(Bloomberg) — Sem aviso prévio, a China colocou a maior fábrica de iPhones do mundo sob lockdown na quarta-feira e isolou a área em torno do complexo da Foxconn Technology Group, em Zhengzhou, para combater um surto de Covid-19. É a última coisa que a Apple precisava.
A medida repentina deve trazer ainda mais problemas a uma fábrica que já enfrenta protestos devido a um foco de coronavírus nas instalações, êxodo de trabalhadores e quarentena forçada. Autoridades locais disseram na quarta-feira que esterilizarão o campus da Foxconn e áreas vizinhas nos próximos três dias e enviarão máscaras N95 aos trabalhadores, outro sinal de maior controle do governo.
“A fábrica de Zhengzhou desempenha um papel monumental no aumento da capacidade antes da temporada de festas”, disse Nicole Peng, analista da Canalys. “Alguns dos pedidos gerados em campanhas promocionais das festas podem não ser imediatamente entregues. A entrega de produtos em certos canais também tende a ser atrasada.”
Por enquanto, a fábrica da Foxconn continuará operando dentro de um “circuito fechado”, ou uma bolha independente que limita o contato com o mundo exterior, disse a empresa em comunicado na quarta-feira. Isso deve garantir parte da produção. Mas a Foxconn não abordou questões sobre como enviará mercadorias para dentro e para fora do complexo durante o lockdown da área.
Zhengzhou é o centro de produção mais crítico da Apple, sendo responsável por quatro de cada cinco aparelhos de última geração e pela grande maioria das unidades do iPhone 14 Pro, de acordo com o analista sênior da Counterpoint, Ivan Lam. A empresa de Cupertino, Califórnia, depende de seu smartphone para cerca da metade da receita, e o lockdown ocorre no meio da temporada de pico de produção antes das compras de Natal.
A produção do iPhone totaliza dezenas de milhões de aparelhos por mês durante o pico – centenas de milhares por dia -, e cada um precisa de uma infinidade de componentes, como chips, telas e caixas.
A Apple não respondeu a um pedido de comentário.
Agora, muito depende do período do lockdown, que deve durar uma semana até 9 de novembro, mas autoridades de outras regiões da China chegaram a estender essas medidas por semanas e, às vezes, meses.
–Com a colaboração de Mark Gurman.
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