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Teste Mercedes-Benz C200 1.5 EQBoost 2022: Olá, meu jovem!

O sedã apelou ao pacote tecnológico (e LEDs) para atrair um público mais jovem com R$ 350 mil no bolso

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Por muitos anos, o Classe C foi a forma mais “barata” de ter um carro da Mercedes-Benz na garagem. No final dos anos 1990 que chega o Classe A, este depois se tornando um hatch e um sedã e dando mais possibilidades de crescimento ao Classe C quando falamos em tecnologias e refinamentos. A nova geração mostra exatamente isso ao mundo.

A quinta geração, chamada de W206, chega ao Brasil em duas versões. O Mercedes-Benz C200 é a “de entrada” e custa R$ 349.900, um valor que o coloca diante de versões superiores de seus eternos concorrentes, BMW Série 3, Audi A4 e Volvo S60. Mas essa é a nova estratégia de precificação da Mercedes-Benz e vida que segue…

Telas, luzes, luzes, luzes…

Inegável que o Classe C é mais um modelo que se renovou para atrair um público mais jovem. Enquanto os mais velhos já olham pro GLC ou pra um Classe E, o Classe C ficou “esquecido” pelo público mais novo por causa do Classe A Sedan ou pela GLA, seu SUV. Como mudar isso? Tecnologias, luzes, luzes, luzes e telas.

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Por fora, a Mercedes-Benz do Brasil já foi na estratégia “jovial” ao adotar o kit AMG visual em todas as versões do Classe C. Com isso, temos parachoques mais desenhados e “descolados”, rodas assinadas pela divisão esportiva, no C200 de 18″, e alguns elementos no interior. Os freios recebem lindas pinças em prata e discos perfurados, que acabam escondidos pelas rodas que seriam lindas estrelas, mas acabam digamos, prejudicadas, por uma parte cinza nas bordas. Desnecessário no visual, mas com um papel aerodinâmico. As lanternas e faróis são novos, também em LEDs.

De tão importante para a Mercedes-Benz, o Classe C é o segundo modelo a ter a plataforma MRA2, uma evolução da MRA utilizada anteriormente e que foi apresentada no Classe S, o sedã topo de linha da empresa. Algo que estará inclusive na versão AMG do Classe C, ainda a ser apresentada, é que o sedã só tem a motorização com 4 cilindros turbo com eletrificação, seja híbrida plugin ou híbrido-leve, como o caso do C200.

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A geração anterior do C200 EQBoost foi vendida no Brasil, mas temos algumas evoluções no conjunto. Para começar, o motor 1.5 turbo ainda é o M264 E15, mas agora são 204 cv e 30,6 kgfm de torque, 20 cv e 2,1 kgfm a mais. O sistema híbrido-leve também se atualiza, agora com 20 cv e 20,4 kgfm, antes 13,6 cv e 16,3 kgfm, este alimentado por uma bateria de 25,4 kWh.

Ao mesmo tempo, o Classe C cresceu um pouco com a MRA2. São 65 mm a mais no comprimento, chegando aos 4.751 mm, sendo 25 mm no entre-eixos de 2.865 mm. Parece besteira, mas isso já significa um ganho mesmo que leve no espaço interno. Levado muito a sério pela Mercedes-Benz, o conforto é a chave principal do Classe C, mesmo com esse estilo todo jovial.

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Se por fora até reconhecemos algumas linhas do anterior, o Classe C se renova completamente por dentro e se inspira justamente no Classe S pra isso. De algo bem conservador e até um pouco sem graça, o sedã parte para um dos conjuntos mais impressionantes. O painel de instrumentos está em uma tela de 12,3″ que se tornou comum na marca, mas o sistema multimídia é o show do interior. São 11,9″ verticais apoiada ao centro do console levemente virada ao motorista. Os comandos do carro e de ar-condicionado, por exemplo, estão ali.

Apesar de uma interface um pouco confusa já comum da marca, as respostas são rápida e finalmente recebe Apple CarPlay e Android Auto sem fios, com o carregador por indução no porta-objetos logo abaixo. Com o seletor do câmbio na coluna, abre um bom espaço ali para guardar os itens do dia a dia, como carteira ou controle do portão da garagem. O volante de três raios é novo e com comandos sensíveis ao toque.

