O rigor da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) em fiscalizar as divisões esportivas que as equipes possuem além da Fórmula 1 foi visto como “absolutamente necessário” por Toto Wolff, chefe da Mercedes. O austríaco acredita que há muita complexidade na forma como os times que compõem o grid atual trabalham, portanto o endurecimento das regras quanto ao investimento usado em tais departamentos impedirá que alguém burle o teto orçamentário da categoria para ganhar vantagem.
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Toto Wolff garantiu que todas as atividades da Mercedes fora da F1 são transparentes (Foto: Mercedes/Steve Etherington)
Vários times possuem divisões em suas fábricas voltadas para outros projetos, como a Divisão de Tecnologia Avançada da Red Bull. A McLaren, por sua vez, possui o setor Tecnologias Aplicadas, enquanto a Mercedes tem a divisão Ciência Aplicada e a Aston Martin, a Tecnologias de Performance. Até aí, nada demais, mas a questão é que as equipes da F1 costumam empregar pessoal técnico sênior nessas divisões para explorar o conhecimento adquirido nas corridas. A intenção é que esse saber seja usado em outros trabalhos que serão comercializados mundo afora, mas a suspeita era que algumas estivessem manipulando o sistema e usando essas divisões para aprofundar o entendimento sobre os próprios projetos da F1 fora do teto de gastos.
“Mas o trabalho que a FIA teve para nos auditar foi grande, e não tenho dúvidas de que eles farão o mesmo com as outras equipes. Se alguém foi arbitrário ou tiver trapaceado, então ela vai descobrir. Nós damos as boas-vindas a esta abordagem da FIA e achamos que um policiamento forte é absolutamente necessário”, salientou o austríaco.
“Há muita complexidade sobre como as equipes são estruturadas, o que pode criar oportunidades ou, às vezes, falta de clareza, e pode haver, digamos, alguma exploração disso”, continuou Wolff, explicando que as perguntas feitas pelo órgão regulador referentes à fiscalização das atividades extrapista foram “difíceis e diligentes”.
“Embora seja difícil manter esse regulamento de limite de custos, é ótimo ver todo o esforço que está sendo aplicado para policiá-lo. Acho que recebemos cerca de 100 perguntas para mais detalhes. Então, para mim, parece que há uma abordagem correta”, seguiu, garantindo que a Mercedes são sofreu nenhuma consequência a partir da revisão da diretiva.
“Temos uma corporação, e essa mesma entidade faz todo o trabalho da F1 e parte do trabalho fora da categoria, onde a America’s Cup [competição de iatismo] é a maior atividade de alguns clientes que temos. Tudo é transparente. Todos os livros estão abertos. Não criamos nenhuma subsidiária ou qualquer outra empresa e não há participações cruzadas. Tudo está sobre a mesa. Sobre isso, não temos nada a esconder. Cada detalhe do nosso trabalho fora da F1 é exposto à FIA, e espero que possamos ser um modelo para outras equipes”, concluiu.
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