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Teste rápido Mercedes-Benz GLC 220d 2021: diesel ao luxo

Modelo é único entre os SUVs intermediários de luxo com motor diesel, mas idade começa a pesar na conta

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Como em marcas como Jeep, Volkswagen e Toyota, os SUVs médios são importantes para as marcas premium. Na Mercedes-Benz, o GLC 220d é a opção aos que procuram um SUV com uma proposta familiar, sem apelar aos irmãos maiores ou se limitar a um GLA. Em 2019, ele foi reestilizado e, nessa carroceria, ficou apenas com o motor turbodiesel, seu principal diferencial no segmento. 

O Mercedes-Benz GLC tem certa idade de mercado – foi em 2019 a última mudança -, porém um público bem fiel. Desenho conservador, como o sedã Classe C, pode ser uma das explicações para o sucesso diante de seus clientes quando comparado a concorrentes como o Audi Q5, BMW X3 e o Volvo XC60, o líder. 

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O que é?

Na mudança para a então linha 2020, o GLC deixou o motor 2.0 turbo a gasolina apenas para sua versão com proposta mais esportiva, o GLC Coupé – que o comparamos com o Audi Q5 Sportback. Com isso, o SUV mais tradicional passou a ser vendido somente com o motor 2.0 turbodiesel de 194 cv e 40,79 kgfm de torque, sempre com tração integral e câmbio automático de 9 marchas. 

Visualmente, a reestilização foi um tanto discreta, caracterizada principalmente pela grade redesenhada, faróis full-LED com novo formato e arranjo interno, além de para-choques com acabamento cromada na porção central inferior, detalhe que deixou o utilitário com estilo mais fora de estrada, algo pensado pela montadora por conta da adoção do motor turbodiesel – até o nome desta versão, Enduro, remete a isso. 

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Por dentro, o GLC manteve o design geral, mas trocou o painel de instrumentos analógico por um display digital configurável de 12,3” com o sistema MBUX, que faz conjunto com a central multimídia com tela de 10,25″ e suporte a Apple CarPlay e Android Auto. Apesar de bastante sóbrio, isso é positivo, pois acaba envelhecendo menos com o passar dos anos.

O diesel como argumento de vendas

Atualmente no segmento de SUVs premium médios, o Mercedes-Benz GLC 220d tem como principais rivais o Audi Q5, BMW X3 e Volvo XC60. Entre os quatro, é o único equipado com motor turbodiesel – o XC60 já foi vendido com essa opção, mas acabou se mantendo apenas como híbrido por uma questão de nova ideologia da marca no Brasil. 

E justamente por essa característica que o GLC 220d se destaca em relação aos concorrentes, principalmente pela maior autonomia garantida pelo motor diesel. Quando fui até a sede da Mercedes-Benz para buscar o GLC 220d, saí com tanque cheio e o painel indicava autonomia de nada menos que 841 quilômetros, o suficiente para fazer uma viagem de São Paulo (SP) até Florianópolis, em Santa Catarina, e ainda sobrar combustível.

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Méritos do tanque de 57 litros e, claro, da autonomia deste tipo de propulsor. E se você achou bom esse perfil “estradeiro” do GLC, saiba que isso pode ser ainda melhor dependendo da força que você coloca no pedal do acelerador. A nossa melhor média rodando pela estrada chegou a 16,9 km/litro, o que dá uma autonomia de quase 1.000 quilômetros com um tanque cheio.

O motor 2.0 turbo tem funcionamento silencioso, fazendo você esquecer que está em um carro diesel por conta do bom isolamento acústico na cabine. Isso pode parecer surpresa, mas a Mercedes-Benz sabe fazer carros diesel como ninguém com seus 85 anos de experiência nesta parte e que nos faz entender como a marca chegou a um alto nível de trabalho nos coxins. Praticamente não há vibrações, com o som típico das castanholas aparecendo mesmo quando se dá a partida a frio e nas acelerações mais vigorosas.

Como anda?

Ao volante, o torque de 40,8 kgfm se faz presente ao menor toque no acelerador, já que aparece em sua totalidade a apenas 1.600 rpm. Ele não chega a encostar suas costas no banco como um esportivo, mas tem força suficiente nas ultrapassagens e retomadas. Apesar disso, não pense que o motor do GLC diesel “sobra”, pois o SUV é um tanto pesado com seus 1.835 kg distribuídos em 4,65 m de comprimento.

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O seletor de modos de condução tem os modos Off Road, Off Road+, Eco, Normal, Sport e Individual, que alteram parâmetros da direção, motor, tração e câmbio. A diferença no peso do volante e da resposta do acelerador são bem perceptíveis entre os modos Eco e Sport, por exemplo. Mesmo no modo mais “esportivo”, dá para notar que o ajuste do motor e câmbio é mais focado mais em consumo, por isso as boas foram registradas.

