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‘Precisamos de uma moto para conseguir lutar com outros pilotos’ – Cal Crutchlow

A Yamaha está matematicamente na luta pelo título de pilotos de MotoGP com Fabio Quartararo a uma ronda do fim. Porém, os pontos perdidos ao longo dos últimos meses e os dois pódios que conquistou desde o GP dos Países Baixos são uma prova clara de que algo precisa de melhorar e muito na moto. Cal Crutchkow, que é piloto de testes e está a competir nesta fase final de época com a WithU Yamaha RNF MotoGP Team, está bem consciente disso.

Nas declarações à imprensa depois do GP da Malásia, o britânico revelou que o construtor de Iwata está a trabalhar em quatro opções distintas em termos de motor: ‘Temos passado por quatro etapas de motores. Portanto, depende de qual pensarmos’.

Questionado sobre se há uma direção de desenvolvimento clara, Crutchlow vincou que o mais importante é ganhar potência e velocidade de ponta: ‘A direção é que precisamos de mais potência e precisamos de mais velocidade de ponta, certo? Mas não creio que… precisamos de mudar algumas outras coisas e isto não se pode fazer numa semana. Portanto, temos o que temos por agora, testamos o que temos por agora, e depois vejamos para o próximo ano’.

O #35 salientou então que a YZR-M1 tem de ser uma moto capaz de estar na disputa com outras: ‘Precisamos de ser capazes de construir uma moto com que consigamos pilotar e lutar com outros pilotos, porque como disse antes só conseguimos pilotar sozinhos. Seja do motor, do chassis, da aderência da moto, depois abranda nas retas. É muito difícil gerir quando estás a pilotar’.

Crutchlow exemplificou as dificuldades bem evidentes de pilotar em grupo com os acontecimentos da prova de Sepang no último domingo: ‘O problema é que só conseguimos pilotar sozinhos. Este é o nosso maior problema. Quando o Franky [Morbidelli] estava na frente do nosso grupo, simplesmente passou para o próximo, mas tem apenas a ver com se estás preso atrás de pilotos. Só consegues pilotar sozinho. O Fabio [Quartararo] pilotou toda a corrida por ele e, pelo que parece, esteve bem. Com um bom ritmo e capaz de o fazer. Sempre que o Fabio ganhou este ano, estava sozinho. Precisamos de ser capazes de pilotar com outros pilotos, mas na segunda volta da corrida [em Sepang], a pressão do pneu da frente estava tão alta que vi que ia ser uma longa corrida. Mas tive simplesmente de gerir até ao fim. Diria que perdemos pelo menos oito a dez segundos a pilotar como idiotas’.

Vincando as dificuldades que há em competir em grupo com a moto atual, o veterano afirmou: ‘Num momento só pensei: vão-se f**** e deixem-me sozinho! Deixem-me só pilotar, contente, sejam atingidos bom balas! Honestamente, f***-*e para estas motos! […]. Eu só estava a pensar: por que é que não estou só a pilotar sozinho atrás, a acenar ao público?’.