A Nissan Portugal voltou a reunir vários especialistas para debaterem a condução autónoma e a adoção de soluções sustentáveis de mobilidade na sétima edição do Fórum da Mobilidade Inteligente, que teve lugar em Lisboa.
O fórum, que reuniu 11 oradores, serviu para analisar os desafios do futuro antecipando os desafios sejam eles tecnológicos, económicos, ambientais e, também de expetativas dos clientes.
“Liderar a inovação para tornar a tecnologia acessível a todos”. Foi com esta frase que José Botas, diretor-geral da Nissan Portugal, acolheu os participantes e que resume o desígnio da Nissan no que diz respeito á mobilidade. E por isso, relembrou, no pós-guerra, em 1947, a Nissan criou um automóvel elétrico para ajudar a economia do Japão num contexto, evidentemente, muito difícil e de grandes constrangimentos.
“O compromisso da Nissan não se esgota na venda dos automóveis. Queremos atingir a completa neutralidade carbónica em 2050, em toda a atividade da Nissan, incluindo a atividade industrial”, afirmou José Botas.
O primeiro dos painéis de debate foi dedicado ao tema “Produtos, Tecnologia e Experiência do Cliente” e os oradores, ao longo das suas intervenções, colocaram uma ênfase particular nas evoluções tecnológicas em curso quer ao nível dos sistemas de otimização e armazenamento de energia nos automóveis elétricos, quer nas evoluções que a própria forma como utilizamos o automóvel irá conhecer com uma detalhada explicação sobre os progressos feitos no domínio da condução autónoma.
Maarten Sierhuis, vice-presidente e Diretor Global do Alliance Innovation Lab de Silicon Valley explicou que a forma como a arquitetura de funcionamento dos automóveis esta a evoluir para integrar sistemas de computação e processamento cada vez mais potentes e sofisticados que transformarão o automóvel num objeto capaz de comunicar com o mundo em redor e com os outros utentes da rodovia a caminho de uma capacidade de condução totalmente autónoma que, segundo Maarten Sierhuis, “está ainda, a cerca de dez anos de distância”.
Para além das evoluções tecnológicas que a Nissan introduzirá no mercado nos próximos anos, incluindo uma nova geração de baterias de estado sólido para automóveis elétricos, Paul Johnson destacou, também, a preocupação da Nissan, alinhada com a dos seus stakeholders, com a sustentabilidade da sua atividade global e o compromisso de atingir a total neutralidade carbónica, em todas as suas atividades, em 2050.
Já Robert Bateman, diretor de Investigação e Engenharia Avançada do Centro Técnico Europeu da Nissan e Thomas Tompkin, diretor de Redes, Infraestruturas e Operações do Smart Mobility Living Lab fizeram, em conjunto, o balanço da experiência de condução totalmente autónoma do projeto ServCity realizado, entre 2020 e 2023, na cidade de Londres.
Esta experiência, realizada à escala real, teve como objetivo, tal como afirmou Thomas Tompkin “fazer testes de condução totalmente autónoma que fossem representativos da diversidade de circunstâncias que podemos encontrar nas estradas europeias e que é muito diferente daquela que encontramos nos EUA ou no Japão”.
No segundo painel, dedicado ao tema “Energia, Armazenamento, Infraestruturas e Conectividade” o primeiro orador, James Mills, Consultor Principal da Benchmarck Minerals Intelligence, trouxe uma interessante visão sobre a atual capacidade geográfica para a mineração e transformação dos minerais raros indispensáveis à produção de sistemas de armazenamento de energia e, nomeadamente, baterias para automóveis elétricos. “Toda a indústria depende da China, que foi extremamente proativa, nas duas últimas décadas, para garantir a disponibilidade das matérias-primas, mesmo que essas matérias-primas não sejam extraídas no território chinês”, lembrou James Mills.
Já Ricardo Leite, diretor de Projetos Especiais da Galp, reafirmou o compromisso da empresa com os objetivos de descarbonização de forma a atingir a completa neutralidade carbónica em 2050. Para isso a empresa tem levado a cabo um ambicioso plano de investimento em energias renováveis dos quais faz parte a criação da Galp Solar cujo foco principal é a dinamização da produção solar descentralizada, ou seja, aquela feita por cada um na sua própria casa.
Ricardo Leite anunciou, que vai entrar em vigor ainda no corrente mês de maio de 2023, um plano conjunto entre a Galp Solar e a Nissan, dirigido aos clientes de automóveis elétricos da Nissan e destinado a promover a instalação de unidades descentralizadas de produção de energia solar.
O último orador deste painel foi Sérgio Almeida, CEO da Global Charging, para quem a palavra de ordem é, integração, “o crescimento rápido do parque de automóveis elétricos e as múltiplas soluções de carregamento existente não permitem, por exemplo, a uma empresa, um controlo fácil dos custos de utilização da sua frota nem uma interlocução fácil com todos os intervenientes”. É este trabalho de integração da informação, destinado a estar facilmente acessível aos clientes finais, que a Global Charging realiza e que apresentou nesta edição do fórum.