SUV elétrico de entrada ostenta acabamento de primeira e boa oferta de equipamentos, mas fica muito acima dos rivais em preço
Quando o Mercedes-Benz EQA 250 foi lançado no Brasil, em outubro de 2022, ele veio dentro de uma ‘ofensiva’ de eletrificação da marca premium alemã, junto com os modelos EQB 250 e EQE 300, sendo o veículo elétrico mais acessível da linha sem deixar de lado a proposta premium.
E após as impressões iniciais durante um teste drive curto no lançamento, agora chegou a vez da avaliação completa com o EQA 250, que chamamos de ‘versão elétrica do GLA’, mas que a marca da estrela de três pontas afirma ser mais do que isso.
GLA elétrico? Sim, Mercedes-Benz!
Concebido como um modelo da Mercedes-Benz EQ, divisão de veículos elétricos da montadora alemã, o Mercedes-Benz EQA 250 é baseado na mesma plataforma do GLA, a arquitetura MFA2, com as devidas modificações para acomodar o powertrain elétrico e a bateria que alimenta o sistema.
Com 4,47 metros, o EQA é apenas 6 centímetros mais longo que o GLA por uma questão de parachoques e design. Sua largura e distância entre eixos são as mesmas – respectivamente em 1.834 milímetros e 2.729 mm – mas o EQA é um pouco mais alto que o GLA: 1,62 m contra 1,61 m.
Compartilhando basicamente o mesmo visual externo com o irmão a combustão, o EQA recebeu melhorias aerodinâmicas e um melhor coeficiente de arrasto, 0,28 contra 0,32 do GLA. É um design de linhas relativamente simples e sem muitos recortes que ainda agrada, embora não seja a última palavra e não cause tanto impacto como os primos ‘elétricos puros’ mais recentes da linha (EQE e EQS).
No Brasil, o EQA 250 está à venda com o Pacote AMG Line de acabamento externo e interno como item de série, incluindo diversos itens exclusivos como para-choques mais esportivos, rodas de 19″, bancos e volante esportivo e tapetes AMG entre outros detalhes de acabamento exclusivos remetendo a divisão esportiva da marca.
Interior premium
O SUV conta com uma boa lista de equipamentos de série que inclui o Pacote de Assistência à Condução, que traz assistente ativo de distância DISTRONIC, assistente ativo de direção, assistente ativo de frenagem, assistente ativo de manutenção de faixa, assistente ativo de ponto cego, assistente de tráfego cruzado e assistente de aviso de desembarque.
Se o exterior não chega a impressionar à primeira vista, e nem é novidade exatamente, a cabine se destaca pela sensação real de carro premium: acabamento de alta qualidade nas portas, painel e bancos, instrumentação com boa visualização e excelente isolamento acústico.
O espaço interno é adequado, principalmente na parte da frente, com os bancos esportivos e de regulagem elétrica disponíveis no pacote AMG, mas quem vai no banco de trás fica um pouco limitado, considerando o porte do carro. Além disso, o espaço no porta-malas é de 340 litros, uma sensível redução em comparação com os 421 litros do GLA a combustão.
Ao volante
Logo nos primeiros metros, o EQA 250 surpreendeu positivamente. Mesmo sendo o SUV elétrico ‘de entrada’, ele tem uma rodagem mais firme, controlada e agradável que seu irmão maior EQB e, principalmente o EQC, este com inclinação excessiva da carroceria.
O EQA 250 é um carro bom de dirigir na cidade, com uma direção leve e direta, embora não muito comunicativa, superando as irregularidades do asfalto, raspando pouco em valetas e entregando uma estabilidade boa diante da proposta de SUV. No entanto, o nível de ruído da suspensão na traseira incomodou um pouco, não é nada absurdo, mas não esperado em um carro deste nível. Nesta versão, o SUV elétrico que é produzido em Rastatt (Alemanha), está equipado com um motor elétrico de 140 kW (190 cv) e 39,2 kgfm de torque montado no eixo dianteiro.
E apesar de trazer o kit visual AMG, sua proposta não é a esportividade, mas ele dá conta do recado com um desempenho condizente com sua proposta, embora os rivais do mesmo segmento o façam um pouco melhor – na versão com tração integral (que não é vendida no Brasil) a potência sobe para 268 cv, o que daria um desempenho mais interessante. Os dados oficiais indicam aceleração de aceleração de 0 a 100 km/h em 8,6 segundos, enquanto a velocidade máxima é limitada em 160 km/h.
