Quando se trata de esporte, é quase automático pensar em “vencedor” e “perdedor”. Tanto no individual quanto no coletivo, sempre existirá apenas um campeão. Salvo exceções, como nos Jogos Olímpicos em Tóquio em 2021, em que no salto em altura Mutaz Essa Barshim, do Catar, e Gianmarco Tamberi, de Itália, terminaram empatados em primeiro lugar, na maioria das vezes apenas um conquistará a glória máxima e todos os outros serão os “perdedores”.
Na corrida automobilística, isso não seria diferente, afinal quem cruza a linha de chegada primeiro ou em menos tempo é o vencedor. À primeira vista, a Fórmula 1 pode ser pouco atrativa àqueles que não a conhecem, principalmente agora em que Max Verstappen da Red Bull Racing ganha basicamente tudo. Qual é a graça de assistir a uma corrida em que já se sabe o vencedor antes mesmo da largada?
Drive to Survive, no entanto, muda completamente essa visão. A série documental da Netflix, que revela os bastidores das temporadas de F1, não tem como prioridade mostrar o grande vencedor de cada uma das corridas do Campeonato Mundial. No programa são criadas histórias em cada um dos episódios que podem ir desde disputas acirradas pelo título mundial ao primeiro ponto conquistado por um piloto que está há anos no grid.
Diferente dos meus parentes mais velhos, não tive um Ayrton Senna para me emocionar com as corridas de Fórmula 1. Quando nasci, um dos maiores pilotos de todos os tempos já havia nos deixado há seis anos, portanto tudo que eu conhecia sobre ele eram memórias transmitidas na televisão ou contadas pela minha avó. Ela sim viu o Senna dominar nas pistas e por muito tempo ainda tentou acompanhar as corridas em uma esperança de reviver os momentos do passado.
Já eu, tentei em 2017 acompanhar a temporada da F1, mas depois de perder algumas corridas de madrugada acabei desistindo e não voltei mais. Ainda que fosse apaixonada por esportes, as corridas de automobilismo ainda não tinha conseguido me conquistar. Até que decidi assistir Drive to Survive em 2023 e viciei a ponto de terminar as duas primeiras temporadas da série em menos de uma semana.
Imagem: Divulgação
Considero que a série seja uma boa porta de entrada para aqueles que desejam começar a acompanhar a F1. Com ela, além do resultado do final de cada temporada, você conhecerá os pilotos e dirigentes das equipes e ficará por dentro de diversos “dramas” que acontecem ao longo dos anos. Quando menos esperar, você estará pensando “a próxima temporada de Drive to Survive vai ser movimentada” quando notícias conturbadas começarem a surgir.
Um contador de histórias
É óbvio que muita coisa é ocultada ou minimamente manipulada, mas essa não deixa de ser uma forma dos fãs se sentirem mais próximos daquilo que tanto amam. Ver os bastidores dos problemas que as equipes enfrentam, a forma como elas lidam com essas situações e a superação, trazem um sentimento de pertencimento maior do que apenas acompanhar as corridas.
Imagem: Divulgação
Drive to Survive dá protagonismo à maioria das equipes, sem priorizar apenas aqueles que brigam pelo título. Sim, esses também terão suas histórias contadas, mas o tempo de tela também contempla equipes como a Haas e Williams, que brigam nas últimas posições e lutam para conquistar alguns pontos nas corridas há anos.
Se você não conhece nada do passado da Fórmula 1, é realmente como assistir a uma série como outra qualquer. Terá muito drama, histórias de superação, brigas, demissões, trocas de pilotos, momentos engraçados e disputa, muita disputa. Pode ter certeza que depois de maratonar Drive to Survive, você passará a gostar de F1 e começará a acompanhar as corridas.
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