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Preta, Mercedes mantém conceito único e vem mais leve para voltar ao topo

LONDRES, REINO UNIDO (UOL-FOLHAPRESS) – A Mercedes confirmou as expectativas ao lançar um carro com preto dominando a pintura e sem abandonar o conceito das laterais enxutas que marcou o modelo do ano passado. Por mais que possa soar estranho, ambas decisões visam melhorar a performance do equipamento de Lewis Hamilton e George Russell.

Com a pintura preta, fica mais fácil usar apenas fibra de carbono sem pintura para deixar o carro mais leve e, mesmo assim, manter sua identidade visual. “É como uma volta às origens da Mercedes. A Mercedes começou correndo com o carro branco e, para ficar mais leve, tirou a tinta e se tornou a flecha de prata. Estamos fazendo o mesmo, mas agora com a tecnologia isso significa ter um carro preto. E eu gosto também porque remete ao carro vencedor do passado”, disse o chefe Toto Wolff. O carro mostrado no lançamento tinha apenas poucas partes pintadas de preto, como o bico. A maior parte do W14 estava já sem pintura, com a cor da fibra de carbono. A economia de peso seria de pelo menos 3kg, representando 1 a 2 décimos por volta.

Além disso, o time segue acreditando que pode fazer seu conceito, que não foi adotado por nenhuma equipe neste segundo ano do atual regulamento, funcionar de maneira consistente. “Houve momentos ano passado em que nos perguntamos: será que a gente cometeu um erro enorme e temos de mudar o que estamos fazendo? Mas se você desiste e começa novamente, você sabe que vai começar um pouco mais para trás. É preciso tomar as decisões certas. Acho que, mesmo que tenhamos tido problemas com o carro do ano passado, também houve pontos positivos”, lembrou o diretor técnico Mike Elliott. “Não estamos nos iludindo. Sabemos que estamos começando atrás e que não somos os favoritos.”

No lançamento, no entanto, ficou claro que a equipe se sente mais bem equipada para evitar os saltos que surpreenderam ano passado, mas só poderá ter certeza disso depois dos testes. “Mudamos muita coisa com o aprendizado do ano passado e espero que nossas métricas estejam certas para entender o que temos de fazer para o carro não pular. Tomara”, disse Elliott.

É justo dizer que o lançamento mais aguardado para esta temporada da Fórmula 1 era mesmo o da Mercedes justamente pela expectativa em relação a quanto o time mudaria no carro. Depois de vencer oito títulos de construtores seguidos, um recorde na história da categoria, a equipe ousou no projeto do W13, adotando um conceito de laterais bastante enxutas, e acabou com um carro pouco previsível e que funcionava bem apenas em uma janela bastante pequena.

O W13 foi um carro capaz de uma dobradinha no Brasil, por exemplo, e de chegar mais de 35 segundos atrás do vencedor uma semana depois, em Abu Dhabi. E essas foram as duas últimas etapas de 2022, ou seja, o time a essa altura já entendia bem o comportamento do carro.

Lewis Hamilton e George Russell começarão a entender se o novo carro é mesmo uma evolução significativa ainda nesta quarta-feira, quando cada um deve fazer cerca de oito voltas em Silverstone no shakedown da equipe. Desta vez, a Mercedes estará mais alerta: foi logo que o carro foi à pista ano passado que eles perceberam a falta de consistência aerodinâmica. Mas, na ocasião, como sabiam que havia um grande pacote de mudanças chegando, não deram tanta atenção quanto deveriam.

Mesmo mantendo a grande característica do carro do ano passado, o W14 traz várias mudanças, embora Elliott tenha destacado que elas estão mais nas partes não visíveis de fora. “A maior parte dos detalhes está no assoalho. É um carro com o mesmo DNA, mas com um refinamento maior.” Mesmo assim, uma mudança bastante perceptível é no bico do carro, mais curto. As aberturas de refrigeração também são diferentes e o formado das laterais, ainda que mantendo o conceito, também é diverso.

DÁ PARA A MERCEDES VOLTAR A DISPUTAR O TÍTULO EM 2023?

O que Hamilton e Russell podem aspirar na temporada, é claro, depende dessa consistência. O W13 não era um carro totalmente descartável. Os dados de GPS mostraram vários momentos em que as Mercedes eram os carros mais rápidos em determinadas curvas e pistas. O problema era a falta de consistência devido à janela muito pequena de funcionamento otimizado do carro.

Um ponto interessante é que, desde que as equipes começaram a focar mais no carro de 2023, no meio do ano passado, a Mercedes tem mais tempo de desenvolvimento aerodinâmico disponível que seus rivais diretos, Ferrari e Red Bull, invertendo o que tinha acontecido antes disso. Isso é definido pela posição no campeonato e é reajustado em dois momentos do ano: a classificação do campeonato anterior define as porcentagens nos seis primeiros meses, e os times são reagrupados levando em consideração a classificação em 30 de junho.

Essa vantagem em relação à Red Bull é ainda maior neste ano devido à punição que os campeões mundiais receberam por terem ultrapassado o teto de gastos de 2021, o que diminuiu em 10% o tempo de desenvolvimento aerodinâmico do time por todo o campeonato de 2023.

COMO SERÁ A DINÂMICA ENTRE HAMILTON E RUSSELL EM SEU SEGUNDO ANO?

Em termos de pilotagem, o time está muito bem servido. Hamilton está em seu último ano de contrato, mas já indicou algumas vezes que pretende continuar. E tem em Russell um companheiro que o bateu ano passado, é muito bem quisto dentro da equipe e é marcado pela consistência, ainda que tenha causado alguns acidentes em 2022.

A dinâmica entre os dois será interessante de ser observada. É mais fácil trabalhar bem em prol da equipe quando se sabe que a luta não é pelo título, principalmente para o heptacampeão Hamilton.

O piloto de 38 anos continua com a perda do título de 2021 engasgado e tem lá suas contas a acertar com Max Verstappen e até com a própria F1. E Russell sabe que bater o maior vencedor da história da categoria novamente só faria bem a seu currículo e sua posição na Mercedes.

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