DEPOIS DE CINCO LONGAS SEMANAS DE DESCANSO, A MOTOGP VOLTA ÀS PISTAS NESTE FIM DE SEMANA COM O GP DA GRÃ-BRETANHA. E a segunda fase do campeonato deve manter o tom da primeira: um 2023 marcado pelo domínio da Ducati.
Campeã vigente da classe rainha do Mundial de Motovelocidade, a casa de Borgo Panigale foi soberana na primeira parte do ano. Das 16 corridas disputadas — oito sprints e oito GPs —, as Desmosedici venceram 13, o que representa um aproveitamento de 81,25%.
Francesco Bagnaia volta das férias para tentar ampliar liderança na MotoGP (Foto: Ducati)
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Assim, os italianos desembarcam em Silverstone não só com a liderança do Mundial de Pilotos, que está nas mãos de Francesco Bagnaia, mas também no comando da tabela do Mundial de Construtores, onde já exibe 132 pontos de vantagem para a KTM, a segunda colocada. A fábrica de Bolonha só não tem a liderança da Tríplice Coroa, pois o Mundial de Equipes sofre o impacto direto do início de temporada tumultuado em Portugal, já que Enea Bastianini se lesionou no dia 2 do campeonato, perdeu cinco etapas e somou só 18 pontos.
Mas mesmo que Bagnaia seja o óbvio protagonista, a Ducati pode se dar por satisfeita com quase todos os pilotos. Além do #1, Jorge Martín e Marco Bezzecchi brilharam na primeira parte do ano. O espanhol, que é o segundo colocado no campeonato, venceu um GP no ano e outras duas corridas sprint. O titular da VR46, por sua vez, venceu a prova curta uma vez, mas soma dois triunfos nas disputas de domingo.
Além disso, o trio acumula os números mais expressivos até aqui. Bagnaia é quem mais venceu GPs — 4 — e sprints — 3 —, quem mais fez poles — 4 — e quem mais liderou voltas aos domingos — 87. Martín, por outro lado, foi quem mais liderou voltas na sprint — 31 —, enquanto Bezzecchi foi quem registrou a volta rápida mais vezes no ano — 2.
➡️ Quem venceu confronto interno de cada equipe na primeira parte da MotoGP 2023?
Mas eles não são os únicos destaques a bordo da Desmosedici. Johann Zarco é o quinto na classificação do Mundial de Pilotos e já soma quatro pódios, todos aos domingos. Luca Marini aparece em sexto na tabela, com um top-3. Álex Márquez, que estreia com a moto italiana na Gresini em 2023, também já subiu no pódio. Bastianini ainda não conseguiu figurar entre os três melhores, mas tem créditos por causa da lesão que sofreu em Portimão. O único que passa afetivamente batido é Fabio Di Giannantonio, que nada fez até aqui e está ameaçado de perder a vaga na classe rainha.
Além da Ducati, outras duas marcas europeias deram o tom de 2023 até aqui: KTM e Aprilia. No caso dos austríacos, que recorreram ao departamento de aerodinâmica da Red Bull — sim, a equipe da Fórmula 1 — para melhorar a RC16, o desempenho chega até com um tom de surpresa, já que a pré-temporada tinha sido apenas discreta, mas Brad Binder conseguiu se adaptar rapidamente às corridas curtas, que já venceu duas vezes e conquistou mais um pódio, enquanto Jack Miller já consegue ser rápido com a moto rubro-taurina.
Nem tudo, porém, foi flores para a casa de Mattighofen. Pol Espargró desfalcou a GasGas — também marca do Grupo Piaggio, dono da KTM — após um fortíssimo acidente no primeiro dia da temporada e só vai voltar à subir na RC16 no GP da Grã-Bretanha.
Por outro lado, Augusto Fernández se adaptou bem à classe rainha e até virou uma dor de cabeça para a estrutura comanda por Pit Beirer. O campeão de 2022 da Moto2 é quem mais ganhou posições no ano — 73 — e tem dificultado o encaixe do quebra-cabeça, já que Pedro Acosta deve se juntar à fábrica em 2024.
A Aprilia, contudo, perdeu protagonismo em relação ao ano passado. A RS-GP até parece ter dado um passo à frente, mas menor do que as ponteiras. Ainda liderada por Aleix Espargaró, a casa de Noale tem a terceira colocação no Mundial de Construtores, 164 pontos atrás da Ducati.
Mas o ano tem sido péssimo mesmo para Honda e Yamaha. A marca da asa dourada até conseguiu uma vitória em 2023 — com Álex Rins no GP das Américas —, mas segue sofrendo com a RC213V, que virou uma moto até perigosa. Marc Márquez já precisou de cirurgia na mão direita, Rins está se recuperando de uma fratura na perna direita — e sequer estará em Silverstone — e Joan Mir está pagando todos os pecados com um elevadíssimo número de quedas: 12 — mais do que em toda a temporada passada.
O time dos três diapasões não teve vida muito mais fácil. A Yamaha até conseguiu colocar mais velocidade no motor da YZR-M1, mas, como pacote, a moto está longe do melhor. Para piorar, a fábrica japonesa é a única sem equipes satélites, então todo o desenvolvimento está nas costas de Fabio Quartararo e Franco Morbidelli.
Diferente do ano passado, Morbidelli até tem conseguido andar mais próximo de ‘El Diablo’, mas o próprio francês não está no mesmo ritmo de 2022. O #20 é só o nono no campeonato, 130 pontos atrás de Bagnaia, enquanto Franco é o 11º, com sete pontos a menos do que o companheiro.
Na segunda parte da temporada, fica a expectativa para saber se as marcas japonesas vão dar sinal de vida ou se a MotoGP vai seguir sendo um passeio europeu.
A MotoGP volta à ativa entre os dias 4 e 6 de agosto para o GP da Grã-Bretanha, em Silverstone. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2023.
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