Por Leticia Fucuchima
SÃO PAULO (Reuters) – A Eletrobras tem visto uma melhora das negociações para contratação de energia de seu portfólio no mercado livre, ao mesmo tempo em que está aumentando os investimentos em resiliência da transmissão de energia como proteção a eventos climáticos extremos, disseram executivos da companhia nesta quinta-feira.
Em teleconferência para comentar os resultados trimestrais, a diretoria da Eletrobras mostrou uma visão mais positiva para os negócios de comercialização de energia em 2024, apontando maior interesse por parte dos consumidores em contratar o insumo no período de 2024 a 2027 depois da mudança do cenário de preços, que voltaram a subir nos últimos meses.
Segundo o diretor financeiro, Eduardo Haiama, as negociações no mercado livre estavam mais lentas no quarto trimestre do ano passado, mas começaram a acelerar neste ano.
“Muita gente que estava em aberto, de alguma forma exposto a essa condição antiga de preço mais baixo, tendeu a fechar suas posições. Isso fez com que no primeiro trimestre de 2024 tivesse uma procura maior por energia, consequentemente os preços tiveram incremento”, apontou Ítalo Freitas, vice-presidente de comercialização.
A Eletrobras sofreu com o cenário de preços de energia deprimidos nos últimos anos, devido às boas condições hidrológicas até então e à sobreoferta estrutural do sistema brasileiro, justamente no momento em que a companhia tem elevados volumes descontratados de seu portfólio.
A nova estrutura de comercialização de energia da Eletrobras está pronta e vai atuar no Estado de São Paulo, acrescentou o executivo.
INVESTIMENTOS NA REDE
A Eletrobras está ampliando seus investimentos em resiliência de seus ativos de transmissão de energia espalhados por todo o Brasil, a fim de proteger as operações de eventos climáticos extremos e evitar interrupções no fornecimento de energia, disse o presidente-executivo.
“Aproximadamente 3,2 bilhões de reais vão para reforços e melhorias… Isso conversa com questão de segurança e com a qualidade de serviço que a gente presta”, afirmou Monteiro.
“Estamos tendo uma sequência de eventos (climáticos)… que se tornou quase que uma rotina na gestão de uma companhia com o porte da Eletrobras. Nesse sentido, a gente reforça ainda mais a importância de termos essa rubrica aumentada, dilatada, para que faça frente aos eventos de natureza climática”, acrescentou.
NOVOS NEGÓCIOS
Sobre oportunidades de crescimento em outras áreas de negócio, o vice-presidente de estratégia, Élio Wolff, afirmou que a Eletrobras está trabalhando ativamente em estudos para os leilões de linhas de transmissão de março e de setembro, bem como para o leilão de contratação de potência, no qual as hidrelétricas foram habilitar a participar.
Wolff não adiantou, porém, projetos que a companhia pretende apresentar para disputar o leilão de potência, nem quanta capacidade adicional para suas usinas estima que poderá viabilizar por meio do certame.