O silêncio é ouro, como diz o ditado. O ruído pode ser irritante, inclusive nos automóveis e na Skoda a marca está a trabalhar para eliminar o ruído dos carros.
Mesmo os melhores e mais modernos automóveis fazem uma série de sons e ruídos. Os automóveis elétricos também estão incluídos, mas são muito silenciosos quando comparados a um motor de combustão interna. O que é particularmente notório à medida que a velocidade aumenta, quando o ruído dos pneus e o ruído aerodinâmico aumentam de forma geral.
Numa velocidade superior a 100 km/h, ouvem-se principalmente ruídos aerodinâmicos. Estas são áreas em que os responsáveis pelo desenvolvimento da Skoda se têm vindo a concentrar já há algum tempo, mas tornaram-se ainda mais importantes recentemente.
As medições em túnel têm uma vantagem sobre as medições numa estrada normal, uma vez que não há outras influências externas que interfiram com os dados, pelo que cada medição é quase exatamente reproduzível. “Podemos experimentar várias alternativas e estar confiantes de que estamos a medir o efeito com precisão”, explicou o mesmo responsável. Para muitos testes e medições acústicas, a Skoda tem as suas próprias instalações e laboratórios, mas para os testes aeroacústicos utiliza instalações especializadas em toda a Europa.
Desta forma, os peritos em aeroacústica medem um automóvel inteiro e “terminando”. “Precisamos de ouvir o que se passa no interior”, acrescentou Nováček, explicando porque é que os modelos não são utilizados. A “pista de ensaio” é um circuito de ar fechado com um túnel de vento à prova de som, que permite medir os sons criados pelo fluxo de ar. O automóvel é colocado numa câmara de medição à prova de som, e no interior do carro os engenheiros colocam uma “cabeça de medição” em cada banco. Estes são modelos especiais com microfones incorporados que simulam a forma como um humano ouve. As câmaras acústicas, que são dezenas de pequenos microfones ligados a uma câmara de vídeo, são então apontadas para o carro a partir do exterior. Esta combinação torna possível identificar na imagem de onde provém qualquer som.
Um ventilador potente impulsiona o ar para o ensaio. Ao contrário de um túnel de vento convencional, contudo, este ventilador está localizado mais longe da área de ensaio para minimizar o efeito do seu ruído nas medições. O fluxo de ar circulante é dirigido por palhetas-guia localizadas em cada um dos quatro cantos do circuito do túnel fechado. Estas absorvem o ruído e guiam o ar na direção desejada. Antes de entrar na área de medição, o ar circula através de algo chamado telas retificadoras, que unificam o fluxo de ar e eliminam o remoinho.
Em seguida, há um bocal que acelera o fluxo de ar, enquanto reduz o turbilhão e assegura a uniformidade. Este ar acelerado entra na área de ensaio. Antes do ar completar o ciclo e ser novamente conduzido pelo ventilador, ele passa por uma superfície de arrefecimento, perdendo assim o calor gerado no ciclo.
Também aqui, o advento dos automóveis elétricos está a tornar talvez ainda mais importante o trabalho dos acusticistas. “Os motores de combustão interna disfarçam muitos sons, mas os carros elétricos são tão silenciosos que até o mais pequeno ruído se vai destacar. Isto aumenta os requisitos acústicos colocados em todas as partes do veículo. Os condutores podem ser desnecessariamente distraídos por ruídos desconhecidos e podem até pensar que há algo de errado com o carro quanto tudo está de facto a funcionar perfeitamente. Isto pode por vezes ter consequências perigosas”, concluiu Filip Nováček.