Audi

Entretenimento

Jogos

Porsche

Centenas de carros Porsche e Audi são detidos na entrada dos EUA. O motivo: uma pequena peça de origem chinesa

A guerra comercial entre Estados Unidos e China já dura há muito tempo. Isto fez com que, por exemplo, os fabricantes chineses enfrentassem tarifas de 27,5% se quisessem colocar os seus automóveis no mercado estadunidense. Uma barreira comercial que, agora, fabricantes como a BYD procuram uma forma de superar.

Os EUA tentam há anos relançar a indústria automóvel dentro das suas fronteiras, aproveitando o crescimento dos carros elétricos. Isto levou a regulamentações como a Lei de Redução da Inflação, que aprova vantagens fiscais suculentas para fabricantes que produzem em solo americano ou em países com acordos comerciais especiais, como o México ou o Canadá.

Mas além das altas tarifas sobre a importação de veículos chineses, uma dura lei está em vigor nos Estados Unidos desde 2021 que veta todos os produtos que incluam, mesmo que de forma mínima ou quase “irrelevante”, qualquer componente originário de regiões específicas da China.

Carros parados na alfândega centenas de carros porsche e audi são detidos na entrada dos eua. o motivo: uma pequena peça de origem chinesa

Centenas de carros Porsche e Audi são detidos na entrada dos EUA. O motivo: uma pequena peça de origem chinesa

Não é só com pessoas! Carros de luxo também foram detidos ao entrarem nos Estados Unidos (Imagem: Porsche/Reprodução)

A lei da qual estamos falando é a Lei de Prevenção do Trabalho Forçado Uigur. Este regulamento foi implementado há quase três anos e proíbe “a importação de quaisquer bens, mercadorias e artigos, produzidos ou fabricados total ou parcialmente na Região Autônoma Uigur de Xinjiang da República Popular da China”.

Para defender esta lei, o Governo dos Estados Unidos argumenta que os materiais e componentes produzidos nesta região são conseguidos através de trabalho forçado. Esta situação também já foi alertada pela ONU, onde garantiram que a população é obrigada a trabalhar para multinacionais no que descrevem como “crimes contra a humanidade”.

Assim, quando é detectado que um produto possui algum componente originário de Xinjiang, os Estados Unidos paralisam completamente a sua importação, uma vez que essas mercadorias estão proibidas de cruzar as fronteiras do país.

O resultado? Cerca de 1.000 carros esportivos e SUVs Porsche estão detidos na alfândega, além de centenas de Audis e algumas unidades da Bentley, segundo dados do Financial Times. Todas as marcas fazem parte do Grupo Volkswagen que, segundo o Financial Times, teria alertado as próprias autoridades de que as regras estavam sendo descumpridas.

A origem do problema estaria em “um pequeno componente eletrônico que faz parte de uma unidade de controle maior, que será substituída”, em palavras que foram enviadas por carta aos clientes afetados e que terão que esperar, pelo menos, até o final de março para que seus carros possam ser entregues quando esta peça (que não foi especificada) acabar sendo substituída.

Ainda de acordo com o Financial Times, a peça em causa teria sido fornecida por um fornecedor externo à Volkswagen que teria descoberto que, por sua vez, outro dos seus fornecedores obtinha alguns materiais da região chinesa de Xinjiang. Uma possibilidade sobre a qual a Human Rights Watch já havia alertado em fevereiro deste ano.

O comunicado da ONG em que se fazia referência à produção de alumínio na região foi o seguinte:

“Quase um décimo do alumínio mundial, um material essencial para a fabricação de automóveis, é produzido na Região Autônoma Uigur de Xinjiang (Xinjiang ou XUAR), uma região no noroeste da China, onde o governo chinês está conduzindo uma longa campanha de repressão contra os uigures e outras comunidades muçulmanas turcas.

Desde 2017, as autoridades chinesas cometeram crimes contra a humanidade em Xinjiang, incluindo as detenções arbitrárias de aproximadamente um milhão de pessoas no auge da repressão, tortura, desaparecimentos forçados, vigilância em massa, perseguição cultural e religiosa, separação familiar, violência e violações sexuais dos direitos reprodutivos, bem como a sujeição dos uigures e de outras comunidades muçulmanas turcas ao trabalho forçado dentro e fora de Xinjiang.”

Este problema na importação de automóveis do Grupo Volkswagen surge num mau momento para eles pois o grupo automotivo tem sido acusado de produzir alguns dos materiais utilizados nos seus veículos nesta região. A Volks compartilha uma fábrica em Xinjiang por conta da colaboração que possui com a chinesa SAIC, dona marca MG Motor.

Inscreva-se no canal do IGN Brasil no Youtube e visite as nossas páginas no Facebook, Twitter, Instagram e Twitch!

TOP STORIES

Tin công nghệ, điện thoại, máy tính, ô tô, phân khối lớn, xu hướng công nghệ cập nhật mới nhất