Antonella Bassani incentiva presença de mais mulheres no automobilismo

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A trajetória de Antonella Bassani no automobilismo começou ainda na infância. Quando criança, a jovem natural de Santa Catarina acompanhava o pai e o padrinho em corridas até que passou a pedir insistentemente para pilotar e, desde que teve seu desejo atendido, não parou mais. Nem mesmo quando precisou pausar sua carreira após um acidente sério que impactou intensamente sua jornada no esporte. Mas sua determinação foi recompensada em 2023, quando ela se tornou a primeira mulher campeã da Porsche Cup Brasil com apenas 17 anos.

“Foi a melhor sensação do mundo, não sei descrever todos os filmes que passaram na minha cabeça, eu só sabia agradecer pela temporada que eu tive junto com a minha equipe”, declarou Bassani em entrevista à CAPRICHO.

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A atleta representa o incentivo de mais mulheres no esporte e ressaltou a importância do trabalho da Comissão Feminina de Automobilismo nessa missão. “Quando eu comecei na KGV, em São Paulo, não via nenhuma menina correndo e agora temos a CFA, que incentiva todas as mulheres, tem vários programas inclusive programas para levar engenheiras trabalhar em categorias de base”, pontuou Antonella. “Após a criação do CFA vejo o aumento de muitas mulheres no automobilismo.”

Sendo inspiração para outras garotas, Bassani também tem seus próprios ídolos: “A Bia Figueiredo, que hoje em dia cuida da minha carreira ao lado do Walter. O [Lewis] Hamilton, admiro muito toda história dele e o Rubinho [Barrichello]”, pontuou.

Apesar de ter começado cedo, Bassani só teve certeza de que queria continuar nesse caminho após sofrer um grave acidente quando tinha 7 anos. “Foi muito tenso. Eu estava em Tarumã e tinha acabado a corrida. Nisso, eu não vi que o pelotão tinha desacelerado, ao invés de eu bater atrás do piloto, eu puxei para direita, daí para frente só lembro de capotar, de me tirarem do kart e de falar para não me deixarem morrer, que eu não conseguia respirar”, recordou ela sobre o caso que aconteceu em Porto Alegre em 2013.

Antonella foi levada ao hospital mas a equipe médica percebeu que seu caso era mais grave do que haviam antecipado: “Eles achavam que era costela, tinha uma equipe preparada para fazer um tipo de cirurgia, mas perceberam que a coisa era bem mais séria. Então começou uma luta para a gente achar um hospital que tivesse intubação para crianças, e eu estava na ambulância UTI. Nesse acidente eu tinha rompido a carena, um caminho que leva o ar para o pulmão esquerdo, a minha sorte foi que o pulmão esquerdo é mais para baixo que o direito”, explicou.

A atleta também quebrou a clavícula e duas costelas, precisando de 6 meses de recuperação intensa, com acompanhamento psicológico para lidar com o trauma. Mas isso não a fez desistir. “Minha maior vitória foi após esse acidente”, pontuou ela, que afirmou que soube que queria continuar pilotando após o ocorrido. “Eu vi que eu amava o automobilismo.”

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Antonella ainda faz parte do elenco de Formula Dreams, produção da MAX que acompanha 5 jovens pilotos brasileiros em suas jornadas no automobilismo. Gravada há alguns anos, a estreia da produção trouxe memórias significativas para a atleta, que pode relembrar sua carreira: “[É] muito legal ver a série agora e lembrar da época do kart e ver a minha família fora das pistas, como eles se comportavam”, disse.

A experiência ainda foi repleta de aprendizados para ela: “As palavras do meu pai e xingamentos naquela época me ensinaram a ser quem eu sou hoje. Se não fosse por aquilo eu não seria essa pessoa que eu sou dentro das pistas”, ressaltou.

Ao retornar ao passado, Antonella não deixou de refletir sobre o quanto amadureceu nesse período. A piloto compartilhou que foi muito forte na época e que isso a fez chegar onde está hoje, tendo a oportunidade de realizar o sonho de ser campeã brasileira. Mas esse é só o começo para ela. “Tem muitas coisas para acontecer, ainda não posso dar certeza de tudo que vai acontecer no futuro. Mas tenho certeza que será um futuro muito brilhante e repleto de vitórias e realizações.”