Em sua primeira temporada pela Porsche, o português António Félix da Costa viu Pascal Wehrlein, seu companheiro de equipe, dominar o início da temporada 2022/2023 da Fórmula E. Com duas vitórias e um segundo lugar nas três primeiras corridas, o alemão deixou claro que o trem de força da equipe é a referência atual da categoria e o suficiente para almejar a conquista do título. Neste sábado (25), na Cidade do Cabo, foi o recém-chegado que subiu ao lugar mais alto do pódio, e de uma maneira que promete o recolocar no jogo.
Da Costa chegou tarde à festa, é verdade, mas ainda é possível comer o bolo. Com a temporada apenas na quinta etapa de um total previsto de 16, o português vai se encontrando de vez com o novo time e usa a experiência de quem já foi campeão da categoria para se manter longe de incidentes que possam prejudicar sua caminhada.
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Da Costa não economizou na emoção após vencer na Cidade do Cabo (Foto: Fórmula E)
O primeiro resultado de destaque veio apenas no eP de Hyderabad, é verdade, mas o que impressionou realmente foi a atuação de Da Costa na estreia da Fórmula E na Cidade do Cabo. Se a estratégia na corrida indiana foi de evitar contatos e se recuperar ao máximo na prova, a largada na África do Sul não parecia indicar um cenário diferente.
Com o 13º melhor tempo na classificação — largou em 11º devido às punições de Sam Bird e René Rast —, António repetiu a posição do grid de Hyderabad e confiava em uma recuperação do eficiente trem de força da Porsche para um impulso rumo a um novo pódio.
E foi exatamente isso que o piloto fez, sem um grande número de ultrapassagens espetaculares, mas consciente de que seu gerenciamento de bateria seria superior aos demais. Assim, Da Costa foi ultrapassando um por um até assumir a liderança, momento em que cometeu seu único erro.
Foi a primeira vitória do piloto pela Porsche, equipe que defende desde o início de 2023 (Foto: Fórmula E)
Sim, nem tudo foi perfeito. Da Costa não se precipitou até assumir a liderança da corrida, mas como ainda tinha 1min de modo ataque para pagar, precisava abrir pelo menos 1s de distância em relação ao segundo colocado Jean-Èric Vergne. O português até conseguiu cumprir o objetivo e passou pelo traçado externo de ativação com 1s2 de vantagem, mas errou o trecho do asfalto e viu o francês se aproximar de forma ameaçadora.
Se a atuação não foi plástica, a última ultrapassagem da corrida fez valer o ingresso. Da Costa ziguezagueou antes de deixar Vergne para trás — o francês nem conseguiu ver o português pelo retrovisor — e garantiu sua primeira vitória pela equipe alemã na categoria.
Wehrlein não teve a mesma sorte do companheiro de Porsche e abandonou após bater em Buemi (Foto: Reprodução/Fórmula E)
Foi o primeiro triunfo do experiente piloto na Fórmula E desde o eP de Nova York 2 de 2022, e António não conseguiu segurar as lágrimas após o fim da corrida. Entalado, o português já reclamava dos “críticos” desde a temporada passada, e enfim teve uma resposta à altura de sua trajetória na modalidade.
Se o pódio em Hyderabad não veio com uma grande atuação, a primeira vitória da temporada certamente compensou. Com um conjunto poderoso, que lidera os Mundiais de Pilotos e Construtores da Fórmula E no momento, Da Costa reúne totais condições de se aproximar de Wehrlein na busca pela taça.
Em uma categoria que se notabiliza pelo imprevisível, Stoffel Vandoorne foi campeão com apenas uma vitória em 2022 — enquanto Mitch Evans, o vice, e Edoardo Mortara, o terceiro, venceram quatro cada — e comprovou que o importante é ter regularidade. Ciente disso e do que a Porsche pode lhe oferecer em termos de competitividade, António Félix da Costa marca sua ressureição ao vencer em uma das melhores pistas da história da Fórmula E.
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