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Gosta de LEDs, luzes e cores? Pois bem, o C200 tem muitas (muitas mesmo) cores em LEDs que estão espalhados pelo interior, inclusive portas e saídas de ar. É até interessante em um primeiro momento, mas acaba se tornando um leve exagero com o tempo e remete a algo feito para atrair um jovem muito jovem que se exibe. Parece que não conversa com o charme e refinamento luxuoso de um Mercedes-Benz, mas devem ser os novos tempos e estou velho demais…

Visual jovial, rodar de qualidade como sempre

Muitos estão adotando os SUVs como seus carros por uma questão de conforto. Os engenheiros do Classe C sabem disso e trabalharam muito. Apesar desse perfil jovial cheio de LEDs, o C200 é um dos mais confortáveis entre os médios premium. A MRA2 resolveu uma questão antiga do Classe C, como as batidas secas em alguns buracos mais fundos, e manteve uma qualidade de rodagem que já o marca.

Ao motorista, vale saber que o C200 melhorou a posição de dirigir. Agora é centralizada, algo que não acontecia na geração anterior, com ajustes elétricos dos bancos (com memórias) e da coluna de direção. O novo volante tem uma boa pega e os bancos são grandes e confortáveis para horas, se necessário. Mas o acabamento foi um pouco simplificado de uma geração para a outra, principalmente nos forros de portas e partes plásticas aparentes.

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Apesar de uma certa confusão entre o que é híbrido e híbrido-leve, a principal coisa que você precisa saber é que, no leve, o motor elétrico não irá trabalhar sozinho em nenhum momento. É um auxiliar para momentos onde o motor precisa de mais força, como arrancadas e retomadas, até por isso sua baixa potência e estar ligado diretamente ao motor, não a uma transmissão ou eixo diretamente.

Então o que temos aqui? O C200 não é o mais potente da linha, mas está longe de ser “manco”. O 1.5 turbo com o EQBoost trabalha bem, principalmente com o câmbio automático de 9 marchas. Na cidade, é bem mais perceptível os momentos onde ele prioriza o sistema elétrico e desliga o motor onde não há aceleração, por exemplo, e chegamos a um consumo de 9,4 km/litro. Não são os números de um híbrido comum, mas ainda estamos falando de um sedã de 1.650 kg.

A suspensão trabalha quieta e com muito conforto aos ocupantes. O mesmo foco em conforto percebemos na transmissão, que faz as trocas quietas, sem trancos, apesar de não serem necessariamente rápidas mesmo no modo mais esportivo. O C200 tem um visual esportivo, mas anda como um sedã premium normal, com o 0 a 100 km/h em 8,1 segundos em nosso teste. Chama muita atenção a neutralidade do comportamento dinâmico, mesmo sendo um carro de tração traseira, passando bastante segurança para o uso. Não existe almoço grátis, ou se é dinâmico ou confortável.

Jovem, mas com família

O C200 tem um bom espaço no banco traseiro e saídas de ar-condicionado, apesar do sistema de ar-condicionado de 4 zonas estar reservado ao C300. O túnel central alto dificulta um quinto passageiro, mas há um bom espaço para ombros e pernas e um teto-solar duplo de série que vai até o banco traseiro. No porta-malas, 455 litros, mas seus concorrentes já oferecem a abertura e fechamento elétrico e sem as mãos.

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Tem piloto automático adaptativo, muito bom por sinal, mas deve um assistente de faixa, já que só é um alerta de saída no C200. Alerta de ponto-cego, farol-alto automático e até sistema de estacionamento automático estão no pacote de série do C200, que está etiquetado em R$ 349.900.

Quer um sedã mais dinâmico? Fique com o BMW Série 3, que nesta faixa de preço já se aproxima do 330e, híbrido. O C200 é mais sóbrio e confortável, algo que é sua marca desde sempre, mas a precificação da Mercedes-Benz sempre joga um pouco contra diante de concorrentes diretos, principalmente os híbridos plug-in. Estratégias são estratégias, mas o C200 é bom aos que aceitarem seu preço.

Veredito

8.2 / 10

Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)

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