São quatro modos de condução (Individual, Sport, Comfort and Eco), e é bem perceptível a diferença entre eles, com destaque para a redução acentuada de desempenho no modo Eco, que também gerencia o funcionamento do ar-condicionado – na maior parte do tempo, o modo Comfort se mostra mais adequado, equilibrando bem performance e consumo de energia. Para além dos modos pré-configurados, você pode escolher o Individual e definir por conta própria parâmetros como peso da direção, resposta do acelerador e o controle de tração.
A frenagem regenerativa tem diferentes níveis e pode ser controlada pelas borboletas no volante, bem mais cômodo que acessar a tela e ficar selecionando menus. Você pode dirigir no modo D com a frenagem regular, ou D- para uma regeneração mais intensa, enquanto que o D+ equivale ao ‘velejar’, onde o carro elétrico fica ‘solto’.
Na vida real, conseguimos médias de 5,8 km/kWh na cidade e 6,2 km/kWh na estrada, o que daria, aproximadamente, autonomia de 382 km no uso urbano e 412 km na estrada, números abaixo do alcance padrão WLTP, mas condizentes com a realidade, até mesmo porque uma variação de cerca de 20% para menos em relação ao ciclo WLTP é habitual em nossas avaliações.
A capacidade de carga é de 11 KWh em um carregador de corrente alternada (AC) e até 120 kWh em um carregador rápido de corrente contínua (DC), o que está dentro da média em comparação com os rivais e pode ser considerado bom.
Na prática, dá pra recarregar de 0 a 100% em 7,5 horas em um carregador de 11 kW, ou de 20 a 80% em 29 minutos em uma estação rápida a 112 kW. Um dos destaques do modelo é a bomba de calor, parte de um sistema de gerenciamento térmico que otimiza o alcance.
Galeria: Avaliação Mercedes-Benz EQA 250
Conclusão
No fim das contas, o Mercedes-Benz EQA 250 AMG Line se revelou um SUV elétrico melhor do que esperávamos. Com uma vida à bordo digna de carro premium, ele ostenta acabamento de primeira linha e lista decente de itens de tecnologia e comodidade, sem falar na boa dirigibilidade.
No entanto, apesar do sobrenome AMG Line, que é apenas um pacote visual, ele não tem pretensões esportivas, e nem é essa sua proposta. Ele se vale do DNA Mercedes-Benz, passando um ar nitidamente mais premium se comparado aos rivais BMW, Audi e Volvo. E tudo isso sem ser um carro elétrico dedicado, o que é elogiável, ainda que peque pelo espaço no banco traseiro e no porta-malas, que é menor em comparação ao irmão com motor de combustão interna.
Mas o EQA 250 AMG custa R$ 480.900, valor que o deixa em desvantagem na comparação com outros SUVs elétricos premium. Por exemplo, o BMW iX3 M Sport, que é de um segmento superior e mais potente (286 cv e 40,8 kgfm), embora menos refinado, custa R$ 473.950. Outro modelo, que embora não seja um concorrente direto, sai por bem menos e é o Volvo XC40 P8. Com dois motores elétricos, 408 cv de potência e tamanho próximo, o SUV elétrico sueco vale R$ 389.950.
Mercedes-Benz Mercedes-Benz EQA
Torque máximo 38,2 kgfm
Transmissão Automático de 1 marcha
Bateria Íons de lítio – 69,7 kWh (66,5 kWh efetivos)
Autonomia elétrica 382 km (urbano) / 412 km (rodoviário)
Consumo de combustível 5,8 kWh/km (urbano) / 6,2 kWh/km (rodoviário)
Velocidade Máxima 160 km/h
Aceleração 8,6 segundos
Tipo de tomada Type 2 (AC) / CCS -Combo (DC)
Peso 2.470 kg
Largura 1.834 mm
Comprimento e entre-eixos 4.463 mm
Altura 1.620 mm
Comente!
Mercedes-Benz Mercedes-Benz EQA
- Motor elétrico: Motor elétrico assíncrono (ASM) – 140 kW (190 cv)
- Torque máximo: 38,2 kgfm
- Transmissão: Automático de 1 marcha
- Bateria: Íons de lítio – 69,7 kWh (66,5 kWh efetivos)
- Autonomia elétrica: 382 km (urbano) / 412 km (rodoviário)
- Consumo de combustível: 5,8 kWh/km (urbano) / 6,2 kWh/km (rodoviário)
- Velocidade Máxima: 160 km/h
- Aceleração: 8,6 segundos
- Tipo de tomada: Type 2 (AC) / CCS -Combo (DC)
- Peso: 2.470 kg
- Largura: 1.834 mm
- Comprimento e entre-eixos: 4.463 mm
- Altura: 1.620 mm