Rio de Janeiro

Polícia investiga viatura que derrubou motociclista durante 'rolê' com milhares de motos no Rio

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Militar do Rio de Janeiro abriu uma apuração interna para esclarecer o atropelamento de um motociclista por uma viatura durante um “rolê” com milhares de motos que ocorreu na noite da última quinta-feira (15), na zona norte carioca.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, um carro do 41º Batalhão da PM surge em meio às motos na avenida Martin Luther King Júnior, próximo à estação de metrô de Irajá. Em seguida, faz uma curva para a esquerda, empurrando e derrubando um dos motoqueiros.

Viatura da Polícia Militar do RJ derruba motociclista durante “rolê” que reuniu milhares de motos em Irajá, na zona norte carioca, na última quinta (15) A imagem mostra o homem se levantando rapidamente, mas nem a polícia nem a organização do evento souberam dar informações sobre sua identidade e seu estado de saúde.

“O 41ºBPM (Irajá) identificou a equipe policial envolvida no incidente e será realizada a oitiva dos policiais militares. Um procedimento apuratório interno foi instaurado”, afirmou a corporação em nota. A Polícia Civil não respondeu se abriu investigação e pediu que a reportagem procurasse a PM.

O evento de motociclistas acontece toda quinta-feira e é marcado pela página “Role Zn” nas redes sociais. Um dos organizadores, que preferiu não se identificar, disse à reportagem que o “rolezinho” começou com um grupo de amigos em 2015 e foi crescendo.

Em dezembro, sempre é organizado o “último do ano”, que desta vez atraiu cerca de 5.000 motos, segundo ele. O comboio da madrugada incluiu motociclistas de outros estados como São Paulo e Minas Gerais, que normalmente se hospedam na cidade para o evento.

O convite na internet anunciava “380 tropas confirmadas até o momento”, com equipe de som, queima de fogos e venda de petiscos e bebidas no local de concentração. “Respeitar a DRT [Diretoria de Registro de Veículo]”, dizia o anúncio do endereço.

Eles se encontraram no bairro de Lins de Vasconcelos, deram uma volta pela zona norte, pegaram a avenida Brasil em direção à zona oeste, passaram por Campo Grande, Grumari e Guaratiba e terminaram por volta das 4h na Barra da Tijuca, onde se dispersaram.

Durante esse percurso, passaram por uma blitz da Polícia Militar. Outro vídeo publicado nas redes sociais mostra um motoqueiro gritando “bora trabalhar, seu polícia”, seguido de palavrões. Alguns aparecem nas imagens sem capacete.

Sobre esse momento, a PM afirmou que seis motocicletas que estavam em desacordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) foram apreendidas por agentes do 3º batalhão (Méier) na avenida Marechal Rondon, com o apoio de equipes da operação Lei Seca.

Segundo o organizador do “Role Zn”, não houve nenhum problema nessa ocasião. Ele diz que é normal que o “bonde” encontre blitze, e que normalmente os policiais apenas se afastam e deixam os motoqueiros passarem, como ocorreu nesta quinta.

O incidente com o motoqueiro derrubado aconteceu depois disso, conta ele, que também afirma ser normal dar confusão com rondas policiais nesse tipo de evento. Ele cita outras ocasiões em que agentes teriam dado tiros para o alto e derrubado motos.

Ele diz ainda que não sabe quem é o motociclista atropelado e que ouviu falar que ele nem era “do rolê”. Normalmente, explica, a “diretoria” vai à frente e no meio do comboio e só ao final tem notícias do que aconteceu atrás.

Mais vídeos que circulam na internet mostram motoqueiros passando por Copacabana, na zona sul carioca, gerando críticas e e boatos de que seriam traficantes. De acordo com o coletivo, foi um grupo que se perdeu depois da dispersão do “rolê”. A PM informou que não houve ocorrências ali.

Questionado sobre infrações de trânsito comumente relatadas durante os eventos, como consumo de álcool, motos sem registro e manobras perigosas, o organizador respondeu à reportagem que são muitos veículos e que não é possível controlar cada participante.

Ele defendeu o direito de ir e vir, afirmou que andar de moto não é crime e comparou os eventos às motociatas puxadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que frequentemente não usava capacete.

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