Para efeito de comparação, o Audi Q5 Sportback marcou 6,7 segundos na aceleração de 0 a 100 km/h, enquanto no Volvo XC60 híbrido de 400 cv a diferença é ainda maior na mesma prova: foram apenas 5,6 s. Nas retomadas de 40 a 100 km/h, a desvantagem fica acima dos 2 segundos. Ganhe-se na autonomia do diesel, mas se perde desempenho pela menor potência. Vai da sua prioridade.

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Em relação ao GLC Coupé, o GLC 220d tem suspensão 18 mm mais alta. Essa diferença se traduz no maior curso de suspensão e ajuda o SUV a passar tranquilamente por buracos ou valetas na cidade, com a calibração do conjunto de amortecedores e molas voltada totalmente para o conforto, sendo a maciez um dos maiores destaques do utilitário, mesmo com suas rodas de 19″ e pneus run flat.

De contrapartida, na estrada a carroceria acaba inclinando razoavelmente em curvas mais acentuadas. Em relação ao GLC de 2019, o atual traz para-choque mais recuado, ficando mais distante do solo e aumentando o tal ângulo de entrada, que é bem-vindo para transpor pequenos obstáculos em estrada de terra. Para reforçar o estilo “aventureiro” o SUV tem estribos laterais de alumínio, que não serão muito usados por conta do utilitário não ser tão alto assim.

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Na cabine do GLC o capricho no acabamento impera como todo Mercedes-Benz, com material emborrachado e suave ao toque espalhado por toda a cabine. Detalhes em alumínio e madeira pintada de preta aparecem no painel e também nas portas, à exemplo de outros modelos da marca.

A central multimídia tem tela de 10,25” bastante nítida, mas sua operação não é nada intuitiva ao precisar de muitos toques para escolher uma função, fora que não há botões dedicados para trocar de música ou uma estação de rádio, nem no volante e no console central, sendo necessário selecionar a função na tela ou através do touchpad. É um detalhe que pode parecer bobo, mas que acaba desviando bastante a atenção do motorista em uma operação que devia ser simples.

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Os bancos são largos e contam com ajustes eletrônicos variados, incluindo extensor para melhor apoio das pernas – algo bem-vindo para os motoristas mais altos. Porém, o desenho da cabine que veio do Classe C é bastante datado, com o estilo sendo praticamente o mesmo desde 2016. Em relação aos seus concorrentes, o GLC não é o melhor quando o assunto é espaço interno, apesar de ter 2,87 m de entre-eixos – medida acima dos rivais Audi Q5 e o Volvo XC60, um tanto melhores neste quesito. Para o banco traseira há saídas de ar, mas faltam controles para ajuste de temperatura – um pênalti num SUV de quase R$ 500 mil.

Quanto custa?

O Mercedes-Benz GLC 220d Enduro traz uma boa lista de equipamentos, com destaque para o piloto automático adaptativo, alerta de colisão com frenagem autônoma, soleiras iluminadas, assistente de estacionamento, câmera com visão 360º, teto solar panorâmico, som Burmester com efeito surround, carregador de celular por indução, iluminação ambiente configurável, bancos dianteiros com ajuste elétrico e memória e engate retrátil com acionamento eletrônico.

O Mercedes GLC soma bom pacote de equipamentos condizente com a categoria, se diferenciando por trazer debaixo do capô o motor diesel – que certamente vai agradar os motoristas que dirigem na estrada com frequência. Mas o SUV intermediário da Mercedes fica atrás diante de seus concorrentes em potência, como Audi Q5 (249 cv), BMW X3 (292 cv) e Volvo XC60 (400 cv), este híbrido. Fica difícil ainda convencer o consumidor a pagar R$ 492.900 em um utilitário que tem o mesmo nível de equipamentos, mas que custa em média R$ 100 mil a mais que seus rivais.

A prova do alto custo para se ter um GLC se traduz em vendas aquém do esperado. No acumulado de 2021 até setembro o XC60 lidera disparado o segmento, enquanto o Q5 aparece na 2ª colocação e com o GLC surgindo lá embaixo na 9ª posição do ranking de vendas. Mas essa realidade do SUV intermediário da Mercedes deve mudar, pois a segunda geração do GLC vem aí: maior para se distanciar do GLB e com plataforma MLA do novo Classe C já preparada para motores híbridos. O futuro vem aí, agora é correr contra o tempo perdido.

Fotos: Diego Dias (para o Motor1.com)

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