Ações da Enauta caem, após plano de fusão com a 3R Petroleum
A Enauta aprovou uma proposta para combinação dos negócios com a 3R Petroleum Óleo e Gás.
A empresa destaca que a produção potencial da combinação supera 100 mil barris de óleo equivalente com oportunidade de crescimento composto nos próximos cinco anos e reservas operadas superiores a 700 milhões de barris em portfólio complementar e diversificado.
A transação também está condicionada a condições precedentes usuais para transações da mesma natureza e outras que venham a ser acordadas pelas companhias, tais como a negociação satisfatória dos documentos definitivos da transação, os quais deverão incluir termos e condições habituais; aprovação da transação pelos acionistas de ambas as companhias em suas respectivas assembleias gerais extraordinárias; e obtenção das aprovações legais e regulatórias, incluindo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
“A realização dessa combinação não inviabiliza novas transações com outras empresas do setor, capazes de acelerar a criação de valor a todos os acionistas”, afirma a empresa.
Para a Enauta, a fusão das duas empresas cria uma das principais e mais diversificadas empresas independentes de petróleo e gás na América Latina. A combinação, diz, resulta em um portfólio com escala, balanceado e de alto crescimento orgânico nos próximos cinco anos, com capacidade de adicionar valor em ambiente de consolidação e com resiliência a ciclos de preço.
“A empresa contará com balanço sólido, elegibilidade a rating em níveis de investment grade, acesso competitivo a capital e alta capacidade de alavancagem, com posicionamento estratégico nos mercados de capital e bancário, nacional e internacional.
A empresa afirma ainda que Enauta com 3R é uma transação superior àquela apresentada pela Maha em carta pública aos acionistas da 3R (BOV:RRRP3), seja pelo posicionamento estratégico da empresa resultante, pela governança, pelo elevado volume de sinergias quantificáveis e pelo ponto de vista de gestão de riscos.
“Resultados serão compartilhados de forma rápida e objetiva por todos os acionistas de ambas as empresas, sem que essa união inviabilize a busca futura das sinergias operacionais identificadas pela Maha em otimizações junto à PetroRecôncavo e com outras operadoras, em modelo que minimize ineficiências”, diz.
- Presidente da Enauta diz que proposta à 3R é o primeiro passo para consolidar mercado brasileiro
O presidente da Enauta, Decio Oddone, disse hoje ao Broadcast que se e união da empresa com a 3R Petroleum for concluída, será o primeiro passo para a consolidação do mercado brasileiro de petroleiras independentes.
Segundo Oddone, uma empresa do setor não pode viver apenas de campos maduros. Ele afirmou também que se o negócio for fechado com a 3R, “vamos buscar outras, a gente não para por aqui”.
O executivo disse que, em carta à 3R, argumentou que a fusão entre as duas empresas “é a alternativa que produz maiores e melhores resultados, no menor espaço de tempo”.
VISÃO DO MERCADO
A proposta de fusão entre Enauta e 3R Petroleum impacta as ações das duas empresas de forma diferente. Os papéis da 3R Petroleum (RRRP3) perderam tração, mas ainda estão dentre as maiores valorizações do Ibovespa (+1,54%; R$ 33,61).
Já as ações da Enauta (ENAT3) caem 8,57% (R$ 26,46). Dessa forma, a companhia perde mais de R$ 600 milhões em valor de mercado, somente neste pregão. O BofA disse que, embora a fusão possa gerar uma série de sinergias operacionais e de custos, há riscos envolvendo o momento atual das duas companhias.
Informações broadcast