Na corrida seguinte ao bombástico anúncio de parceria com a Honda na F1 2026, a Aston Martin se deparou com uma das atuações mais terríveis de sua história no GP de Mônaco. Ao mesmo tempo em que conquistava um brilhante segundo lugar com Fernando Alonso, a equipe via Lance Stroll brincar de carrinho de bate-bate nas ruas do Principado. Foi constrangedor.
Todo mundo já sabia, no momento em que a Aston Martin anunciou que Alonso era quem ocuparia o cockpit deixado pelo aposentado Sebastian Vettel, que o negócio ia ficar feio para Stroll. A projeção era de um baile do espanhol, tamanha a diferença entre os pilotos. Mas o canadense está pior que a encomenda.
Enquanto Alonso tem incríveis cinco pódios em seis corridas e, neste momento, disputa de verdade o vice-campeonato com Sergio Pérez, Stroll está em oitavo, ou seja, último entre os pilotos que têm carros competitivos. E piora: são só 6 pontos separando Lance de Esteban Ocon, da não mais que mediana Alpine.
Lance Stroll vem de duas corridas terríveis seguidas (Foto: Chris Graythen / AFP)
Em posições de largada, 6×0 para o espanhol. Em chegadas, 6×0 também. Mas, de novo, o que mais incomoda é olhar para o desempenho de Stroll em si, nem é a comparação que era mesmo injusta, contra um dos melhores de todos os tempos. É que Lance tem 1 mísero top-5 no ano e, por incrível que pareça, estava mais competitivo se recuperando dos punhos quebrados do que hoje.
O Stroll de Miami e, especialmente, de Mônaco é a pior versão do canadense na F1, não há exagero em dizer isso. Lance não vai ser isso sempre, claro, mas piloto de ponta nenhum tem direito de passar uma corrida inteira batendo, foi coisa de um acidente a cada dez voltas, quase. Um escárnio.
“Não é uma corrida para relembrar, acho que bati no muro umas cinco vezes, simplesmente não era meu dia”, admitiu um constrangido canadense.
Fernando Alonso vai carregando a Aston Martin nas costas na F1 2023 (Foto: Paul Crock / AFP)
Diante da parceria que surge como fundamental para o passo que a Aston Martin sonha em dar rumo à glória na F1, Stroll também é uma peça que falta ser movida. Lawrence Stroll, dono do time, tem uma decisão importante a tomar: seguir cumprindo o sonho do filho para sempre e aceitar ser coadjuvante na maior parte do tempo, ou mandar Lance procurar novo caminho e investir pesado em um companheiro de nível próximo ao de Alonso. Não é uma escolha nada fácil.
É que Lawrence, além de pai de Lance, basicamente está na F1 por desejo do filho. O empresário canadense montou equipe para o herdeiro, comprou vaga, até equipe. Então, não, não é fácil abrir mão disso tudo. Ainda que seja o mais lógico e inteligente a se fazer. Tem muito sentimento envolvido.
Sem Stroll, sem Tsunoda e com Alonso ficando até, quem sabe, perto dos 50 anos, é assim que a Aston Martin vai ter alguma chance de, ao lado da Honda, acabar com o domínio da Red Bull na F1.
A Fórmula 1 volta já no fim de semana, entre os dias 2 e 4 de junho, com o GP da Espanha, em Barcelona, sétima etapa da temporada 2023. E o GRANDE PRÊMIO acompanha tudo.
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