Analistas e agências de risco explicam o que esperar da fusão entre Enauta e 3R Petroleum
O banco antecipou que os papéis se recuperariam hoje, o que de fato ocorre. As ações da PetroReconcavo (BOV:RECV3) sobem 3,51%, a R$ 21,81; às da 3R Petroleum (BOV:RRRP3) avançam 2,49%, a R$ 34,16, enquanto as da Enauta ganham 1,55%, a R$ 26,13 (na máxima, foi a R$ 26,71), por volta das 13h15.
Se a proposta da Enauta (BOV:ENAT3), com a proporção atual, fosse apresentada em outro momento, poderia ser vista com melhores olhos. A Enauta hoje explora os campos de Atlanta e Oliva e a análise considera que a fusão com outra empresa seria melhor recebida no futuro.
“Embora as sinergias não sejam tão óbvias quanto as sinergias da 3R com a PetroReconcavo, elas não seriam negativas. O mercado também poderia ter precificado a 3R perdendo algumas sinergias ‘mais óbvias’ sobre a potencial fusão com a RECV; no entanto, não acreditamos que essas estivessem sendo significativamente precificadas pelo mercado neste estágio”, considera o banco.
Dentre as possíveis sinergias destacadas pelo BBI, estão os custos para operação no hub offshore em campos já pertencentes às companhias, como Atlanta/Oliva, Parque das Conchas, Uruguá Tambaú, Papa Terra e Malombe. Ainda, há destaque para sinergias comerciais e fiscais e de custo de capital mais baixas.
Tanto para a S&P Global quanto a Fitch consideram que a fusão entre as companhias seria um evento positivo para ambas. A S&P Global considera que a operação resultaria em um operador júnior de exploração e produção maior. A nova empresa seria mais diversificada e eficiente.
“Em nossa visão, a fusão também permitiria algumas economias de escala e diluição de custos fixos através da renegociação de contratos para uma empresa maior e de investimentos em manutenção, reparação e campanhas de perfuração. Além disso, a potencial nova empresa diversificaria ligeiramente as suas operações, com ativos em mais bacias e divididos entre a produção onshore e offshore“, considera a agência de risco.
Na nota, a alavancagem das companhias foi citada, considerando que a 3R e a Enauta apresentaram dívida bruta ajustada sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA, na sigla em inglês) de 5,0x e 3,9x. Na hipótese de uma fusão, a alavancagem da companhia combinada ficaria em torno de 2,5 a 3 vezes a relação entre dívida bruta e EBITDA.
A Fitch tem a mesma visão e considera que o perfil de crédito da 3R Petroleum sairia fortalecido. A empresa combinada poderia se beneficiar de maior escala e indicadores financeiros mais sólidos.
As reservas provadas do grupo superariam 600 milhões de barris de óleo equivalente (boe). A fusão também poderia acelerar o processo de desalavancagem da 3R e poderia reduzir o custo de extração da petrolífera na produção offshore.
Informações Infomoney