Bandeira da China perto de loja da Huawei em Xangai 08/09/2023 REUTERS/Aly Song
Por Julie Zhu e Zhuzhu Cui
A empresa chinesa disse no domingo que vai cindir sua unidade de negócios Intelligent Automotive Solution (IAS), criada há quatro anos para se tornar o equivalente à alemã Bosch da era dos veículos elétricos, em uma nova companhia que receberá as principais tecnologias e recursos da unidade.
A principal parceira automotiva, a Chongqing Changan Automobile, e as partes relevantes serão proprietárias de até 40% da nova empresa, segundo afirmou a Changan Auto no domingo. Nem a Changan Auto, nem a Huawei divulgaram detalhes financeiros da parceria.
A Changan Auto e uma controlada estão considerando adquirir cerca de 40% da nova empresa, que pode ser avaliada em 200 bilhões a 250 bilhões de iuanes, disseram duas das fontes.
A Huawei provavelmente permanecerá como a maior acionista individual, com 40% a 50%, pelo menos nos próximos dois ou três anos, disseram duas das fontes.
O spin-off é raro para a Huawei, cujos negócios, incluindo telecomunicações e eletrônicos de consumo, são de propriedade do fundador Ren Zhengfei e de cerca de 100 mil funcionários acionistas desde a fundação da empresa em 1987. Em 2020, um ano depois de ter sido submetida a sanções dos EUA por motivos de segurança, a companhia vendeu a marca de smartphones Honor.
Três das fontes disseram que uma das razões para a venda da participação é que a Huawei tem enfrentado dificuldades para expandir o negócio de carros inteligentes e precisa recuperar capital para cobrir os gastos com pesquisa e desenvolvimento.
Ren não comentou o assunto.
A unidade automotiva foi a única que perdeu dinheiro entre as seis principais da Huawei e gerou uma receita de 1 bilhão de iuanes no primeiro semestre de 2023, uma fração do total de 310,9 bilhões faturado pela empresa, disse a Huawei em agosto.
A Huawei tem parcerias com outras empresas automotivas, incluindo a Seres Group e a Jianghuai Automobile, bem como com a Changan Auto envolvendo as marcas de veículos elétricos Avatr e Deepal.
A nova empresa — que, segundo a Huawei, se envolverá em P&D, produção, vendas e serviços de sistemas automotivos inteligentes e soluções de componentes — também absorverá outros ativos e recursos relacionados a automóveis do grupo fora da unidade de negócios IAS, disse uma das três fontes.
A Huawei está considerando a possibilidade de instalar a sede da nova empresa em Chongqing, um município do sudoeste da China onde fica a sede da Changan, disseram duas das fontes. A unidade está atualmente sediada em Xangai.
O acordo proposto também facilitará o caminho para a listagem de ações da empresa, como a Huawei havia planejado, disseram duas das fontes.
