Os problemas de produção e a falta de componentes atrasou os planos da marca para o SUV médio
Os desafios na produção de veículos elétricos da General Motors, da Ford, da Volkswagen e de várias startups têm sido alvo de muitas manchetes este ano. Mas, apesar de ser pioneira na produção de carros elétricos, a Nissan também tem tido muitas dores de cabeça.
A fabricante japonesa tem sofrido para colocar o Nissan Ariya nas ruas, enfrentado inúmeros atrasos na produção por falta de componentes, além de problemas na linha de montagem e no software do SUV nestes dois anos desde que foi lançado. Isso fez com que a produção fosse muito reduzida, levando a um estoque bem baixo e vendas medianas. Mas agora, os executivos da Nissan no Japão dizem que a produção do Ariya está a ficar muito mais regularizada.
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Os problemas da Nissan na nova era dos elétricos
Nissan foi a líder no começo dos carros elétricos com o lançamento do Leaf em 2010. Mas, desde então, foi acusada de perder a bola para a Tesla e as fabricantes chinesas, e agora sofre para retomar seu espaço no segmento ao lider com os problemas de produção do Ariya.
O pior destes problemas pode agora ter ficado para trás, disseram os executivos da Nissan. O Automotive News relata que a Nissan afirma ter “uma confiança renovada na resolução de problemas” e que as tecnologias e técnicas pioneiras da fábrica de Tochigi serão aplicadas em outras instalações da empresa – incluindo uma em Missouri, que deverá produzir quatro novos veículos elétricos para o mercado dos EUA a partir de 2026.
Novos métodos de produção são implantados na fábrica de Tochigi, incluindo diversas técnicas pioneiras no mundo, para uma redução de 10% nos custos de produção em relação aos métodos mais antigos, apesar da construção de veículos mais complexos.
Uma inovação importante é uma nova técnica de montagem da motorização chamada operação simultânea de montagem sob o piso. Esta técnica proporciona novas eficiências ao montar todos os componentes da motorização do veículo simultaneamente a partir de um palete plug-in que é elevado até a carroceria e instalado por robôs. A frente, o meio e a traseira do palete são feitas de módulos intercambiáveis que podem acomodar vários layouts para veículos elétricos, híbridos e com motor de combustão interna.
[O gerente da fábrica, Eiji Kikuchi] disse que a Nissan também está estudando gigacasting, embora tenha se recusado a oferecer detalhes. A técnica, pioneira na Tesla, elimina inúmeras peças metálicas individuais ao moldar as seções de um veículo como módulos gigantes. Toyota, Volvo, Ford e Hyundai estão considerando ou adotando a tecnologia.
Há duas histórias notáveis em ação aqui. A primeiro é sobre o Ariya, que tem sido um esforço da marca para criar um elétrico mais moderno e que foi bem recebido. Mas não é um carro especialmente inovador, nem provou ter alguma vantagem importante sobre vários concorrentes no lotado segmento dos SUVs médios. Além disso, os seus baixos números de produção até à data impediram-no de ser uma verdadeira concorrência para a Hyundai, Tesla e o resto.
Galeria: Nissan Ariya – Primeiras impressões
Se a fábrica de Tochigi estiver realmente resolvendo seus problemas, isso pode ajudar a aumentar o estoque nos revendedores e em breve. Infelizmente, ser construído no Japão significa que chegará bem caro no Brasil. Com alguma sorte, o Ariya pode se tornar um candidato muito mais sério em 2024 e além. A empresa tem dito que quer lançar o SUV elétrico no país, mas não tem uma previsão de quando isso acontecerá.
A segunda história, provavelmente mais importante aqui, é sobre o futuro. O Ariya pode ser visto como um “rascunho” para as técnicas de produção de alto volume que a fábrica de Tochigi está desenvolvendo. Espera-se que essas mesmas técnicas de produção se espalhem para outras fábricas globais da Nissan, e sabemos que a fabricante trabalha em diversos modelos novos, como um SUV substituto do Leaf. A Nissan também disse que só planeja vender veículos elétricos na Europa a partir de 2030, portanto, espera-se que modelos menores e mais acessíveis também estejam no menu.
A Nissan ainda tem um longo caminho a percorrer para recuperar a posição que já teve no mundo dos veículos elétricos, mas talvez as coisas estejam começando a melhorar.
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