Pátio de veículos da Volkswagen, em Taubaté 30/03/2015 REUTERS/Roosevelt Cassio
SÃO PAULO (Reuters) -A produção de veículos no Brasil caiu 15,3% em dezembro sobre novembro, para cerca de 172 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, informou a associação de montadoras, Anfavea, nesta quarta-feira.
Em todo 2023, a produção caiu 1,9% sobre 2022, para 2,325 milhões de unidades. Já as vendas somaram 2,309 milhões de veículos, alta de 9,7% sobre o ano anterior.
“A média diária (de vendas) em dezembro, de 12,4 mil unidades, é o melhor resultado mensal em quatro anos, puxado pelas locadoras, que emplacaram 75 mil veículos, 30 mil a mais que a média do ano, e pelas promoções dos eletrificados antes da volta do Imposto de Importação”, afirmou a Anfavea em apresentação.
O imposto, antes zerado para os elétricos, voltou a ser cobrado a partir de janeiro deste ano após demandas de vários meses de montadoras instaladas no Brasil ao governo federal.
Leite comentou que as exportações do setor de veículos para a Argentina caíram em 2023 por questões além da própria importação de modelos produzidos na Ásia, como um crescimento da própria produção argentina.
A expectativa, segundo o presidente da Anfavea, é que o mercado interno argentino registre vendas de cerca de 350 mil veículos este ano ante aproximadamente 440 mil em 2023.
“As exportações (do Brasil para o) México há tendência de continuar com crescimento. Argentina deve ter recuo na casa dos 20% e Colômbia e Chile estamos aguardando, mas certamente haverá crescimento porque estão com base muito baixa”, disse Leite.
Questionado sobre o mercado de locadoras e frotistas de veículos, que normalmente compram diretamente das montadoras, o presidente da Anfavea estimou que voltará a crescer em vendas neste ano, apesar do ciclo de baixa de juros e do aumento do crédito que tendem a estimular a venda de carros novos a consumidores.
“Apostamos ainda em crescimento desse mercado”, disse o executivo. Leite citou que em 2019 a frota de locadoras era de 990 mil veículos no Brasil, avançando a 1,56 milhão em 2023. Segundo ele, apesar do crescimento, a idade média da frota está maior do que no período anterior à pandemia, na ordem de 18 meses, o que deve estimular as empresas a investirem na aquisição de veículos novos este ano.
O presidente da Anfavea também afirmou que o programa Mover, aprovado pelo governo federal nos últimos dias de 2023 e voltado a estimular produção nacional de veículos menos poluentes como elétricos e híbridos, não deve ter impacto relevante neste ano.
O programa ainda depende de uma série de regulamentações, com as primeiras sendo editadas pelo governo até abril. Enquanto isso, a Anfavea pretende se reunir com outros participantes da indústria, como o setor de autopeças, nas próximas semanas para se preparar para a sua implantação, disse Leite.
(Por Alberto Alerigi Jr., edição de Patrícia Vilas Boas)