A MOTOGP VAI PARA A TEMPORADA 2023 COMPLETAMENTE REPAGINADA. Às vésperas de iniciar o 75º campeonato da história, a classe rainha do Mundial de Motovelocidade vai passar por uma gigantesca reformulação, adotando o formato de rodadas duplas, com as corridas sprint chegando para compor a programação dos sábados.
O calendário deste ano prevê um total de 21 paradas, com Índia e Cazaquistão chegando para compor a programação — ainda que a homologação de ambas as pistas esteja pendente. Assim, os competidores farão um total de 42 corridas no ano. Um recorde absoluto.
Francesco Bagnaia terá a missão de defender o título da MotoGP (Foto: Divulgação/MotoGP)
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Por causa da chegada das sprint, que terão cerca de 50% do tamanho das corridas tradicionais, a composição toda do fim de semana foi modificada. Inclusive no que diz respeito às classes menores. A Moto3, por exemplo, perde dez minutos de treino em comparação ao ano passado, com dois treinos de 35 minutos. A Moto2, por outro lado, segue com duas sessões de 40 minutos, mantendo o tempo que tinha antes.
A MotoGP, no entanto, vai ter um cenário diferente. Se antes eram dois treinos de 45 minutos, agora a classe rainha terá um treino de 45 e outro de 60. Mas ambos perdem a nomenclatura de livre, já que são eles que serão contados para fazer a divisão entre quem avança direto para o Q2 da classificação e quem terá de passar pelo Q1.
No sábado, mais mudanças. Os treinos de Moto3 e Moto2 ficam dez minutos menores em comparação com 2022, passando a ter apenas meia hora. A classe rainha também terá uma atividade de 30 minutos, a única que efetivamente será chamada de treino livre, já que não vale para a definição do grid. Na prática, a MotoGP terá 25 minutos a menos de treinos do que no ano passado.
Depois de quatro cirurgias, Marc Márquez tenta encarar 2023 em plena forma (Foto: Divulgação/MotoGP)
Outra diferença está no pódio da corrida sprint, que será feito em um local diferente, mais próximo do público. Para o domingo, a programação é quase a tradicional, mas Moto3 e Moto2 perdem o warm-up, enquanto a MotoGP tem uma atividade de só dez minutos.
Mas se engana quem pensa que a Construtora japonesa foi substituída no grid. É verdade que a GasGas chegou, mas a dona da entrada segue sendo a KTM, que é também quem fabrica a RC16 que será usada pela marca espanhola. Na prática, Pol Espargaró e o estreante Augusto Fernández — o único do grid, aliás — estão envolvidos em um projeto de marketing: o grupo Pierer quer fortalecer a marca e, por isso, a levou para a MotoGP. Mas é só uma roupa diferente na boa e já conhecida estrutura da Tech3.
A KTM, aliás, também mudou um pouco: Miguel Oliveira partiu e deu lugar a Jack Miller, que vai ter de se adaptar a uma moto diferente após cinco temporadas correndo com os protótipos Ducati. Para o lugar dele, a casa de Bolonha escolheu Enea Bastianini, que foi substituído na Gresini por Álex Márquez.
Fabio Quartararo vai tentar brigar pelo título. Agora com um motor mais rápido (Foto: Divulgação/MotoGP)
A outra equipe que também mudou o elenco é RNF, que terá Raúl Fernández e Miguel Oliveira. A mudança na estrutura malaia, contudo, é um pouco mais profunda. O time de Razlan Razali deixou de ser satélite Yamaha e passou a ser uma cliente da Aprilia, que agora terá quatro RS-GP no grid.
Apenas quatro equipes, todavia, seguem com os times inalterados: a Yamaha manteve Fabio Quartararo e Franco Morbidelli, mas agora sem equipe satélite. A Aprilia continua com Aleix Espargaró e Maverick Viñales. A Pramac vai de Jorge Martín e Johann Zarco. E a VR46 terá Luca Marini e Marco Bezzecchi.
A decisão, então, foi enviar a abertura do campeonato para Portimão, que também foi palco da última bateria de testes da pré-temporada 2023.
Miguel Oliveira agora vai guiar por uma equipe satélite da Aprilia (Foto: Divulgação/MotoGP)
O outro grande foco de 2023 será a postura da Ducati ante a tarefa gigante que se apresenta: defender o título da classe rainha. Depois de 15 anos de espera, a casa de Borgo Panigale assegurou a taça com Francesco Bagnaia e agora terá a missão de renovar a conquista. Lá atrás, com Casey Stoner, não deu.
Mas, sempre vale lembrar, os tempos são outros. A Desmosedici de hoje é uma moto muito forte, que é competitiva nas mãos de vários pilotos. Pecco tem plenas condições de guardar a coroa, mas terá um dos inimigos dormindo ao lado: Enea Bastianini chegou faminto querendo gravar o nome na história.
Para 2023, a MotoGP tem uma cesta recheada de novidades, motos fortes e competitivas e grandes talentos na pista. A competição promete ser muito boa.
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