Artista plástico autista brasileiro ilustra livro sobre autismo e faz sucesso no mundo

artista plástico autista brasileiro ilustra livro sobre autismo e faz sucesso no mundo

Artista plástico autista brasileiro ilustra livro sobre autismo e faz sucesso no mundo

O trabalho de brasileiro muito querido e especial tem rodado o mundo! Artista plástico e autista,  Paulo Victor da Silva Gabriel, de 20 anos, ganhou diversos reconhecimentos neste mês de abril, quando se celebra a conscientização sobre o autismo.

Além de comemorar mais um destaque em um prêmio internacional conquistado em março, logo no início de abril, houve o lançamento, em São Paulo, do livro “O menino do coração azul”, de Roberta Borges, que trouxe ilustrações de Paulo Victor.

A obra retrata a vida de um menino autista não verbal e suas conquistas. A história de Paulo Victor não é muito diferente da do Davi, menino que inspirou o personagem “azul”, mas já soma uma sucessão de superações e conquistas, isso porque ele só está no começo de uma promissora carreira artística.

Desafios e preconceito

Porém, em seus 20 anos de vida, o jovem já vivenciou toda forma de preconceito, não apenas por ser autista, enfrentando desafios físicos e emocionais por causa do Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas também pelo fato de ser negro e de família pobre.

Seu diagnóstico de TEA só veio quando ele tinha 15 anos, mas sua resiliência e talento o transformaram em um verdadeiro vencedor, superando obstáculos dia após dia.

Paulo Victor e seus quatro irmãos foram criados graças à garra de dona Rosaina Florinda da Silva, na pequena cidade mineira de São Vicente de Minas, a 275 km de Belo Horizonte.

No perfil dele no Instagram, o jovem artista mostra seus trabalhos, incluindo as ilustrações do livro “O menino do coração azul”.

Os prêmios

Sob a curadoria da artista plástica Grazi Gadia, os desenhos de Paulo Victor têm sido contemplados no Brasil e também no exterior.

O mais recente prêmio foi conquistado no Congresso Europeu de Autismo (CEA) 2024, em Portugal, na categoria ‘desenho digital’, ficando em terceiro lugar.

“Foi uma mistura inexplicável de sentimentos intensos saber que conquistei outro prêmio internacional, ainda mais agora, que estou abrindo uma nova fronteira, a da Europa”, comemora Paulo Victor.

Seu talento único conquistou também a terceira colocação no Festival Of Arts Sagrado EYECONTACT For People With Autism, e a primeira colocação no Festival of Arts for People with Autism at Autism Global Day, realizado no Sagrado Café, em Miami, Florida (EUA) com o tema “Eu amo a Amazônia”.

Premiado no concurso Revista Creator 2022, durante sete dias teve suas obras divulgadas na publicação.

Os três trabalhos do jovem artista inscritos no concurso da Coglifearts tiveram suas artes transformadas em estampas para camisetas, em uma parceria com a Reserva Ink.

E mais: Paulo Victor tornou-se um dos garotos propaganda oficiais da Coglifearts. O artista marcou presença ainda em algumas exposições da Galeria Aut BH.

No Tearteiro 2023, além de expor em uma coletiva, participou de um desfile inclusivo, ocasião em que conheceu a neuropsicopedagoga Roberta Borges, autora de “O menino do coração azul”, que o convidou para ilustrar o livro.

A obra, aliás, será lançada no dia 3 de abril, em São Paulo, na UNIBES Cultural. Nos dias 13 e 14 de abril, estará na Convenção Atípica, em São Paulo evento de grande relevância no qual os autistas são os protagonistas. Em Andrelândia, MG, o lançamento do livro será no dia 27 de abril, na exposição “Compreenda meu Olhar”, a convite da Associação Mães do TEA.

Tudo azul

O mês de abril foi escolhido para a Conscientização Mundial do Autismo, quando instituições de todo o mundo intensificam conversas e ações em prol da conscientização e da inclusão de pessoas autistas. Por isso haverá tantos outros eventos, no contexto do autismo.

A cor azul é a escolhida para essa representação porque, além de ser calmante e muito bem aceita com pessoas com TEA, é alusiva às características do autismo, cuja incidência é predominantemente masculina.

Mãe-leoa, Rosaina criou Paulo Victor e mais quatro filhos de forma solo. Ela nunca se deixou abater pelas dificuldades, ampliadas pela questão financeira.

“Foi um caminho longo e doloroso para meu filho. Houve momentos que lutei tanto, como leoa, mesmo. Houve momentos também em que duvidei que conseguiria, mas o amor de mãe e avó é maior que qualquer dúvida. Não deixarei de seguir nessa caminhada. Este momento sintetiza tudo – inclusão e respeito. Onde está o respeito, lá estarão também todos os sentimentos nobres”.

O longo aprendizado em relação ao TEA, que começou do zero, transformou-se em experiência, hoje de grande utilidade para toda a família. Rosaina também é tia e avó de autistas e seu netinho Benício, carinhosamente chamado de “Galeguinho”, encontrou um meio muito mais receptivo e preparado para lidar com suas questões.

E a mãe de Benício, Tatiane, pedagoga de formação e graduada em educação especial inclusiva, com ênfase em deficiência intelectual e múltipla, decidiu investir mais nesta área de conhecimento.

Depois de concluir uma pós-graduação em ABA e em análise do comportamento, ela atualmente cursa Psicopedagogia Institucional, Clínica e Hospitalar.

“Um dia, a lagarta cansada entra no vazio do casulo e todos pensam que é o seu fim. E aí, a vida se transforma: justo quando a lagarta pensava que o mundo tinha acabado, ela se transforma numa linda borboleta”, diz Rosaina, a respeito de todo este processo, que tem gerado frutos de amor e beleza, beneficiando também muitas outras famílias.

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