05/04/2023 REUTERS/David ‘Dee’ Delgado
“Nós queremos dar empregos a brasileiros e argentinos, brasileiras e argentinas … Queremos mais fornecedores brasileiros e argentinos”, afirmou Filosa, que assume em 1º de novembro o cargo de presidente-executivo global da marca Jeep, tendo como sucessor o também italiano Emanuele Cappellano.
“Não vamos transferir emprego ou transferir fornecimento ou engenharia (para) fora do Brasil e fora da Argentina. Não quero pensar em um futuro onde o Brasil se desindustrializa, perde a industrialização, e essa industrialização vai, por exemplo, para a Ásia. Seria uma enorme perda para o país.”
A fábrica da Jeep no Brasil fica localizada no município de Goiana, em Pernambuco, e, segundo Filosa, o país representa hoje o segundo maior mercado da marca no mundo.
No início desta semana, a montadora anunciou que planeja alocar a partir de 2024 parte da sua produção no polo pernambucano para fabricação de veículos híbridos a etanol, ou “bio-hybrid”, além da produção de veículos 100% elétricos a bateria desenvolvidos pela empresa no Brasil, como parte de sua estratégia global para descarbonização.
“Níquel, lítio e cobre são três dos elementos que são de grande demanda para qualquer forma de eletrificação. Então, nós estamos nos preparando para o futuro.”
Filosa também expressou sua expectativa por uma decisão positiva sobre a renovação dos incentivos fiscais ao setor automotivo no Nordeste. Segundo ele, os benefícios mitigam parcialmente o que chamou de “desvantagem competitiva” em infraestrutura, logística e mão-de-obra na região em detrimento de outras localidades brasileiras.
“Espero aquilo que a gente sempre falou: previsibilidade do ambiente econômico”, disse ele. “Vamos ver como essa discussão termina.”
Além de Goiana, a Stellantis, que também é proprietária de marcas como Fiat, Peugeot e Citroën, possui fábricas em Porto Real (RJ) e Betim (MG).
(Reportagem de Patricia Vilas Boas)