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Nissan quer retomar protagonismo na produção de carros elétricos

TÓQUIO, JAPÃO (FOLHAPRESS) – Até o fim da década passada, carros elétricos eram basicamente improvisos sobre bases já existentes. Quem mudou o jogo foi a Nissan, que apostou alto no Leaf. Foi o primeiro modelo de grande volume de produção pensado para ser exclusivamente recarregado na tomada.

De lá para cá, contudo, a marca japonesa perdeu o protagonismo no segmento. O plano agora é a retomada.

A montadora, que completa 90 anos em dezembro, apresenta cinco conceitos elétricos no Japan Mobility Show, realizado nesta semana em Tóquio. Três estão no palco principal do estande, enquanto os outros dois só existem no mundo virtual. Em comum, todos trazem o prenome Hyper.

Um dos modelos em destaque é o Tourer, uma minivan elétrica com carroceria pintada de preto e cobre.

Suas portas laterais são automáticas e corrediças. Quando abertas, mostram quatro assentos traseiros individuais instalados frente a frente, em dois pares.

“É um Maglev de uso privado”, diz Alfonso Albaisa, vice-presidente de design da marca, fazendo referência ao trem que usa levitação magnética para ultrapassar os 400 km/h.

O Tourer é a visão futurista do monovolume Quest, que tem raras unidades em circulação no Brasil. O modelo saiu de linha em 2017, soterrado pela avalanche de SUVs de diferentes tamanhos.

Agora, a minivan conceitual mostra que os carros elétricos começam a se diversificar para atender a diferentes públicos —incluindo as famílias numerosas.

Ao lado da Tourer está o Hyper Punk, um compacto com jeitão de buggy e portas que se abrem para cima.

“O Punk reflete a visão de nossa nova geração de designers, que é também a nova geração de consumidores”, afirma Albaisa.

Os vincos nas laterais remetem a uma holografia, o que causa um efeito ambíguo: ao mesmo tempo que parece futurista, lembra a digitalização de imagens dos anos 1990.

O estilo chamativo da linha Hyper é necessário para a Nissan. A marca precisa relembrar o público de sua história na eletrificação.

Makoto Uchida, CEO global da Nissan, afirma que serão carros para todos. A proposta, portanto, é que os preços sejam relativamente acessíveis, grande desafio para a mobilidade elétrica.

No Brasil, o Leaf atual tem valor sugerido de R$ 298.490. É o que aparece no site da empresa, mas a realidade é outra na rede concessionária. Os descontos chegam a R$ 60 mil, e ainda assim o valor segue elevado, devido à rápida mudança nos preços forçada pelas marcas chinesas.

Apesar de suas qualidades, o hatch médio japonês está pressionado pelos modelos de menor custo feitos no vizinho asiático.

Com a futura geração de produtos, a Nissan quer retornar ao jogo em que deu o pontapé inicial. Neste momento, contudo, a bola está com a concorrência.

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O jornalista viajou a convite da Nissan

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