A semana não foi de respostas fáceis para António Félix da Costa. O surgimento da notícia de que a Porsche testou Nico Müller, da Abt Cupra, em atividade privada na Espanha levantou uma série de dúvidas sobre o futuro do português na equipe alemã, em casamento que tem passado longe do esperado desde o início da parceria, em 2023. Neste sábado (13), entretanto, Da Costa deu uma resposta dura aos questionamentos, comemorou de forma efusiva e teve uma atuação espetacular para vencer a corrida 1 do eP de Misano. Definitivamente, reagiu da melhor maneira que poderia.
Em Misano, veio a redenção. Em uma corrida de pelotão caótica que ninguém queria liderar, Da Costa saiu do fundo do grid para se colocar entre os primeiros desde o início da prova. Aproveitando a eficiência do trem de força Porsche, o português executou uma estratégia inteligente e cuidou da bateria da melhor forma possível.
Além disso, com muitos carros lado a lado e uma verdadeira confusão nas áreas de frenagem, foi preciso tomar muito cuidado para evitar toques — que aconteceram em profusão. Pascal Wehrlein e Nick Cassidy, os dois líderes do campeonato, despencaram para o fundo do pelotão após acidentes em diferentes momentos e sentiram na pele o perigo que uma corrida de pelotão proporciona.
Da Costa voltou ao lugar mais alto do pódio na Fórmula E (Foto: Porsche)
Da Costa se manteve longe dos contatos enquanto pôde, e quando levou um toque na traseira não sofreu maiores consequências. No fim, o português aproveitou toda a energia acumulada e acelerou firme para tomar a liderança de Oliver Rowland e confirmar uma de suas vitórias mais necessárias em toda a carreira na Fórmula E.
A partir de agora, Da Costa precisa mostrar que o desempenho em Misano não foi uma exibição única. Não parece ter sido, observando o rendimento nas provas de São Paulo e Tóquio, mas a briga pelo pódio tem de ser constante se o piloto ainda quiser sonhar com a taça.
O português está em ascensão na Fórmula E. Terá condições de manter? (Foto: Porsche)
Rowland alcançou o quarto pódio seguido na temporada e mostra o grande crescimento do trem de força Nissan, e Jake Dennis mais uma vez foi ao top-3 depois de largar no fundo do grid, em 18º. São pilotos mais regulares e que, por isso, se consolidam nas primeiras posições do Mundial de Pilotos. Dennis, campeão com duas vitórias e 11 pódios em 16 corridas na temporada 2022/23, entende muito bem sobre a importância da consistência para alcançar a taça.
É possível chegar lá, mas nem todas as corridas da temporada serão malucas como Misano, e as pistas mais estreitas como Londres, por exemplo, vão exigir um desempenho mais forte em ritmo de classificação — o principal problema do piloto desde que chegou à Porsche. Definitivamente, a recuperação ainda está ao alcance — principalmente depois do abandono duplo dos líderes do campeonato. E a segunda corrida do fim de semana servirá para provar de uma vez por todas que o campeão está de volta.
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