top-5. Já o espanhol de 37 anos lutou com o pelotão da frente e de lá ninguém o tirou: finalizou na terceira posição.
Marco Bezzecchi foi o mais rápido desta sexta-feira (Foto: VR46)
No fim das contas, a briga pelo comando da tabela se deu entre Bezzecchi e Viñales. O italiano do time de Valentino Rossi rodou com cronômetro zerado em 1min30s846 e bateu o recorde da pista, derrubando Viñales para a segunda posição.
O ‘Top Gun’, no entanto, foi bem em ambos os treinos e parece embalado pelo fim de semana brilhante da casa de Noale na Catalunha — seu companheiro de equipe, Aleix Espargaró, foi 12º no treino. O espanhol de Granollers sofreu uma queda à tarde na curva 15 e teve diagnosticado um traumatismo cervical. Ele não participou da coletiva de imprensa para repousar e será reavaliado na manhã de sábado, antes do TL2.
Já a questão para Marco é a dor no braço esquerdo após o acidente que sofreu no início do GP da Catalunha. O piloto de Rimini revelou que não descarta tomar remédios para conseguir disputar a etapa e reiterou: terá de ser cauteloso.
“Estou feliz. Viñales sempre foi muito rápido, foi difícil. Estou preocupado em fazer mais voltas. Espero que meu braço melhore ou permaneça assim. Tentarei dar o meu melhor, vou ter de me controlar um pouco. Será importante aquecer bem e não exagerar, depois dar tudo de mim na classificação e na sprint. Eu esperava ter menos dor, estou com dor, mas não consigo evitar”, admitiu Bezzecchi.
“O desempenho alcançado é incrível tendo em conta a situação em que nos encontramos. Estou muito satisfeito, estar entre os dez é como uma pole-position. Agora, não demonstro porque estou cansado, mas foi importante voltar e começamos com o pé direito”, comemorou Pecco.
Marc Márquez se redimiu num circuito tão reconhecido por ser bom à Honda. E o fez de uma forma que lembrou o Márquez de dez anos atrás. O hexacampeão da classe rainha ‘perseguiu’ Pedrosa na última volta para garantir um espaço no top-10 — em sexto, mais especificamente. Foi a forma de colocar, enfim, a RC213V nas primeiras posições.
Marc Márquez e Dani Pedrosa em Misano (Foto: Red Bull Content Pool)
É um alento importante, mas que ainda precisa valer para o fim de semana completo. Isso porque, mesmo Alberto Puig, chefe da equipe japonesa, desconversando e dizendo que, até onde sabe, “Marc ainda tem contrato com a Honda”, o próprio piloto de Cervera segue pedindo por melhorias em meio a rumores com a Gresini.
“Está difícil manter a motivação. Mas quando está nesses momentos [difíceis], é preciso manter a rotina e seguir com o trabalho. No momento, ninguém na Honda é mais rápido que eu, então me sinto competitivo e vou tentar manter a motivação desse jeito. Espero que mais cedo ou mais tarde, estarei brigando pelo menos por top-5”, colocou Marc.
Foi só o primeiro dia, mas a música já está rolando solta em Misano. E, às vezes, quantidade significa força. Mas há vezes também em que a qualidade impera. De qualquer forma, leva a melhor quem conseguir entrar no ritmo e acertar todos os passos.
A classificação da MotoGP para o GP de San Marino e Riviera de Rimini acontece às 5h50 (de Brasília). O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2023.
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